Trindade Cósmica

Quando se é batizado pela imersão na luz do Espírito, o olho espiritual microcósmico no corpo pode ser percebido em sua relação com a luz do Espírito que desce como Trindade Cósmica.

No batismo de Jesus, isso é descrito metaforicamente como “o Espírito de Deus descendo como uma pomba vindo sobre ele”. A pomba simboliza o olho espiritual, e os devotos que meditam profundamente o percebem no centro da Consciência Crística, na testa, entre os dois olhos físicos. Esse olho de luz e consciência surge como um halo dourado (a Vibração do Espírito Santo) undando uma esfera azul opalino (Consciência Crística), no centro da qual está uma estrela com cinco pontas, de radiante luz branca (o portal para a Consciência Cósmica do Espírito).

Nota: Os sete centros são saídas divinamente planejadas ou “alçapões” através dos quais a alma desceu ao corpo e por onde precisa reascender processo da meditação. Em sete etapas sucessivas, a alma escapa para a Consciência Cósmica. Os tratados de Yoga geralmente consideram chakras (“rodas”, porque a energia concentrada em cada um deles assemelha-se a um cubo de roda, de onde partem raios de luz e energia vital) os seis centros inferiores, referindo-se no sahasrara separadamente, como um sétimo centro. Todos os sete centros, porém, costumam ser comparados a flores de lótus, cujas pétalas se abrem ou se voltam para cima durante o despertar espiritual, quando a vida e a consciência ascendem pela coluna vertebral.”

YOGANANDA, Paramahansa. A Segunda Vinda de Cristo, A Ressurreição do Cristo Interior. Comentário Revelador dos Ensinamentos Originais de Jesus. Vol. I. Editora Self, 2017, pág. 121.

Capítulo 6: O batismo de Jesus.

O Batismo Pelo Espírito Santo

“O batismo supremo, proclamado por João Batista e por todos os mestres Autorrealizados, consiste em ser batizado “com o Espírito Santo e com fogo“, isto é, tornar-se permeado da presença de Deus na sagrada Vibração Criadora. Não apenas a onisciência onipresente dessa Vibração eleva e expande a consciência, mas também seu fogo de energia vital cósmica verdadeiramente cauteriza os pecados dos maus hábitos atuais e os efeitos cármicos das ações erradas do passado.

O macrocosmo do universo com suas diversas criaturas é feito da vibração divina, ou energia cósmica do Espírito Santo, imbuída da Inteligência Crística, que por sua vez é um reflexo da Consciência Cósmica de Deus. O homem é um microcosmo do universo: uma união de corpo, força vital e consciência. Sua consciência é um reflexo da Consciência Crística, sua alma diferenciada por seu próprio ego personalizado. Sua força vital é energia cósmica individualizada. Seu corpo é energia cósmica condensada, vivificado por formas especializadas de energia vital. A força vital vibrando de modo mais denso transforma-se em elétrons, átomos, moléculas e matéria corporal; a força vital vibrando de modo progressivamente mais sutil torna-se consciência. No ser humano, o corpo, a força vital e a consciência – constituindo três diferentes frequências de vibração – mantêm-se coesos pelo núcleo do ego e sua natureza pura, a alma. A fim de libertar a alma – o Cristo no homem – das limitadas tríplices vibrações do corpo humano, força vital e consciência, a consciência divina no homem deve primeiramente ser batizada ou unida ao Espírito Santo, a vibração cósmica original de Om, o Verbo, a manifestação primordial de Deus. Então, a consciência imerge no Cristo Onipresente imanente na criação e ascende à Consciência Cósmica transcendente, o Pai, Ninguém pode alcançar Deus-Pai exceto através do Espírito Santo e da Consciência Crística.”

YOGANANDA, Paramahansa. A Segunda Vinda de Cristo, A Ressurreição do Cristo Interior. Comentário Revelador dos Ensinamentos Originais de Jesus. Vol. I. Editora Self, 2017, pág. 119-120.

Capítulo 6: O batismo de Jesus.

Espírito Santo

“No mundo cristão, poucos compreenderam a promessa de Jesus de que, depois que tivesse partido, ele enviaria o Espírito Santo. O Espírito Santo é o invisível e sagrado poder vibratório de Deus, que sustenta ativamente o universo: o Verbo ou Om [Aum], a Vibração Cósmica, o Grande Consolador, o Salvador de todas as tristezas. Na Vibração Cósmica do Espírito Santo está o Cristo onipresente, o Filho ou a Consciência de Deus imanente na criação. O método para entrar em contato com essa Vibração Cósmica, o Espírito Santo, vem sendo difundido pela primeira vez, em âmbito mundial, por meio das técnicas definidas de meditação da ciência de Kriya Yoga. Pela bênção da comunhão com o Espírito Santo, a taça da consciência humana se expande para receber o oceano da Consciência Crística.

