Os rituais

“Os rituais não assinalam, no presente ensaio, um local de saudosismo. Servem, ao contrário, como contraponto perante o qual nosso presente se delineia de modo mais nítido. É sem nostalgia que se esboçará uma genealogia do desaparecimento que, não obstante, não será interpretada como história da emancipação. Ao decorrer disso, serão delineadas patologias do presente, sobretudo a erosão da comunidade.”

HAN, Byung-Chul.O desaparecimento dos rituais: Uma topologia do presente. Ed. Vozes, 2021, Local 38.

Observação prévia

A verdade da filosofia

“A verdade da filosofia pode, de fato, não ser afetada pela história, respondia Kojève, mas daí não decorre que se possa evitar a história: o objetivo dessa verdade é entrar na história para reformá-la — e assim a tarefa prática do comércio com os detentores do poder, os guardiões que vigiam essa entrada e controlam o tráfego, permanece como parte integrante e vital dos afazeres da filosofia.

A história é a realização da filosofia; a verdade da filosofia encontra seu teste e confirmação últimos em sua aceitação e reconhecimento, tornando-se, nas palavras dos filósofos, a carne da polis.

O reconhecimento é o telos e verificação última da filosofia; e assim o objeto da ação dos filósofos não são apenas os próprios filósofos, seu pensamento, o “fazer interno” do filosofar, mas o mundo enquanto tal, e, por fim, a harmonia entre os dois, ou, antes, o refazer o mundo à imagem da verdade cujos guardiões são os filósofos. “Não ter intercâmbio” com a política não é, portanto, uma resposta; cheira a traição não só ao “mundo que aí está”, mas também à própria filosofia.”

BAUMAN, Zygmunt.Modernidade líquida, Ed. Zahar, Local: 854-863.

Capítulo 1 | Emancipação

A teoria crítica revisitada

Correlação histórica

“Obviamente eu não pretendia estabelecer uma correlação histórica entre o Tao-Te King, o Bhagavad- Gītā e o Corp. Herm., mas sim uma correlação arquetipica, de linguagem mística e sapiencial, que ultrapassasse o mundo esquemático narrativo da mitologia grega, mas sem cair em uma linguagem histórica, moderna e contemporânea com tendência a negar a mística. Do mesmo modo, não pensei em encontrar uma linguagem de uma escola filosófica greco-romana, com seus princípios de causa, de identidade, de unilinearidade, de não contradição ou do tertium non datur, nem tampouco com as ideias de modus, limite e finis.

(…) Certamente, isso não se trata de algo meramente empírico, mas sim comportamental e mistico, que a razão, per se, não é suficiente para alcançar.”

TRISMEGISTOS, Hermes. Corpus Hermeticum graecum, São Paulo:Ed. Cultrix, 2023, Pág. 19.

Prefácio

A individualização

“A sociedade moderna existe em sua atividade incessante de “individualização”, assim como as atividades dos indivíduos consistem na reformulação e renegociação diárias da rede de entrelaçamentos chamada “sociedade”

E assim o significado da “individualização” muda, assumindo sempre novas formas — à medida que os resultados acumulados de sua história passada solapam as regras herdadas, estabelecem novos preceitos comportamentais e fazem surgir novos prêmios no jogo.”

BAUMAN, Zygmunt.Modernidade líquida, Ed. Zahar, Local: 577-579.

Capítulo 1 | Emancipação

O indivíduo em combate com o cidadão

História da depressão

“O inconsciente não tem influência na depressão. Alain Ehrenberg, porém, insiste nessa tecla: “Foi a história da depressão que nos ajudou a compreender essa reviravolta social e espiritual. Seu incremento incontido perpassa as duas dimensões de modificações que perfizeram o sujeito da primeira metade do século XX: a libertação psíquica e a insegurança da identidade, a iniciativa pessoal e a incapacidade de agir. Essas duas dimensões deixam claros dois riscos antropológicos, que residem no fato de que na psiquiatria o conflito neurótico inclina para a insatisfação depressiva.”

