Falsas Histórias dos Judeus

“Pôncio Pilatos até Cláudio, saudação. Recentemente, houve um assunto que eu mesmo trouxe à luz: Pois os judeus, por inveja, puniram a si mesmos e a sua posteridade com julgamentos temerosos de sua própria culpa; pois enquanto seus pais tinham promessas que seu Deus os enviaria do céu, seu santo que deveria ser chamado rei deles, e prometera que o enviaria sobre a terra por uma virgem; ele, então, veio quando eu era governador da Judéia, e eles o viram iluminando os cegos, limpando os leprosos, curando os paralisados, expulsando demônios dos homens, ressuscitando os mortos, repreendendo os ventos, caminhando seco sobre as ondas do mar e fazendo muitas outras maravilhas, e todo o povo dos judeus o chamando de Filho de Deus: Os principais sacerdotes, pois, com inveja contra ele, o tomaram e o entregaram a mim. E apresentaram contra ele falsas acusações uma após a outra, dizendo que ele era um feiticeiro e fazia coisas contrárias à lei deles. Mas eu, acreditando que isso era verdade, tendo-o açoitado, entreguei-o à vontade deles; e crucificaram-no; e quando ele
foi sepultado, puseram-lhe guardas. Mas enquanto meus soldados o observavam, ele ressuscitou no terceiro dia; no entanto, tanta malícia dos judeus se acendeu que eles deram dinheiro aos soldados, dizendo: Dizei que seus discípulos roubaram seu corpo. Mas eles, apesar de terem recebido o dinheiro, não foram capazes de manter o silêncio sobre o que havia acontecido, pois também testemunharam que o viram erguer-se do sepulcro e que receberam dinheiro dos judeus. E essas coisas eu vos relatei por essa causa, para que outras pessoas, mentindo, não fossem até vós, pois vós não deveriam considerar correto acreditar nas falsas histórias dos judeus.”

Nascimento, Peterson do. O Evangelho Segundo Nicodemos (Coleção Apócrifos do Cristianismo Livro XI) – Versão Kindle, Posição 907.

Aquele Que Crê e For Batizado Será Salvo

“Vá a todo o mundo e pregue a toda criatura: Aquele que crê e for batizado será salvo, mas o que não crer será condenado. E estes sinais seguirão sobre os que crerem: em meu nome expulsarão demônios, falarão em novas línguas, tomarão serpentes e, se beberem algo mortal, isso não lhes fará mal; imporão as mãos sobre os enfermos e eles se recuperarão. E enquanto Jesus ainda falava com seus discípulos, nós o vimos sendo levado ao céu.”

Nascimento, Peterson do. O Evangelho Segundo Nicodemos (Coleção Apócrifos do Cristianismo Livro XI) – Versão Kindle, Posição 452.

José de Arimatéia e o Sepulcro de Jesus

“Mas um certo homem chamado José, sendo conselheiro, da cidade de Arimatéia, que também procurou o reino de Deus, esse homem foi a Pilatos e implorou pelo corpo de Jesus. E ele o pegou, embrulhou-o em um pano de linho limpo e colocou-o em um sepulcro talhado, onde nunca havia sido posto homem.”

(…)

“Mas todos eles se esconderam, e só Nicodemos foi visto, pois ele era um governante dos judeus.”

(…)

“Da mesma forma, José também apareceu e disse-lhes: Por que é que vocês estão irritados comigo, porque eu implorei o corpo de Jesus? Eis que e o coloquei na minha nova tumba, enrolando-a em linho limpo, e rolei uma pedra sobre a porta da caverna. E não lideis bem com o justo, pois não se arrependeu quando o crucificaram, mas também o perfuraram com uma lança.”

(…)

“Mas os judeus se apoderaram de José e ordenaram que ele fosse posto em salvaguarda até o primeiro dia da semana; e disseram-lhe: Sabe que o tempo não nos permite fazer nada contra ti, porque o sábado amanhece; para que não obtenhas enterro, mas daremos a tua carne às aves do céu.”

(…)

“(…) agarraram José e o tomaram e o trancaram em uma casa onde não havia janela, e guardas foram postos à porta; e selaram a porta do lugar onde José foi encerrado.”

(….)

“E toda a multidão levantou-se cedo e tomou conselho na sinagoga para decidirem com que morte eles deveriam matá-lo. E, quando o conselho foi estabelecido, ordenaram que ele fosse trazido com grande desonra. E quando
eles abriram a porta, não o encontraram. E todo o povo ficou fora de si e maravilhado, porque encontraram os cadeados fechados, e Caifás tinha a chave.”

Nascimento, Peterson do. O Evangelho Segundo Nicodemos (Coleção Apócrifos do Cristianismo Livro XI) – Versão Kindle, Posição 395-419.

Então és Rei?

“Pilatos disse-lhe: Então és rei? Jesus respondeu: Tu dizes que eu sou rei; por essa causa nasci e vim, para que todo aquele que é da verdade ouça minha voz. Pilatos disse-lhe: O que é a verdade? Disse-lhe Jesus: A verdade é
do céu. Pilatos diz: Não há verdade sobre a terra? Jesus disse a Pilatos: Vês como os que falam a verdade são julgados por aqueles que têm autoridade na terra.”

Nascimento, Peterson do. O Evangelho Segundo Nicodemos (Coleção Apócrifos do Cristianismo Livro XI) – Versão Kindle, Posição 270.