Assim, Cristo surgirá uma segunda vez na consciência de todo praticante dedicado que alcance maestria sobre a técnica do contato com o Espírito Santo – o indescritivelmente bem-aventurado doador de consolo no Espírito. Aqueles que têm ouvidos espirituais para ouvir, que ouçam: a promessa de Jesus Cristo de enviar o Espírito Santo (…)”

YOGANANDA, Paramahansa. A Segunda Vinda de Cristo, A Ressurreição do Cristo Interior. Comentário Revelador dos Ensinamentos Originais de Jesus. Vol. I. Editora Self, 2017, pág. XXVII.

Parte: Introdução.

Presença da Onisciência

“Embora o corpo de Jesus estivesse adormecido, sua consciência interna estava desperta no permanente estado de percecepção próprio da onipresença de Deus. A onisciência de um indivíduo está centralizada na mente consciente durante a  a vigília, na mente subconsciente durante o sono e na superconsciência durante a meditacão profunda. Quando alguém está concentrado no estado de vigília, se subconsciência e superconsciência permanecem na retaguarda. Quando dorme, a consciência e a superconsciência estão na retaguarda. No entanto, um mestre como Jesus, que tem o centro de sua consciência na Consciência Cósmica, é onisciente no Espírito, esteja seu corpo desperto ou adormecido.

A consciência onipresente de Deus conhece a vida e a morte, do atividades no sono e na vigília de todas as criaturas Nele presentes, assim como nós conhecemos todos os pensamentos que estão em nossa mente.”

YOGANANDA, Paramahansa. A Segunda Vinda de Cristo, A Ressurreição do Cristo Interior. Comentário Revelador dos Ensinamentos Originais de Jesus. Vol. II. Editora Self, 2017, pág. 174.

Capítulo 38: “A tua fé te salvou” A tempestade, a doença, os demônios e a morte curvam-se diante da vontade de Jesus.

Código de Princípios Morais do Universo

“O Evangelho, assim, não é o livro de um povo apenas, mas o Código de Princípios Morais do Universo, adaptável a todas as pátrias, a todas as comunidades, a todas as raças e a todas as criaturas, porque representa, acima de tudo, a carta de conduta para a ascensão da consciência à imortalidade, na revelação da qual Nosso Senhor Jesus Cristo empregou a mediunidade sublime como agente de luz eterna, exaltando a vida e aniquilando a morte, abolindo o mal e glorificando o bem, a fim de que as leis humanas se purifiquem e se engrandeçam, se santifiquem e se elevem para a integração com as Leis de Deus.”

Xavier, Francisco Cândido/ André Luiz. Mecanismos da Mediunidade. Federação Espírita Brasileira, Brasília, 2016, Capítulo 26.

Contemplação da Presença

“As palavras de Jesus não se dirigem apenas ao ladrão, mas a toda a humanidade, e se referem à infalível presença de Deus e à Sua morada onipresente de bem-aventurança (o “paraíso“), onde as almas virtuosas se reúnem após a morte diante de Sua Majestade Celestial e de todos os santos libertos. Ao contrário do que ocorre na Terra, onde cada indivíduo é reconhecido por sua forma, no céu as almas não veem necessariamente a Deus na forma de uma personalidade humana. Mas se tiverem suficiente bom karma, poderão contemplá-Lo como uma Luz, ou uma Voz, ou uma Presença bem- aventurada que fala através da intuição de todas as almas ali reunidas que habitam um corpo astral. De acordo com sua devoção e grau de Autorealização, as almas adiantadas que visitam o reino astral podem ver, dentre os infinitos aspectos do Pai, qualquer forma materializada de Deus que seus corações desejem. Assim como o gás invisível constituído de hidrogênio e oxigênio pode ser cristalizado em gelo, também o Espírito invisível pode cristalizar-se em uma forma pelo poder de condensação da devoção profunda.

(…)

As melhores regiões do mundo astral, onde tudo é controlado pelo poder de vontade da mente, sem dependência das forças físicas, estão livres das limitações e sofrimentos do mundo material; ainda assim, seus habitantes estão sujeitos a algumas restrições cármicas. O paraíso supremo e livre de limitações é o estado da Consciência Cósmica e da Bem-aventurança Cósmica. As almas adiantadas podem experimentar a Consciência Cósmica no mais profundo samadhi; mas é somente ao permanecer nesse estado que a alma alcança a unidade absoluta com o Espírito e jamais é compelida a reencarnar outra vez na Terra.