HAN, Byung-Chul. Sociedade do Cansaço. Ed. Vozes, 2022, Local 734.

Anexos: Sociedade do Esgotamento

Sistema Mental

(…) imaginação, invenção, inovação, projeto, visão. Ela consiste em sistematizar mentalmente o mundo e, então, ressistematizá-lo para criar um mundo que não existe, mas um dia poderá existir.

(…) O discurso durou dezessete minutos e quarenta segundos. E mudou a história.

ANDERSON, Chris, Ted Talks: O Guia Oficial do Ted para Falar em Público, Ed. Intrinseca, 2016, Pág. 103-104.

Capítulo 2 – Ferramentas da Palestra: Revelação.

Raízes Fortes da Razão

A razão não é uma erva que cresce rápido, mas um carvalho que cresce devagar. Não obstante, suas raízes são fortes e profundas e, ao crescer, ela pode transformar uma paisagem para sempre.

*Persuasão é o ato de substituir uma visão de mundo por algo melhor.

*Em seu cerne está o poder da razão, capaz de causar um impacto de longo prazo.

*A razão se mostra mais eficaz quando acompanhada de bombas de instuição, histórias de detetive, recursos visuais e outros mecanismos que propiciem plausibilidade.

ANDERSON, Chris, Ted Talks: O Guia Oficial do Ted para Falar em Público, Ed. Intrinseca, 2016, Pág. 96.

Capítulo 2 – Ferramentas da Palestra: Persuasão.

Mais do que a Lógica

*Injete algum humor de início

*Acrescente um caso real

*De exemplos eloquentes

*Busque o aval de terceiros.

*Use recursos visuais impactantes

“Confundimos moralidade com frugalidade. Fomos ensinados a achar que a feirinha com gastos operacionais de 5% é moralmente superior ao empreendimento profissional de levantamento de recursos com 40% de gastos operacionais; porém, a informação mais importante foi deixada de lado: qual é o tamanho real dessas pizzas? E se a feirinha de doces arrecadar apenas 71 dólares porque não fez investimento em escala, e o empreendimento profissional arrecadar 71 milhões de dólares porque fez? Qual pizza vamos escolher, e qual delas achamos que as pessoas que passam fome vão escolher?”

ANDERSON, Chris, Ted Talks: O Guia Oficial do Ted para Falar em Público, Ed. Intrinseca, 2016, Pág. 94-95.

Capítulo 2 – Ferramentas da Palestra: Persuasão.

História de Detetive

Você começa fazendo um grande mistério, depois percorre o mundo das ideias em busca de soluções possíveis, descartando uma a uma, até que reste apenas uma única viável.

O que torna esse método mais persuasivo é o fato de nos sentirmos como que percorrendo o mesmo caminho de aprendizado do orador. Em vez de ouvir fatos, somos convidados a nos unir ao processo de descoberta.

(…) À medida que eliminamos uma a uma as teorias alternativas, vamos nos convencendo.”

ANDERSON, Chris, Ted Talks: O Guia Oficial do Ted para Falar em Público, Ed. Intrinseca, 2016, Pág. 93-94.

Capítulo 2 – Ferramentas da Palestra: Persuasão.

Revelação da Sua Jornada

“A mudança que se faz necessária é uma montagem bem feita de sua jornada, que ligue momentos críticos e permita ao outro entender o sentido deles. Sem isso, mesmo que sua vida tenha sido notável, a palestra poderá parecer errática e autocentrada. No entanto, se sua jornada revelar algo importante que você tenha aprendido, e se cada passo dela for revelado com humildade honestidade e vulnerabilidade, todos teremos muito prazer em refazê-la com você.

(…)

Andrew Solomon:

Sempre há quem queira confiscar nossa humanidade, e sempre há as histórias que a restauram. Se vivermos em voz alta, poderemos derrotar o ódio e expandir a vida de todo mundo.”

ANDERSON, Chris, Ted Talks: O Guia Oficial do Ted para Falar em Público, Ed. Intrinseca, 2016, Pág. 72-73.

Capítulo 2 – Ferramentas da Palestra: Narração.