Autoridade Cósmica

“Os ortodoxos destacam o relato de Mateus, segundo o qual o Cristo ressuscitado anunciou aos “11” que sua própria autoridade tinha agora atingido proporções cósmicas: “Toda a autoridade sobre o céu e a Terra me foi entregue.

(…)embora as visões, sonhos e transes extáticos manifestem vestígios da presença espiritual de Jesus, a experiência dos 12 apóstolos era totalmente diferente.

O que quer que pensemos da historicidade do relato ortodoxo, podemos admirar sua ingenuidade. Essa teoria – de que toda autoridade procede da experiência do Cristo ressuscitado por determinados apóstolos, uma experiência agora para sempre concluída – possui grandes implicações para a estrutura política da comunidade. Primeiro, como aponta o estudioso alemão Karl holl, restringe o círculo de liderança  a um pequeno grupo de pessoas cujos membros estão em posição de autoridade incontestável. Segundo, sugere que apenas os apóstolos têm direito a ordenar fututos líderes como sucessores. Os cristãos do século II usaram relato de Lucas para situar o trabalho de base no estabelecimento de cadeias restritas e específicas de comando para todasas gerações futuras de cristãos. Qualquer líder potencial da comunidade deveria atribuir ou reivindicar a origem da autoridade dos mesmos apóstolos. No entanto, segundo a visão ortodoxa, ninguém pode jamais demandar autoridade semelhante – e menos ainda questioná-la.

(…)

Essa teoria atingiu um sucesso extraordinário: por quase 2 mil anos os cristãos ortodoxos aceitaram a visão de que apenas os apóstolos possuíam autoridade religiosa definitiva, e apenas padres e bispos são seus herdeiros legítimos e buscam sua ordenação pela mesma sucessão apostólica.”

PAGELS, Elaine. Os Evangélhos Gnósticos. Editora Objetiva, 1979, pág. 8-10.

Capítulo: 1- A Controvérsia Sobre a Ressurreição de Cristo: Acontecimento Histórico ou Símbolo?

Os Hereges Podem Falar por Si

“Começamos agora a perceber que o cristianismo – e o que identificamos como tradição cristã- representa, na verdade, apenas uma pequena seleção de fontes específicas, escolhidas entre dezenas de outras. Quem fez a seleção? E por que razões? Por que os outros escritos foram excluídos e proibidos como “heresia”? O que os tornou tão perigosos? Agora, pela primeira vez, temos a oportunidade de conhecer a primeira heresia cristã; pela primeira vez, os hereges podem falar por si mesmos.”

PAGELS, Elaine. Os Evangélhos Gnósticos. Editora Objetiva, 1979, pág. XXXIX.

Capítulo: Introdução.

Compreensão Espiritual e Autoconhecimento

Primeiro, os judeus e os cristãos ortodoxos insistem que um abismo separa a humanidade de seu Criador: Deus é exatamente o oposto. Mas alguns dos gnósticos que escreveram esses evangelhos contradizem isso: o autoconhecimento é o conhecimento de Deus; o eu e o divino são idênticos. (…) o “Jesus vivo” desses textos fala de ilusão e iluminação, não de pecado e arrependimento(…). Em vez de ter como missão nos salvar do pecado, ele veio para ser um guia que abre o acesso à compreensão espiritual.”

PAGELS, Elaine. Os Evangélhos Gnósticos. Editora Objetiva, 1979, pág. XXI-XXII.

Capítulo: Introdução.

Filho Unigênito

“Os escritos de muitos cristãos gnósticos dos dois primeiros séculos, incluindo Basílides, Teódoto, Valentino e Ptolomeu, expressam de maneira similar uma com preensão do “Filho unigênito” como um princípio cósmico na criação – o divino Nous (palavra grega para inteligência, mente ou pensamento) – e não a pessoa de Jesus. Cle mente de Alexandria, um dos célebres “Pais da Igreja”, cita, como referência a partir dos escritos de Teódoto, que “o Filho unigênito é Nous” (Excerpta ex Theodoto 6:3). Em Gnosis: A Selection of Gnostic Texts (Oxford, Inglaterra: Clarendon Press, 1972), o estudioso alemão Werner Foerster cita Irineu: “Basílides apresenta Nous originan do-se, no princípio, do Pai sem origem”. Valentino, professor muito respeitado pela congregação cristã de Roma em torno de 140 d.C., tinha pontos de vista semelhantes, de acordo com Foerster, acreditando que, “no prólogo do Evangelho de João, o Uni gênito’ toma o lugar de Nous”.

