Nascimento Sagrado

“Embora Jesus tenha nascido sem produzir milagres que deveriam abalar seus familiares e a vizinhança, tal fato revestiu-se de suma importância no Espaço, em torno da Terra, onde os anjos que o acompanhavam em sua descida para a carne vibraram de intenso jubilo pelo êxito do mundo espiritual no advento do Messias. Era o mais esplendoroso acontecimento verificado até aquela época, pois através do sacrifício de alta Entidade Espiritual, as trevas terrenas, dali por diante, receberiam mais forte Luz Crística, em comunhão mais íntima com o seu Cristo Planetário. Jesus. o Messias, instrumento vivo hipersensível e descido dos céus, derramaria através de sua carne a Luz do Espírito do Senhor, ensejando a mais breve libertação do “homem velho”, ainda algemado à força coerciva dos instintos animais.

(…)

Nenhuma estrela se moveu no céu, guiando reis magos até Nazaré, embora Melchior, Baltazar e Gaspar tivessem realmente procurado identificar o local onde se encarnara o Avatar prometido para aquela época. Eram velhos magos e experimentados astrólogos, que pela disposição extraordinária dos astros no signo de Pisces e além de sua profunda sensibilidade mediúnica, certificaram-se de que uma Entidade de alta estirpe espiritual teria nascido na Terra, naqueles dias proféticos para os conhecedores da Astrologia. Em consequência, devido aos seus cálculos astrológicos e à sua habilidade esotérica, puderam identificar que a posição conjuncional de Saturno, Marte e Júpiter marcava uma data sideral de suma importância para as atividades espirituais.”

RAMATÍS. O Sublime Peregrino. Obra psicografada por Hercílio Maes. São Paulo: Ed. Conhecimento, 2020, pág. 114-115.

Preâmbulo – Trechos Importantes

“Esta obra prende-se a algumas lembranças do contato que tivemos com Jesus de Nazaré, na Palestina, e de indagações que fizemos a alguns dos seus próprios discípulos naquela época, e a outros, aqui no Espaço.(…) pudemos revivê-los recorrendo aos arquivos ou “registros etéricos”, fruto das vibrações das ondas de luz, ao Éter ou “Akasha” dos orientais, que fotografa desde o vibrar de um átomo até a composição de uma galáxia*.

[*] “Conforme não mais ignoram os estudiosos e pensadores do Espiritismo, as poderosas sensibilidades etéricas, as ondas luminosas disseminadas pelo Universo, o fluido universal, enfim, sede da Criação, veículo da Vida, possui a prodigiosa capacidade de fotografar e arquivar em suas indescritíveis essências os acontecimentos desenrolados sob a luz do Sol, na Terra, ou pela vastidão do Infinito”. Trecho extraído da p. 56, da obra Dramas da Obsessão, de Yvonne A Pereira, editada pela Federação Espírita Brasileira.”

(…)

Não defendemos “tese” nem pretendemos firmar pontos doutrinários nos relatos sobre O Sublime Peregrino; tentamos apenas revelar-vos algumas atitudes e estados de espírito do Mestre Jesus, que se ajustam realmente à sua elevada contextura espiritual. (…) Em verdade, todos nós descobrimos, dia a dia, que ainda sabemos muito pouco sobre a natureza sideral de Jesus, e, possivelmente, só depois de alguns milênios poderemos conhecê-la em sua plenitude.

(…)

A tradição mitológica costuma sempre descrever o nascimento dos grandes iniciados ou avatares destinados a desempenharem relevantes missões sociais ou espirituais, como provindos de virgens e sob misterioso esponsalício estranho à ordem natural do sexo e da gestação Crisna, Lao-Tse, Zoroastro, Buda, Salivahana e outros instrutores espirituais nasceram de virgens e através de fenômenos ou processos extraterrenos.