Depois da morte do corpo físico, a alma que não se encontra completamente liberta no Espírito retém seu visível corpo astral luminoso de 19 elementos supramentais e vitatrônicos, bem como seu invisível corpo causal composto de 35 elementos ideatrônicos. Nos três dias transcorridos entre sua crucificação e ressurreição, Jesus libertou sua alma de todos os vínculos que o prendiam à sua forma física encarnada e a seus corpos astral e causal. Quando a alma é libertada da prisão dos três corpos, imerge no Espírito e permanece invisivelmente presente na Infinitude, retendo uma individualidade formal, mas em essência unificada com o Espírito.”

YOGANANDA, Paramahansa. A Segunda Vinda de Cristo, A Ressurreição do Cristo Interior. Comentário Revelador dos Ensinamentos Originais de Jesus. Vol. III. Editora Self, 2017, pág. 403-404.

Capítulo 74: A crucificação.

Eles Não Sabem o Que Fazem

“Nenhum dos milagres de Jesus pôde igualar-se ao supremo milagre da vitória espiritual do amor divino sobre o mal: “Pai, perdoa -lhes, porque não sabem o que fazem

(…) Com seu olho espiritual aberto à Consciência Crística e à Consciência Cósmica, Jesus tinha a capacidade consciente de exercer poder sobre toda a criação e poderia ter destruído facilmente seus inimigos.”

(…)

Apesar das torturas do corpo e da gravidade da ignomínia, da zombaria e do ódio, ele não sucumbiu às incitações da natureza humana. Transcendendo as limitações do corpo, ele manifestou o poder de seu espírito ilimitado e a imagem de Deus dentro de si.

Houve mártires que enfrentaram de forma voluntária, e mesmo sorrindo, as torturas da morte; mas poucos alcançaram suficiente adiantamento espiritual para possuir e entretanto não utilizar seus poderes milagrosos com a finalidade de chamar à razão os malfeitores. Jesus nunca demonstrou seus poderes ou milagres para dissuadir seus inimigos de crucificá-lo. Ele entregou seu corpo, mas seu espírito jamais se rendeu.”

YOGANANDA, Paramahansa. A Segunda Vinda de Cristo, A Ressurreição do Cristo Interior. Comentário Revelador dos Ensinamentos Originais de Jesus. Vol. III. Editora Self, 2017, pág. 400-401.

Capítulo 74: A crucificação.

A Verdade – Consciência Cósmica

“Foi com este propósito que minha Inteligência Crística, a Inteligência Universal com a qual sou um, nasceu da Consciência Cósmica: para ser a causa e o princípio governante do cosmos. A Inteligência Crística Se refletiu na criação para dar testemunho da verdade única: a Consciência Cósmica presente além da criação. Todo devoto que está em sintonia com a Verdade – a Consciência Cósmica – alcançou essa realização ao ouvir a Vibração Cósmica de Om, o Espírito Santo, que emana de minha Inteligência Crística e constitui Sua voz.”

A soberana Inteligência Crística, designada pelo Deus transcendente para governar toda a criação, é a testemunha, o reflexo, da Verdade – a Consciência Cósmica do Pai transcendental, que é a única Substância da qual proveio tudo quanto existe. Jesus assinala que todo devoto adiantado que entre em contato com a Verdade, a Consciência Cósmica, deve primeiro estabelecer contato com o Espírito Santo ou Vibração Cósmica e com a Consciência Crística presente nessa Vibração.

(…)

Quando Pilatos perguntou: “Que é a Verdade?“, Cristo não respondeu. As indagações muito pomposas de intelectualistas como Pilatos raramente procedem de um ardente espírito de pesquisa.

(…) Um filho de Deus “dá testemunho” com a sua própria vida. Ele personifica a verdade; se também a explica, trata-se de generosa redundância.”

(…)

A verdade não é uma teoria, nem um sistema filosófico especulativo, nem um insight intelectual. A verdade é a correspondência exata com a Realidade. Para o homem, a verdade é o inabalável conhecimento da sua natureza real, do seu Eu como alma. Jesus, em cada ato e palavra de sua vida, provou que conhecia a verdade do seu ser- a sua origem em Deus. Totalmente identificado com a Consciência Crística onipresente, ele podia dizer, em caráter final: “Todo aquele que é da verdade ouve a minha voz“.