No Concílio de Niceia (325 d.C.), entretanto, e no posterior Concílio de Constan tinopla (381 d.C.), a Igreja proclamou como doutrina oficial que o próprio Jesus era, nas palavras do Credo Niceno, “o Filho unigênito de Deus, gerado do Pai antes de todos os séculos; Luz da Luz, Deus verdadeiro de Deus verdadeiro; gerado, não feito; homoousios (“consubstancial’) com o Pai”. “Depois do Concílio de Constantinopla”, escreve Timothy D. Barnes em Athanasius and Constantius: Theology and Politics in the Constantinian Empire (Harward University Press, 1993), “o imperador sacramentou suas decisões em leis e sujeitou a penalidades legais os cristãos que não aceitassem o Credo de Niceia e seu lema homoousios. Conforme reconhecido já há muito tempo, esses acontecimentos marcaram uma transição entre duas épocas distintas na história da Igreja Cristã e do Império Romano.” A partir de então, explica Richard E. Rubens tein em When Jesus Became God: The Struggle to Define Christianity During the Last Days of Rome (Nova York: Harcourt, 1999), o ensinamento oficial da Igreja passou a ser que a não aceitação de Jesus como Deus significava a rejeição do próprio Deus. Ao longo dos séculos, esse ponto de vista trouxe enormes – e frequentemente trágicas – implicações no relacionamento dos cristãos com os judeus (e, mais tarde, com os muçulmanos que consideravam Jesus como um profeta divino, mas não como parte da própria Divindade) e também com os povos não cristãos de terras posteriormente conquistadas e colonizadas pelas nações europeias. (Nota da Editora)”

YOGANANDA, Paramahansa. A Segunda Vinda de Cristo, A Ressurreição do Cristo Interior. Comentário Revelador dos Ensinamentos Originais de Jesus. Vol. I. Editora Self, 2017, pág. 297-298.

Capítulo 13: O segundo nascimento do homem: o nascimento no Espírito – Diálogo com Nicodemos, parte I.

Primeira e Segunda de Pedro

“A Primeira de Pedro é uma carta escrita em estilo tão semelhante ao de São Paulo, que se supõe redigida por Silvano, discípulo de Paulo, que se tornara colaborador de Pedro, e que é mencionado nessa carta, no cap. 5,12. Essa carta é notável pelo seu ensinamento sobre a alegria do cristão batizado e a união dos cristãos em Jesus Cristo (caps. 1 e 2). Dirigida a cristãos que sofrem por sua fé, a carta lembra-lhes o exemplo da Paixão de Cristo (cap. 3), exortando-os à santidade e à prática de todas as virtudes correspondentes aos seus estados.”

(…)

“A Segunda de Pedro, que parece ter sido redigida por outro secretário do apóstolo aproxima-se muito estreitamente da Carta de Judas.”

Bíblia Sagrada Ave-Maria: Edição revista e ampliada. Edição Claretiana Editora Ave-Maria, Editora Ave-Maria, 2012. Versão Kindle, Posição 1273-1277.

Carta a Filêmon

“Quanto à Carta a Filêmon, é mais um bilhete que uma carta, e dirige-se a um rico cristão de Colossos, cujo escravo fugitivo viera buscar proteção junto ao apóstolo. Este implora do senhor irritado o perdão para o escravo arrependido.”

Bíblia Sagrada Ave-Maria: Edição revista e ampliada. Edição Claretiana Editora Ave-Maria, Editora Ave-Maria, 2012. Versão Kindle, Posição 1246.

Carta aos Gálatas

“O motivo da Carta aos Gálatas foi o seguinte: alguns judeus cristãos queriam obrigar os pagãos neoconvertidos a se conformarem à antiga lei religiosa judaica. O apóstolo protesta contra esse particularismo. Nessa Carta (cuja data é controvertida, colocando-a alguns em 48 e outros mais ou menos em 56), ele conta como foi chamado ao apostolado pelo próprio Jesus, e afirma que só há um Evangelho autêntico, aquele que foi anunciado com unanimidade por todos os outros apóstolos (…)”

Bíblia Sagrada Ave-Maria: Edição revista e ampliada. Edição Claretiana Editora Ave-Maria, Editora Ave-Maria, 2012. Versão Kindle, Posição 1219.

Ichthus

“Ichthus é um acrônimo usado pelos cristãos primitivos, da expressão: “Iēsous Christos Theou Yios Sōtēr”, que significa “Jesus Cristo, Filho de Deus, Salvador” (em grego antigo, Ἰησοῦς Χριστός, Θεοῦ ͑Υιός, Σωτήρ). Sendo que Ichthus, do Grego Antigo ἰχθύς, significa “peixe”.”

Nascimento, Peterson do. Evangelho Copta dos Egípcios (Coleção Apócrifos do
Cristianismo Livro XVI) – Versão Kindle, Posição 656.

Reencarnação de Auxiliares do Bem

“Apesar dos numerosos desvios da Igreja Romana, que esquecera os princípios cristãos tão logo que chamada aos gabinetes da política do mundo, nunca o Catolicismo foi de todo abandonado pelas potências do bem, no mundo
espiritual.”

(…)

“Os Apóstolos do divino Mestre, nas claridades do Infinito, deploram semelhantes espetáculos de indigência espiritual e promovem a reencarnação de numerosos auxiliares da tarefa remissora, nas hostes da regra de São Bento.”

Xavier, Francisco Cândido / Emmanuel. A Caminho da Luz. Federação Espírita Brasileira, Brasília, 2016, p. 143-144.

A Doutrina do Amor

“(…) o sangue dos cristãos era a seiva da vida lançada às divinas sementes do Cordeiro, e os seus sacrifícios foram bem os reflexos da amorosa vibração do ensinamento do Cristo, atravessando os séculos da Terra para ser compreendido e praticado nos milênios do porvir.”

(…) Doutrina cristã, todavia, encontrara nas perseguições os seus melhores recursos de propaganda e de expansão.”

Xavier, Francisco Cândido / Emmanuel. A Caminho da Luz. Federação Espírita Brasileira, Brasília, 2016, p. 123.