Inatividade dos Orgãos Carnais

“Vocês possuem uma prova disso quando o homem se encontra naturalmente desdobrado, cada noite, durante o sono, vendo e ouvindo, a despeito da inatividade dos órgãos carnais, na experiência a que chamam “vida de sonho”.

Xavier, Francisco Cândido / André Luiz. Nos Domínios da Mediunidade. Federação Espírita Brasileira, Brasília, 1955, pp. 105-113.

A Percepção de Acordo com a Evolução

“(…) embora a criatura empregue os ouvidos e os olhos, ela vê e ouve com o cérebro, e, apesar de o cérebro usar as células do córtex para selecionar os sons e imprimir as imagens, quem vê e ouve, na realidade, é a mente. Todos os sentidos na esfera fisiológica pertencem à alma, que os fixa no corpo carnal, de conformidade com os princípios estabelecidos para a evolução dos espíritos reencarnados na Terra.”

Xavier, Francisco Cândido / André Luiz. Nos Domínios da Mediunidade. Federação Espírita Brasileira, Brasília, 1955, pp. 105-113.

Aparelhos de Complementação e Percepção Mental

“Os olhos e os ouvidos materiais estão para a vidência e para a audição como os óculos estão para os olhos e o ampliador de sons para os ouvidos – simples aparelhos de complementação. Toda percepção é mental. Surdos e cegos na experiência física, convenientemente educados, podem ouvir e ver, por meio de recursos diferentes daqueles que são vulgarmente utilizados.”

Xavier, Francisco Cândido / André Luiz. Nos Domínios da Mediunidade. Federação Espírita Brasileira, Brasília, 1955, pp. 105-113.

Retorno ao Corpo Denso

“A voz de Castro apagou-se-lhe nos lábios e, daí a instantes, vimo-lo regressar, amparado pelos irmãos que o haviam conduzido, retomando o corpo denso com naturalidade.

Reajustando-se, qual se o vaso físico o absorvesse de inopino, acordou na esfera carnal, na posse de todas as suas faculdades normais, esfregando os olhos como quem desperta de grande sono.”

Xavier, Francisco Cândido / André Luiz. Nos Domínios da Mediunidade. Federação Espírita Brasileira, Brasília, 1955, pp. 95-103.

Autogoverno

“Castro ainda é um iniciante no serviço. À medida que entesoure experiência, manejará possibilidades mentais avançadas, assumindo os aspectos que deseje, considerando que o perispírito é constituído de elementos maleáveis, obedecendo ao comando do pensamento, seja nascido de nossa própria imaginação, mormente quando a nossa vontade se rende, irrefletida, à dominação de Espíritos tirânicos ou viciosos encastelados na sombra.”

“Se pudesse pensar com firmeza fora do corpo físico, se já tivesse conquistado uma boa posição de autogoverno, com facilidade imprimiria sobre as forças plásticas de que se reveste a imagem que preferisse, aparecendo ao nosso olhar como lhe aprouvesse, porque é possível estampar em nós mesmos o desenho que nos agrade.”

Xavier, Francisco Cândido / André Luiz. Nos Domínios da Mediunidade. Federação Espírita Brasileira, Brasília, 1955, pp. 95-103.

 

Desdobramento

“Enquanto o equipamento fisiológico descansava, imóvel, Castro, tateante e assombrado, surgia junto de nós, numa cópia estranha de si mesmo, porquanto, além de maior em sua configuração exterior, apresentava-se azulada à direita e alaranjada à esquerda.

Tentou movimentar-se; contudo, parecia sentir-se pesado e inquieto…”

“Clementino renovou as operações magnéticas e Castro, desdobrado, recuou, como que se justapondo novamente ao corpo físico. Verifiquei, então, que desse contato resultou singular diferença. O corpo carnal engolira, instintivamente, certas faixas de força que imprimiam manifesta irregularidade ao perispírito, absorvendo-as de maneira incompreensível para mim.

Desde esse instante, o companheiro, fora do vaso de matéria densa, guardou o porte que lhe era característico.”

Xavier, Francisco Cândido / André Luiz. Nos Domínios da Mediunidade. Federação Espírita Brasileira, Brasília, 1955, pp. 95-103.

Cada Vaso Recebe de Conformidade Com a Estrutura

“(…)  O jato de forças mentais do irmão Clementino atuou sobre a organização psíquica de Silva, como uma corrente dirigida para a lâmpada elétrica. Apoiando-se nos no plexo solar, elevou-se ao sistema Neurocerebral, como a energia elétrica da usina emissora que, atingindo a lâmpada, se espalha no filamento incandescente, produzindo fenômeno da luz.”

“(…) Clementino graduou o pensamento e a expressão de acordo com a capacidade do nosso Raul e do ambiente que o cercam, ajustando-se-lhes as possibilidades…”

“(…) Cada vaso recebe de conformidade com a estrutura que lhe é própria.”

 

Observações Espirituais

“Mas e a luz? A matéria que conhecemos no mundo transfigurou-se. Tudo aqui se converteu em claridade nova!”

    • Um homem encarnado é um gerador de força eletromagnética, com oscilação por segundo, registrada pelo coração.
    • Todas as substâncias vivas da terra emitem energias, enquadradas nos domínios das radiações ultravioletas.
    • (…) Em apreciáveis condições vibratórias pela sincera devoção ao bem, com esquecimento do seus próprios desejos. Podem, deste modo projetar raios mentais, em vias de sublimação, assimilando corrente superiores e enriquecendo os raios vitais* de que são dínamos comuns.”

Xavier, Francisco Cândido / André Luiz. Nos Domínios da Mediunidade. Federação Espírita Brasileira, Brasília, 1955, pp. 19-26.

Continuum da Vida

“A mente meditativa está unida, na representação de mistérios, não com o corpo cuja morte é apresentada, mas com o princípio da vida contínua que por algum tempo o habitou e que, durante esse tempo, foi a realidade revestida na aparência (a um só tempo, sofredor e causa secreta), o substrato em que o nosso eu se dissolve quando a “tragédia que desfigura a face do homem” despedaça, esmaga e dissolve nossa capa mortal”.

Campbell, Joseph. O herói de mil faces. Pensamento, São Paulo, 2007, p. 33.