Tudo que é manifestado é engendrado

“(…)ó Tat, explicarei a ti, para que não sejas não iniciado nos mistérios do melhor nome, que é Deus. Porém compreenda como o que parece ser o imanifesto para muitos virá a ser mais manifesto para ti. (…) Pois tudo que é manifestado é engendrado; com efeito, foi manifestado; e o imanifesto sempre existe, pois não necessita ser manifestado para existir; com efeito, sempre existe. Sendo ele imanifesto, faz todas as outras coisas manifestas; como sempre existe, ele não é manifestado pelas coisas manifestas; <engendra> não sendo engendrado; mas todas as coisas <não são de aparências sensi- veis e em aparência sensível. Pois a aparência sensível é somente dos en- gendrados. Por isso, nada mais é o engendramento do que a aparência sensível.(…) Pois somente a intelecção, e como sendo ela imanifesta, vè o imanifesto. Se puderes, ele se manifestará aos olhos da mente.(…)”

TRISMEGISTOS, Hermes. Corpus Hermeticum graecum, São Paulo:Ed. Cultrix, 2023, Pág. 153.

Parte II- Corpus Hermeticum Graecum.

Lilellus V

Bem, e o Bem é Deus

“- Portanto, Deus não é <nous>, mas é o causador do ser nous, nem do pneuma, mas o causador do ser pneuma; nem luz, mas o causador do ser luz. Donde é necessário reverenciar Deus por esses dois titu los os quais têm sido aplicados somente a ele e a nenhum outro. (…) E esse é o Único e não há nenhum outro. Porém todas as outras coisas são incapazes da natureza do Bem; pois são o corpo e a alma, não tendo lugar que pode com- portar o Bem. Pois tal é a grandeza do Bem tanto quanto é a existência de todos os seres, incorpóreos como corpóreos, e dos sensíveis e dos inteligíveis. Isso é o Bem, isso é Deus. Portanto, não digas que alguma coisa é boa porque, por sua vez, serás ímpio, ou que Deus é alguma outra coisa, exceto somente o Bem.

(…) Deus não é entendido por todos, mas, pela ignorância, chamam os deuses e alguns dos homens de bons, nunca podendo esses ser nem vir a ser bons por natureza, pois o Bem é inalienável e inseparável de Deus, sendo ele o próprio Deus. Assim, portanto, todos os outros deuses imortais têm sido honrados pelo título de deus, porém, Deus é o Bem, não segundo a honra, mas segundo a natureza, pois uma é a natureza de Deus, o Bem, e só há uma única espécie de ambos, da qual todas as espécies se originam. Pois o que dá todas as coisas e o que nada recebe é bom. Portanto, Deus dá todas as coisas e nada recebe, portanto, Deus é <o> Bem, e o Bem é Deus.”

TRISMEGISTOS, Hermes. Corpus Hermeticum graecum, São Paulo:Ed. Cultrix, 2023, Pág. 139.

Parte II- Corpus Hermeticum Graecum.

Lilellus II

O primeiro inteligível é Deus

“(…)o primeiro inteligível é Deus, ele não é inteligivel por si mesmo, pois a coisa inteligível, para o pensante, cai na sensação; por isso, Deus não é em si inteligível; pois não sendo alguma outra coisa do que é pensada, ele é pensado por si.”

TRISMEGISTOS, Hermes. Corpus Hermeticum graecum, São Paulo:Ed. Cultrix, 2023, Pág. 133.

Parte II- Corpus Hermeticum Graecum.

Lilellus II

Santo é Deus

“E eu registrei a benfeitoria do Poimandres em mim mesmo, completando também todas as coisas sobre as quais desejava me deleitar. Pois o sono do corpo veio a ser a sobriedade da alma; e a oclusão dos olhos, uma visão verda deira, e a minha quietude, impregnada do bem; e a extração da palavra, os produtos das boas coisas. Porém isso aconteceu comigo, tendo recebido do meu nous, isto é, do Poimandres, do logos da autoridade. Vim divinamente inspirado da verdade. Por isso, dou um elogio a Deus Pai de toda a alma e força.

Santo é Deus e Pai de todos.
Santo é Deus, cuja vontade é cumprida pelas suas próprias potências.
Santo é Deus, que quer ser conhecido e é conhecido pelos seus
Santo és, que tens constituido por ti os seres com a palavra.
Santo és, cuja toda natureza produziu uma imagem.
Santo és, que a natureza não formou.
Santo és, o mais forte do que a potência.
Santo és, o maior do que toda proeminência.
Santo és, o melhor que os louvores.

Recebe os sacros sacrificios racionais de alma e coração, dedicados a ti, o Inexprimivel, ó Inefável, tu que és chamado em silêncio.”

TRISMEGISTOS, Hermes. Corpus Hermeticum graecum, São Paulo:Ed. Cultrix, 2023, Pág. 131.

Parte II- Corpus Hermeticum Graecum.

Lilellus I

O Pai de todos, o Nous

“Porém o Nous Deus, sendo macho-fêmea, sendo vida e luz, gestou com uma palavra outro Nous Demiurgo, que, sendo Deus do fogo e do ar, criou uns sete regentes, os quais envolvem o mundo sensivel em ciclos, e cuja regência é chamada heimarmene.