Ideia Central da Punição

“No uso punitivo de força, quem a utiliza formou um julgamento moralista sobre a outra pessoa, um julgamento que imputa àquela pessoa algum erro que merece punição. A pessoa merece sofrer pelo que fez. Essa é a ideia central da punição. Disso deriva a noção de que os seres humanos são fundamentalmente criaturas pecaminosas e más, e que o processo corretivo lhes fará arrepender-se. Seria preciso ver quão horríveis são por terem feito o que fizeram. E o modo de levá-los ao arrependimento é aplicando algum castigo que os faça sofrer. (…)

A maneira de pensar que leva ao uso protetivo de força é radicalmente diferente. (…) Nossa consciência está totalmente focada em nossas necessidades. Estamos atentos para as necessidades que estão em risco. Mas de maneira alguma imputamos maldade ou erro à criança.

(…) E tal mentalidade está muito relacionada à segunda diferença – a intenção. No uso punitivo de força, a intenção é criar dor e sofrimento na outra pessoa, fazê-la lamentar ter feito o que fez. No uso protetivo de força, a intenção é apenas proteger. 

(…) ” Se eu os vir indo para a rua, vou colocá-los no quintal onde não há perigo de serem atropelados” (…) Mas o principal é que nós, os pais, estejamos conscientes da diferença. ”

ROSENBERG, Marshall. Criar Filhos Compassivamente: Maternagem e Paternagem na Perspectiva da Comunicação Não Violenta. São Paulo: Palas Athenas, 2020, pág. 45-46.

Todos Temos Tendências Fundamentalistas

“Algumas vezes, quando lutamos para tentar entender o extremismo religioso e ideológico sobre o qual ouvimos no noticiário, nos perguntamos: “Como as pessoas chegaram a esse ponto? Por que elas não se ouvem?”. Mas, se quisermos realmente entender isso, tudo o que precisamos fazer é olhar para nós mesmos. Todos nós lutamos com a ambiguidade, e todos temos tendência ao fundamentalismo. Quantas vezes objetificamos pessoas e situações colocando-as em caixinhas: “Ele é desse jeito; ela é desse jeito”? Adotamos atitudes fundamentalistas em relação aos outros quando simplesmente nos recusamos a deixar que eles sejam maiores do que a visão subjetiva e objetificada que temos deles.”

MATTIS-NAMGYEL, Elizabeth. O Poder de uma Pergunta Aberta: o caminho do Buda para a liberdade. Teresópolis, RJ: Lúcida Letra,  2018. p. 106.

O Bem se Sobrepõe ao Mal

“– Abstenhamo-nos de julgar. Consoante a lição do Mestre que hoje abraçamos, o amor deve ser nossa única atitude para com os adversários. A vingança, Anésia, é a alma da magia negra. Mal por mal significa o eclipse absoluto da razão. E, sob o império da sombra, que poderemos aguardar senão a cegueira e a morte? Por mais aflitiva lhe seja a lembrança dessa mulher, recorde-a em suas preces e em suas meditações, por irmã necessitada de nossa assistência fraterna. Ainda não readquirimos nossa memória integral do passado e nem sabemos o que nos ocorrerá no futuro… Quem terá sido ela no pretérito? alguém que ajudamos ou ferimos? Quem será para nós no porvir? Nossa mãe ou nossa filha? Não condene! O ódio é como o incêndio que tudo consome, mas o amor sabe como apagar o fogo e reconstruir. Segundo a Lei, o bem neutraliza o mal, que se transforma, por fim, em servidor do próprio bem. Ainda que tudo pareça conspirar contra a sua felicidade, ame e ajude sempre, porque o tempo se incumbirá de expulsar as trevas que nos visitam, à medida que se nos aumente o mérito moral.”

Xavier, Francisco Cândido / André Luiz. Nos Domínios da Mediunidade. Federação Espírita Brasileira, Brasília, 1955, Capítulo 20.

Comunicação que Bloqueia a Compaixão

“É de nossa natureza gostarmos de dar e receber com compaixão. Entretanto, aprendemos muitas formas de “comunicação alienante da vida” que nos levam a falar e a nos comportar de maneiras que ferem aos outros e a nós mesmos. Uma forma de comunicação alienante da vida é o uso de julgamentos moralizadores que implicam que aqueles que não agem em consonância com nossos valores estão errados ou são maus. Outra forma desse tipo de comunicação é fazer comparações, que são capazes de bloquear a compaixão tanto pelos outros quanto por nós mesmos. A comunicação alienante da vida também prejudica nossa compreensão de que cada um de nós é responsável por seus próprios pensamentos, sentimentos e atos. Comunicar nossos desejos na forma de exigências é ainda outra característica da linguagem que bloqueia a compaixão.”

Rosenberg, Marshall B. Comunicação não-violenta: técnicas para aprimorar relacionamentos pessoais e profissionais. Editora Ágora. São Paulo, 2006, p. 48.

Tópicos do Capítulo

  • Certas formas de comunicação nos alienam de nosso estado compassivo natural.
  • No mundo dos julgamentos, o que nos importa é QUEM “É” O QUÊ.
  • Analisar os outros é, na realidade, uma expressão de nossas necessidades e valores.
  • Classificar e julgar as pessoas estimula a violência.
  • Comparações são uma forma de julgamento.
  • Nossa linguagem obscurece a consciência da responsabilidade pessoal.
  • Podemos substituir uma linguagem que implique falta de escolha por outra que reconheça a possibilidade de escolha.
  • Ficamos perigosos quando não temos consciência de nossa responsabilidade por nossos com portamentos, pensamentos e sentimentos.
  • Nunca conseguimos forçar as pessoas a fazer nada.
  • O pensamento baseado em “quem merece o quê” bloqueia a comunicação compassiva.
  • A comunicação alienante da vida tem profundas raízes filosóficas e políticas.