Buda também se recusou a lançar luz sobre as questões derradeiras da metafísica, assinalando secamente que os poucos momentos do homem na Terra seriam mais bem empregados no aperfeiçoamento de sua natureza moral. O místico chinês Lao- Tsé ensinou corretamente: “Quem sabe não o diz; quem diz não o sabe”. Os mistérios últimos de Deus não se acham “abertos ao debate”. A decifração de Seu digo secreto é uma arte que o homem não pode comunicar a outro homem; aqui, só o Senhor é o Mestre.

(…) Reverberando por todo o universo como a vibração criadora de Om, o Som Primordial traduz-se instantaneamente em palavras inteligíveis para o devoto com ele sintonizado.”

YOGANANDA, Paramahansa. A Segunda Vinda de Cristo, A Ressurreição do Cristo Interior. Comentário Revelador dos Ensinamentos Originais de Jesus. Vol. III. Editora Self, 2017, pág. 392-393.

Capítulo 74: A crucificação.

Inteligência da Consciência Crística

Nestes versículos, “mão” simboliza poder de operação e autoridade; “mão direita” simboliza o principal poder de operação, a Inteligência refletida de Deus que atua na criação. Portanto, “a mão direita do poder de Deus” refere-se à Consciência Crística que emana de Deus e é a principal inteligência operativa que energiza e ativa toda a criação por meio da Vibração Cósmica criadora.

A resposta de Jesus não significava que no futuro os habitantes do mundo tanto os ignorantes como os sábios – o contemplariam “vindo sobre as nuvens do céu“. Deus, que move os universos no espaço, não necessita impressionar a população da Terra subjugando-a com semelhante demonstração.

(…)

Ao responder desse modo ao sumo sacerdote, Jesus na realidade enviava uma mensagem aos buscadores espirituais de todos os tempos. Qualquer devoto sincero que abra o olho espiritual poderá não apenas ter uma visão de Jesus, mas também conhecer a Consciência Crística nele presente como o poder da “mão direita” de Deus. Assim como o proprietário de uma fábrica conta com uma pessoa que é sua “mão direita”, também o Proprietário do universo a Consciência Cósmica transcendente – tem como Sua “mão direita” a Consciência Crística onipresente na criação. Essa Inteligência Crística é o canal imanente do Deus-Pai da criação, o único meio através do qual o poder da Consciência Cósmica Se materializou na criação, ou seja, Deus refletido como Consciência Crística, como a Essência de tudo o que existe.

(…) assim como as nuvens da atmosfera terrestre que se vê com os olhos abertos escondem as regiões que se encontram além delas, também a escuridão dos olhos fechados e as obscuras profundezas do céu que se vê com os olhos abertos atuam como muros que escondem a luminosa região do céu astral, oculta por trás da muralha vibratória do éter – transparente ainda que opaca. As visões autênticas podem ser contempladas com os olhos abertos ou fechados. Todo devoto espiritual altamente adiantado que possa ver através de seu olho espiritual telescópico comprova que as nuvens da escuridão dos olhos fechados e o firmamento etéreo que obstrui a percepção dos olhos abertos se desvanecem no nada de sua natureza ilusória. Quando o devoto, com o auxílio do olho espiritual, dissipa assim a escuridão interior dos olhos fechados e a opacidade exterior do firmamento, o cosmo astral celestial aparece, revelando os anjos de Deus e muitas maravilhas luminosas.”

YOGANANDA, Paramahansa. A Segunda Vinda de Cristo, A Ressurreição do Cristo Interior. Comentário Revelador dos Ensinamentos Originais de Jesus. Vol. III. Editora Self, 2017, pág. 378-379.

Capítulo 73: A agonia de Jesus no jardim de Getsêmani e sua prisão.

Palavras de Sabedoria Através de Jesus

Porque eu não tenho falado de mim mesmo; mas o Pai, que me enviou, ele me deu mandamento sobre o que hei de dizer e sobre o que hei de falar“: quando a Consciência Crística pronunciava palavras de sabedoria por intermédio de Jesus era porque a Consciência Cósmica, de onde emanam todas as coisas, fazia vibrar Seus desejos como um grande mandamento concernente ao que devia ser dito ao mundo através dos lábios de Jesus, em forma de discursos e parábolas para as multidões e de máximas e conselhos com explicações mais profundas para os discípulos.”

YOGANANDA, Paramahansa. A Segunda Vinda de Cristo, A Ressurreição do Cristo Interior. Comentário Revelador dos Ensinamentos Originais de Jesus. Vol. III. Editora Self, 2017, pág. 205.

Capítulo 66: “É chegada a hora em que o Filho do homem há de ser glorificado”.