(…) Porém o Nous Demiurgo, com o Logos, o que envolve e que rodopia com zunidos, girou as obras de si mesmo e permitiu que fossem giradas desde um início indefinido até um infindo término; pois começa onde se acaba, porém a circunvolução desses, segundo quis o Nous, trouxe os viventes irracionais dos elementos inferiores (pois não possuíam o Logos): o ar trouxe os voláteis e a água os aquáticos; porém a terra e a água têm sido separadas uma da outra, segundo quis o Nous; a terra tirou fora de si os que eram viventes quadrúpedes <e> répteis, feras selvagens e domésticas.

O Pai de todos, o Nous, sendo vida e luz, gestou um Homem idêntico a ele, o qual ele amou como próprio rebento; pois era mui lindo, tendo a imagem do Pai; pois também, deveras, Deus amou a própria forma <e> entregou todas as obras de si mesmo, e quando o Homem avistou a criação do Demiurgo no fogo, quis criar também, e foi permitido pelo Pai.”

TRISMEGISTOS, Hermes. Corpus Hermeticum graecum, São Paulo:Ed. Cultrix, 2023, Pág. 121.

Parte II- Corpus Hermeticum Graecum.

Lilellus I

Simplicidade e devoção

“E para poder levar a termo perfeito o que tinha começado com simplicidade e devoção, suplicou a Deus que lhe indicasse o que era mais oportuno fazer logo que abrisse o livro pela primeira vez.”

Frei Tomás de Celano. Primeira Vida: Vida de São Francisco de Assis Escrita em 1228 D.C, Ed. Família Católica,2018, Local: 1305.

SEGUNDO LIVRO

Capítulo 2- O maior desejo de São Francisco.

Seu porto seguro era a oração

“Seu porto seguro era a oração, que não era curta, nem vazia ou presunçosa, mas demorada, cheia de devoção e tranquila na humildade. Se começava à tarde, mal a podia acabar pela manhã. Andando, sentado, comendo ou bebendo, estava entregue à oração. Gostava de passar a noite rezando sozinho em igrejas abandonadas e construídas em lugares desertos, onde, com a proteção da graça de Deus, venceu muitos temores e muitas angústias.”

Frei Tomás de Celano. Primeira Vida: Vida de São Francisco de Assis Escrita em 1228 D.C, Ed. Família Católica,2018, Local: 1037.

PRIMEIRO LIVRO

Capítulo 27- Clareza e firmeza do pensamento de São Francisco.

No nome do Senhor conseguiam a saúde

“Gualfredúcio, um homem religioso, que temia e venerava a Deus com toda a sua família, e morava em Città della Pieve, tinha consigo uma corda que São Francisco já tinha usado em sua cintura. Acontecia que, naquela cidade, muitos homens e não poucas mulheres sofriam de várias doenças e febres. Ele ia à casa de cada um dos doentes, dava-lhes de beber água em que tinha mergulhado a corda ou alguns fiapos e assim, no nome do Senhor, todos conseguiam a saúde.”

Frei Tomás de Celano. Primeira Vida: Vida de São Francisco de Assis Escrita em 1228 D.C, Ed. Família Católica,2018, Local: 944.

PRIMEIRO LIVRO

Capítulo 21- Pregação aos pássaros e obediência das criaturas.

Investido de autoridade apostólica

“Passou por ali, naquele tempo, o imperador Otão, para receber a coroa do império terreno. Apesar do enorme ruído e pompa, o santo pai e seus companheiros, cuja cabana ficava à beira do caminho, nem saiu para vê-lo, nem permitiu que ninguém olhasse, a não ser um, a quem mandou para anunciar-lhe repetidamente que sua glória ia durar pouco. Pois o glorioso santo permanecia recolhido em si mesmo, passeando pelo espaço de seu coração, onde preparava uma habitação digna de Deus. Por isso seus ouvidos não se deixavam levar pelo clamor de fora, e voz alguma podia distraí-lo ou interromper sua importante ocupação. Sentia-se investido de autoridade apostólica e por isso se recusava absolutamente a bajular reis e príncipes.”

Frei Tomás de Celano. Primeira Vida: Vida de São Francisco de Assis Escrita em 1228 D.C, Ed. Família Católica,2018, Local: 680.

PRIMEIRO LIVRO

Capítulo 16- A estadia em Rovotorto e a guarda da pobreza

Tribulações e tentações

“Grande era seu regozijo por nada verem, nem possuírem que os pudesse prender às coisas vãs e agradáveis aos sentidos. Por isso iniciaram aí sua aliança com a santa pobreza e, extraordinariamente consolados pela falta de todas as coisas que são do mundo, decidiram permanecer sempre unidos a ela, como estavam ali. Pondo de lado toda solicitude pelos bens terrenos, só lhes interessava a consolação de Deus. Por isso resolveram com firmeza não se apartar dos braços da pobreza por maiores que fossem as tribulações e tentações.”

Frei Tomás de Celano. Primeira Vida: Vida de São Francisco de Assis Escrita em 1228 D.C, Ed. Família Católica,2018, Local: 572.

PRIMEIRO LIVRO

Capítulo 14- Volta de Roma para o vale de Espoleto