(…)

A consumação do seu holocausto na cruz foi o coroamento messiânico e a confirmação inconfundível de toda sua doutrina recomendada à humanidade e sem derrogar as leis do mundo material, pois os seus próprios “milagres” nada tinham de sobrenaturais, mas podiam ser facilmente explicáveis pelas leis da física transcendental com relação aos fenômenos mediúnicos hoje conhecidos.

(…)

O Mestre mobilizava todos os recursos possíveis para evitar sua desencarnação prematura, cujo corpo de carne se ressentia do potencial elevado das vibrações emitidas pelo seu Espirito angélico. (…) O ritmo do metabolismo de sua vida espiritual ultrapassava o limite áurico de toda a humanidade terráquea, e os seus raciocínios transbordavam fora do tempo e do espaço, exaurindo-lhe o cérebro.

No seu hercúleo esforço para situar-se a contento, na carne, Jesus assemelhava-se a um raio de sol tentando acomodar-se numa vasilha de barro.

(…)

Malgrado o terrícola ainda não possuir sensibilidade moral apurada, em condições de avaliar o imenso sacrifício e abnegação despendidos por Jesus para descer aos charcos do vosso mundo, são bem menores as lutas, angustias e os tormentos do pecador, no sentido de purificar-se até subir as esferas da angelitude, ante o martírio do anjo que renuncia às venturas celestiais dos mundos divinos, para descer ao abismo pantanoso dos mundos materiais, como sucedeu a Jesus.

É bem mais fácil e cômodo despojarmo-nos dos trajes enlameados e tomarmos um banho refrescante, do que vestirmos roupas pesadas e descermos a um fosso de Todo repulsivo e infeccionado, onde se debatem criaturas necessitadas de nosso auxílio.”

Paz e Amor.

Ramatis

RAMATÍS. O Sublime Peregrino. Obra psicografada por Hercílio Maes. São Paulo: Ed. Conhecimento, 2020, pág. 11-15.

Crucificação

“SOLTARAM-ME E escolheram-No. Depois Ele subiu, e eu cai. E fizeram Dele uma vítima e um sacrifício para a Páscoa. Fui libertado de minhas correntes, e caminhei com a multidão atrás Dele, mas eu era um homem vivo seguindo para minha própria sepultura.

Quando O pregaram em Sua cruz, eu estava lá.

Via e ouvia, mas parecia-me que eu estava fora do meu próprio corpo. O ladrão que crucificaram à Sua direita disse-lhe: “Estás sangrando comigo, mesmo tu, Jesus de Nazaré?”

E Jesus respondeu e disse: “Não fosse por este prego que segura minha mão, eu me estenderia e apertaria tua mão.

“Fomos crucificados juntos. Oxalá tivessem erguido tua cruz mais perto da minha.” Depois, olhou para baixo e fitou Sua mãe e um jovem que estava de pé ao lado dela. E disse: “Mãe, olha teu filho de pé ao teu lado. “Mulher, olha um homem que levará esta gotas do meu sangue ao País do Norte.”

E quando ouviu as lamentações das mulheres da Galileia, disse: “Vede, elas choram e eu tenho sede.

“Estou preso alto demais para alcançar suas lágrimas. “Não tomarei vinagre e fel para aplacar esta sede.”

Depois, seus olhos se abriram largamente para o céu, e Ele disse: “Pai, por que nos abandonaste?” E depois disse com compaixão: “Pai, perdoai-lhes por que não sabem o que fazem.”

Quando pronunciou estas palavras, pareceu-me ver todos os homens prostrados diante de Deus, implorando perdão pela crucificação desse único homem. Depois, Ele disse novamente em alta voz: “Pai, em tuas mãos entrego meu espírito.” E por fim ergueu a cabeça e disse: “Agora tudo está ter minado, mas apenas sobre este monte.” E fechou os olhos.

Então, relâmpagos rasgaram os céus escuros, e ouviu-se um grande trovão.

Sei agora que aqueles que O mataram em meu lugar provocaram meu tormento interminável. Sua crucificação não durou mais do que uma hora. Mas eu serei crucificado até o fim de meus anos.”

