O Mundo, O homem e o Cristo

“O Mundo: Instinto, julgamento, razão sensorial.

Homem ou alma: razão pura, vontade, inspiração

O Ovo ou Cristo: Logos, a palavra encarnada, Esoírito universal, Deus-homem.”

KREMMERZ, Giuliano. Introdução à ciência hermética: O caminho iniciático para a magia natural e divina. Editora Pensamento, 2022, Pág.220-221.

Terceira Parte

Os Aforismos

Os pitagóricos advertiam

“Os pitagóricos advertiam:

Purifica seu corpo e sua alma. Seja a razão a soberana e guia absoluta de sua vida e, no momento em que a morte libertar sua alma aprisionada em seu corpo, você se tornará um deus.

Gênesis 3:22 vem do original hebraico:”Ecce Adam quasi unus ex no- bis factus est, sciens bonum et malum”, que monsenhor Martini traduziu fazendo Deus dizer: “Agora Adão se tornou um de nós, conhecendo o bem e mal”, e então ele comenta que o nós se refere aos três personagens divinos, enquanto o significado oculto é que Adão foi criado semelhante aos deuses ou espíritos de Deus.

Escapando do rebanho comum, você, meu discípulo, se aproxima dos deuses. Deixe que os fiéis orem em igrejas, sinagogas e mesquitas e que criaturas pacíficas aticem suas fantasias com mesas que choca- lham ou se levantam. Desfrute o fato de que cientistas curiosos e pre- sunçosos deem suas opiniões sobre os efeitos físicos da mediunidade, alegre-se por vê-los trabalhar para o bem da humanidade e seu progresso, pois toda a enciclopédia dos fenômenos se resume em pôr à prova um materialismo sensitivo e grosseiro e a construir um altar para o espírito do homem.”

KREMMERZ, Giuliano. Introdução à ciência hermética: O caminho iniciático para a magia natural e divina. Editora Pensamento, 2022, Pág.70-71.

Segunda Parte

Preparação

Entre a alma humana e o astral

“Dissemos que o órgão central de nossa constituição (Ruach, Kama ou Chỉ) é tão capaz de absorver quanto de emitir qualquer criação, vibração ou condensação etérica. É também o órgão de recepção e emissão do astral terrestre; graças a isso, experimentamos uma verdadeira digestão nutritiva, já que ela difunde imediatamente seus eflúvios para toda a alma animal e para todo o corpo astral. Como energizadores ou vampiros, esses micróbios astrais penetram nosso organismo corporal e espiritual inteiro, dando-lhe vida ou instilando -lhe o veneno do encantamento. É por causa disso que o curador tem acesso aos fluxos vivificantes extraídos das fontes benéficas da natureza e é por isso que o mago negro nos mata de forma infame com forças hostis, inesperadas e invisíveis.

(…)

As sensações do mundo físico, percebidas por nosso corpo, produzem uma atitude que pode, como vimos, penetrar por meio da alma animal até a vontade e, assim, moldar vigorosamente essa vontade com uma reação reflexa que provoca o movimento desejado.

No polo oposto, a efervescência de nossa imaginação, povoada com formas etéricas criadas por nossas emoções e até nossas intuições que desceram dos mundos superiores, é transmitida por nossa alma ani mal e nosso corpo astral ás nossas forças vitais a fim de despertá- las.

(…)esses fluxos emocionais, recebidos de fora pelo centro magnético, penetram em nossos outros dois centros e engendram outras forças, outras potencialidades de realização.

Mas como essa soberania pode ser proficuamente exercida? Como pode triunfar de todas as revoltas, sobretudo as incitadas pelo astral interno ou externo? Sabemos muito bem que, com frequência, somos os joguetes de nossas emoções, não seus senhores: quase todos os nossos atos são meros reflexos, raramente nos damos conta deles, porque as forças etéricas que nos invadem têm imenso poder sobre nós.

É sempre a vontade, a mônada principal, que comanda o ato, mas poucas vezes essa vontade é a nossa: frequentemente, obedecemos a uma vontade alheia. Para dominar, nossa vontade precisa de aumento de energia, que Schopenhauer, em linguagem sutil, exprime perfeitamente dizendo que nós sempre queremos um ato, mas resta saber se NÓS queremos querer. A resposta dele é negativa: quem quer dentro de nós é a Vontade Universal.

Isso não passa de sofisma (…) Sem dúvida, a vontade universal, ou seja, Deus, é que quer dentro de nós quando nosso Eu comanda tudo o que está embaixo; mas convém acrescentar que isso só acontece com nosso consentimento. Em suma, nossa vontade, quando realmente exercida, é o instrumento da vontade divina na terra, de sorte que só pode comandar outras vontades à condição de ser Uma com a vontade divina, de ser Boa Vontade.

(…)

Das possibilidades humanas – Examinemos, porém, alguns detalhes relativos a essa luta, onde a alma humana é o campo de batalha entre os instintos cegos da natureza, o vazio que cobiça o poder imediato e as solicitações providenciais que levam a tentativas definitivas de li bertação da alma. A imortalidade é o prêmio.

A maioria de nós mal toma consciência dessa luta; quase todos vivemos por instinto, embalados pelos apelos da Providência. Mesmo entre aqueles que são um pouco conscientes, sobretudo os que sentem as influências astrais, há poucos capazes de entendê-las ou usá-las.

Todas se diferenciam das pessoas normais pelo excesso de fluido etérico em sua constituição, mas algumas delas são mais aptas a reter esse excesso ou expeli-lo quando e para onde desejam; de outras, ao contrário, o excesso escapa em ondas sem direção certa e é substituido por novos fluxos. Os desejos superam sua capacidade de concentração; (…) São os médiuns de todos os tipos que podem se tornar adivinhos, bardos e até profetas caso pertençam a uma esfera elevada o bastante para atrair o éter energizado por forças superiores.

