O nous no logos, o logos na alma

“(…) visto que o mundo é uma esfera, isto é, uma cabeça, e nada há sobre a ca beça, como nada inteligível há abaixo dos pés (…) e uma vez que o corpo tem sido feito na alma e tendo mais alma do que corpo; e as coisas mortais estão distantes da fina pele, contendo o corpo cheio de alma: porém todo vivente, como, portanto, o Todo, constituiu-se tanto de coisa material como de coisa intelectiva.

(…) Porém a alma do homem é dirigida desse modo: o nous no logos, o logos na alma, a alma no pneuma pneuma atravessando pelas veias e artérias e sangue, move o vivente e, de algum modo, suporta o vivente.”

TRISMEGISTOS, Hermes. Corpus Hermeticum graecum, São Paulo:Ed. Cultrix, 2023, Pág. 187.

Parte II- Corpus Hermeticum Graecum.

Lilellus X

Bem, e o Bem é Deus

“- Portanto, Deus não é <nous>, mas é o causador do ser nous, nem do pneuma, mas o causador do ser pneuma; nem luz, mas o causador do ser luz. Donde é necessário reverenciar Deus por esses dois titu los os quais têm sido aplicados somente a ele e a nenhum outro. (…) E esse é o Único e não há nenhum outro. Porém todas as outras coisas são incapazes da natureza do Bem; pois são o corpo e a alma, não tendo lugar que pode com- portar o Bem. Pois tal é a grandeza do Bem tanto quanto é a existência de todos os seres, incorpóreos como corpóreos, e dos sensíveis e dos inteligíveis. Isso é o Bem, isso é Deus. Portanto, não digas que alguma coisa é boa porque, por sua vez, serás ímpio, ou que Deus é alguma outra coisa, exceto somente o Bem.

(…) Deus não é entendido por todos, mas, pela ignorância, chamam os deuses e alguns dos homens de bons, nunca podendo esses ser nem vir a ser bons por natureza, pois o Bem é inalienável e inseparável de Deus, sendo ele o próprio Deus. Assim, portanto, todos os outros deuses imortais têm sido honrados pelo título de deus, porém, Deus é o Bem, não segundo a honra, mas segundo a natureza, pois uma é a natureza de Deus, o Bem, e só há uma única espécie de ambos, da qual todas as espécies se originam. Pois o que dá todas as coisas e o que nada recebe é bom. Portanto, Deus dá todas as coisas e nada recebe, portanto, Deus é <o> Bem, e o Bem é Deus.”

TRISMEGISTOS, Hermes. Corpus Hermeticum graecum, São Paulo:Ed. Cultrix, 2023, Pág. 139.

Parte II- Corpus Hermeticum Graecum.

Lilellus II

A alma do pai santíssimo

“Um de seus irmãos e discípulos, não pouco famoso, cujo nome acho melhor calar agora, porque enquanto viveu na carne não quis gloriar- se desse fato, viu a alma do pai santíssimo subindo diretamente para o céu, acima das grandes águas. Era como uma estrela do tamanho da lua e com toda a claridade do sol, levada por uma nuvenzinha branca.”

Frei Tomás de Celano. Primeira Vida: Vida de São Francisco de Assis Escrita em 1228 D.C, Ed. Família Católica,2018, Local: 1557.

SEGUNDO LIVRO

Capítulo 8- Suas últimas palavras, desejos e atos.

Um estado da alma

“O purgatório pode considerar-se ou como um estado da alma que é purificada, ou como um lugar e sítio destinado a estas purificações das almas.”

Santa Catarina de Gênova. Tratado do Purgatório, Ed. Santa Cruz, 2019, Local: 703.

Capítulo II – Catecismo sobre o Purgatório

Dois modos de considerar o purgatório

Alma alheia

“A alma perde toda atenção de si mesma ou de suas companheiras de purificação, absorta no amor de Deus e, alheia a todo valor de tempo ou espaço, vive abandonada às operações divinas que a vão purificando.”

Santa Catarina de Gênova. Tratado do Purgatório, Ed. Santa Cruz, 2019, Local: 682.

S´íntese da Doutrina de Santa Catarina

A justiça divina

“Embora com relativa frequência alude Santa Catarina à necessidade de que se cumpra a justiça divina, o purgatório, em sua descrição, se manifesta mais como uma exigência ontológica do próprio ser da alma, do que como uma pena jurídica, merecida por causa dos pecados.”

Santa Catarina de Gênova. Tratado do Purgatório, Ed. Santa Cruz, 2019, Local: 679.

S´íntese da Doutrina de Santa Catarina

Ao purgatório, a alma que carece já de culpa

“Concretamente, se ainda fica nela algo que purificar, experimenta a necessidade do purgatório, isto é, do purificatório. 2. ― Ao purgatório vai a alma que carece já de culpa, mas que ainda não eliminou totalmente os maus vestígios deixados em seu ser pelo pecado. Estes, ao não estar suficientemente apagados nesta vida pela penitência, constituem a pena temporal que deve ser purgada, pois são o impedimento que retarda, que faz ainda impossível, a união com Deus no céu.”

Santa Catarina de Gênova. Tratado do Purgatório, Ed. Santa Cruz, 2019, Local: 672.

S´íntese da Doutrina de Santa Catarina

Alma em transe

“E quando esta alma se acha em transe de recuperar seu primeiro estado, é tal a inflamação de seu desejo para transformar-se em Deus, que esse é seu purgatório. E não é que ela veja o purgatório como purgatório, mas que aquela inclinação acesa e impedida é o que se torna para ela purgatório.”

Santa Catarina de Gênova. Tratado do Purgatório, Ed. Santa Cruz, 2019, Local: 517.

Capítulo I – Tratado do Purgatório

Purificação passiva última, obra de Deus