GIBRAN, Gibran Khalil.  Jesus, o Filho do Homem. Tradução: Mansour Challita. Associação Cultural Internacional Gibran, 1973, pág. 161-162.

Seu Poder

“DIZEM QUE Jesus de Nazaré era humilde e manso. Dizem que, embora justo e reto, era homem tímido, e foi confundido muitas vezes pelos fortes e poderosos; e que, quando se achava diante de homens de autoridade, não passava de um cordeiro entre leões.

Mas eu digo que Jesus tinha autoridade sobre os homens e que conhecia Seu poder e o proclamava entre as colinas da Galileia e nas cidades da Judéia e da Fenícia. Que homem condescendente e brando diria: “Eu sou á vida, eu sou o caminho para a verdade“?

Que homem manso e humilde diria: “Eu estou em Deus, nosso Pai; e nosso Deus, o Pai, está em mim“? Que homem inseguro de sua própria força diria: “Quem não acredita em mim não acredita nesta vida nem na vida sem piterna”?

Que homem incerto do amanhã proclamaria: “Vosso mundo passará e se converterá em cinzas esparsas antes que passem minhas palavras”? Duvidava Ele de si mesmo quando disse àqueles que tentavam embaraçá-lo com uma prostituta: “Quem estiver sem pecado atire a primeira pedra“?

Temeu a autoridade quando lançou os cambistas para fora do átrio do templo, embora fossem licenciados pelos sacerdotes?

Estavam Suas asas aparadas quando gritou bem alto:

“Meu reino está acima de vossos reinos terrenos”? Estava procurando abrigo em palavras quando repetiu e tornou a repetir: “Destruí este templo, e eu o reconstruirei em três dias”?

Era um covarde quem sacudiu o punho à face das autoridades e chamou-lhes “mentirosas, vis, corruptas e degeneradas”?

Um homem bastante ousado para dizer essas coisas àqueles que governavam a Judéia poderia ser considerado manso e humilde? Não. A águia não constrói seu ninho no salgueiro-chorão. E o leão não busca sua caverna entre as samambaias. Sinto-me mal e minhas entranhas agitam-se e revoltam se dentro de mim quando ouço os débeis de coração chamarem Jesus humilde e manso, para assim justificarem sua própria debilidade; e quando os calcados aos pés, para seu consolo e conforto, falam de Jesus como de um verme brilhando a seu lado.

Sim, meu coração fica doente com tais homens. Pois o que eu prego é o caçador poderoso e o espírito invencível das alturas!.”

GIBRAN, Gibran Khalil.  Jesus, o Filho do Homem. Tradução: Mansour Challita. Associação Cultural Internacional Gibran, 1973, pág. 53-54.

De Viver e de Ser

“MEU AMIGO, tu, como todos os romanos, sabes melhor conceber a vida do que vivê-la. E antes governarias terras do que te deixarias governar pelo espírito.

Vós, romanos, preferis conquistar raças e ser por elas amaldiçoados a permanecer em Roma e ser abençoados e felizes. Não pensais senão em exércitos em marcha e em navios lançados ao mar.

Como podereis, então, compreender Jesus de Nazaré, um homem simples e isolado que veio, sem armas nem navios, estabelecer um reino no coração e um império nos espaços livres da alma?

“Como compreendereis esse homem que não era um guerreiro, mas veio com a força do poderoso éter?

Ele não era um deus, era um homem como nós outros; mas Nele, a mirra da terra subia para encontrar o incenso do céu; e em Suas palavras, nosso balbucio abraçava o murmúrio do invisível; e em Sua voz, ouvíamos uma canção insondável.

Sim, Jesus era um homem e não um deus, e aí está nosso deslumbramento e nosso assombro. Mas vós, romanos, não vos maravilhais senão com os deuses, e nenhum homem vos assombra. Por isto, não com prendeis o Nazareno.