São magnetizadores quando os fluidos que concentram e projetam derivam de forças corporais; são iniciados de todos os graus quando conseguem reunir o éter criado pelos poderes espirituais e os de or dem superior.”

PAPUS.Tratado elementar de ciências ocultas, Ed. Pensamento, 2022, Pág.247-249.

Capítulo 10

Purificação da Alma

“(…) esta purificadora e amorosa notícia ou luz divina, quando vai preparando e dispondo a alma para a união perfeita de amor, age à maneira do fogo material sobre a madeira para transformá-la em si mesmo.”

CRUZ, São João da. A noite escura da Alma. Editora Família Católica, 2018, versão Kindle, Posição: 1628.

Proveitos causados na Alma por esta noite do sentido

“Contudo, às almas que Deus põe nesta noite, de ordinário concede humildade e prontidão para fazerem somente por Ele, embora sem gosto, o que lhes é mandado; e assim deixam de buscar seu próprio proveito em muitas coisas, por não acharem nelas consolação.”

CRUZ, São João da. A noite escura da Alma. Editora Família Católica, 2018, versão Kindle, Posição: 936.

Almas que caminham com perfeição

“Ao contrário, as almas que, nesses princípios, caminham com perfeição, procedem de modo muito diverso, e com outra têmpera de espírito. Muito aproveitam e se edificam na humildade; não só têm em nada as suas próprias coisas, mas pouco satisfeitas estão de si mesmas. A todos os mais consideram como muito melhores, e costumam ter deles uma santa inveja, com vontade de servir a Deus como estes O servem. Quanto mais fervorosos andam, e quanto mais obras fazem e se aplicam com gosto a elas, como caminham na humildade, tanto melhor conhecem o muito que Deus merece, e o pouco que é tudo quanto por Ele fazem.

(…)é tão solícito este cuidado de amor que os ocupa e embebe, que nunca reparam se os outros fazem muito ou pouco por Deus.

Vão ainda mais além: quando os outros querem louvar e estimar-lhes as obras, de modo algum o podem crer, pois lhes parece estranho que deles se diga aquele bem.”

CRUZ, São João da. A noite escura da Alma. Editora Família Católica, 2018, versão Kindle, Posição: 320-329.

Alma ao Senhor

“Convém saber que a alma, quando determinadamente se converte a servir a Deus, de ordinário é criada e regalada pelo Senhor, com o mesmo procedimento que tem a mãe amorosa com a criança pequenina. Ao calor de seus peitos a acalenta; com leite saboroso e manjar delicado a vai nutrindo, e em seus braços a carrega e acaricia. À medida, porém, que a criança vai crescendo, a mãe lhe vai tirando o regalo; e, escondendo o terno amor que lhe tem, põe suco de aloés amargo no doce peito; desce o filhinho dos braços e o faz andar por seus próprios pés, para que, perdendo os modos de criança, se habitue a coisas maiores e mais substanciais. Qual amorosa mãe, procede a graça de Deus, quando, por novo calor e fervor no serviço do Altíssimo, torna, por assim dizer, a gerar a alma. Primeiramente lhe concede doce e saboroso leite espiritual, sem nenhum trabalho da alma, em todas as coisas divinas, e com grande gosto para ela nos exercícios espirituais, dando-lhe Deus então Seu peito de amor terno, como à criancinha terna.

A alma acha seus deleites em passar muito tempo a fazer oração, e porventura até noites inteiras gasta neste exercício; seus gostos são as penitências; seus contentamentos, os jejuns; suas consolações estão em receber os Sacramentos e comungar às coisas divinas. E embora o faça com muito fervor e assiduidade, praticando esses exercícios com sumo cuidado, todavia não deixa de proceder, em todas essas coisas, com muita fraqueza e imperfeição, sob o ponto de vista espiritual.

(…) como estes principiantes não puderam ainda adquirir hábitos fortes, necessariamente hão de obrar fracamente, quais meninos fracos.”

CRUZ, São João da. A noite escura da Alma. Editora Família Católica, 2018, versão Kindle, Posição: 257-273.

Imperfeições dos Principiantes

“Nesta noite escura começam a entrar as almas quando Deus as vai tirando do estado de principiantes – ou seja, o estado dos que meditam, – e as começa a pôr no dos aproveitados ou proficientes – que é já o dos contemplativos – a fim de que, passando pela noite, cheguem ao estado dos perfeitos – o da divina união da alma com Deus.

(…) será proveitoso para esses principiantes, e fará com que, vendo a fraqueza do seu estado, se animem e desejem que Deus os ponha nesta noite onde se fortalecem e confirmam nas virtudes e se dispõem para os inestimáveis deleites do Amor de Deus.”

CRUZ, São João da. A noite escura da Alma. Editora Família Católica, 2018, versão Kindle, Posição: 249-253.

O desejo e o que a carne precisa

“Ele conhece o desejo e o que a carne precisa. A alma não tem desejo? O corpo não peca sem a alma, assim como [12] a alma não é salva sem o espírito. Mas se a alma é salva do mal e o espírito também é salvo, o corpo torna-se sem pecado. O espírito anima a alma, mas o corpo a mata. A alma mata a si mesma.

Na verdade vos digo, Ele nunca perdoará o pecado da alma ou a culpa da carne, pois nenhum daqueles que vestiram a carne será salvo. Vocês acreditam que muitos encontrarão o reino dos céus?”

Nascimento, Peterson do. O Evangelho Secreto de Tiago
(Coleção Apócrifos do Cristianismo Livro VI) – Versão Kindle, Posição 568-573.