Ele pertencia à juventude da mente, e vós pertenceis à sua idade avançada.”

GIBRAN, Gibran Khalil.  Jesus, o Filho do Homem. Tradução: Mansour Challita. Associação Cultural Internacional Gibran, 1973, pág. 98.

Coincidências

“Vale a pena enumerar sucintamente as coincidências existentes entre o homem do Sudário e Jesus de Nazaré:

1. A partir do séc. VII, passa-se a adotar na arte religiosa um único modelo para representar Jesus, no qual se distinguem pelo menos 15 detalhes que se encontram na figura do Sudário.

2. A figura estampada no lençol representa um semita com barba e cabelo comprido e entrançado, como se usava na Palestina no tempo de Cristo.

3. A brutal flagelação, insólita em condena dos à crucifixão, executada com o flagrum romano; este castigo não era aplicado aos cidadãos romanos.

4. A coroação de espinhos, circunstância igualmente insólita.

5. O homem do Sudário não foi despido até o lugar da execução, o que também não era usual.

6. As pernas não foram quebradas, ao contrário do que se fazia nos casos de crucifixão, para apressar a morte do condenado.

7. Uma lança de forma igual à que usavam soldados romanos atravessa o lado direito, após a morte.

8. O crucificado não foi enterrado na vala comum, mas sepultado individualmente e com uma peça de linho cara.

9. Foi sepultado cuidadosamente, mas não lhe lavaram o corpo.

10. O cadáver abandonou o lençol fúnebre antes de entrar em decomposição.

ESPINOSA, Jaime. O Santo Sudário. São Paulo: Quadrante, 2017, pág. 54-55.

Conceito de Nazareno

“Em primeiro lugar, devemos tornar claro que o título de Nazareno não queria dizer que a pessoa que o tivesse fosse de uma cidade chamada Nazaré. O título de Nazareno era dado pelos judeus a pessoas estranhas que não seguiam sua religião e que pareciam pertencer a um culto ou seita secreta que existira ao Norte da Palestina por muitos séculos; podemos verificar na Bíblia Cristã que o próprio João Batista era chamado de Nazareno. Também encontramos muitas outras referências a pessoas conhecidas como nazarenos. Em Atos XXIV:5, encontramos um homem qualquer sendo condenado como provocador de uma rebelião entre os judeus em todo o mundo e sendo chamado de “líder da seita dos nazarenos”. Sempre que os entravam em contato com alguém em seu pais que fosse de outra religião, e especialmente se tivesse uma compreensão mística das coisas da vida e vivesse de acordo com um código ético ou filosófico diferente do judaico, chamavam-no de Nazareno falta de um nome mais adequado.

LEWIS, H. Spencer. A Vida Mística de Jesus. Curitiba, PR: AMORC, 2001, p. 57-58.

Jesus o Nazareno

“Agora devemos passar a tratar de outra fase da história dos pais de Jesus e Dele mesmo. Em grande parte da literatura cristã Jesus é chamado de Nazareno, sendo comum acreditar-se que Jesus nasceu ou passou a maior parte de Sua vida em Nazaré. É estranhável que os estudiosos da literatura bíblica, especialmente os que escreveram tão exaustivamente sobre a vida de Jesus, apresentando em seus ensinamentos e preleções os detalhes pitorescos de Sua vida, nunca tivessem dado a devida atenção ao título de Nazareno nem investigado a sua significação. Todas essas autoridades. escritores e professores presumiram que, sendo Jesus chamado de Nazareno, deveria ser da cidade chamada Nazaré e que, visto que Ele e Seus pais viveram na Galileia, a cidade de Nazaré deveria estar localizada naquela região. Com base neste raciocínio, afirma-se, de modo geral, que Nazaré foi a cidade natal dos pais de Jesus e que Nazaré, na Galileia, foi o lugar onde Jesus passou sua infância.”

LEWIS, H. Spencer. A Vida Mística de Jesus. Curitiba, PR: AMORC, 2001, p. 56.