Viver a Palestra

“O que eu digo às pessoas é: a prática não leva à perfeição. A prática torna a imperfeição tolerável. Isso porque, quando você sabe algo de trás para frente, pode JOGAR com os imprevistos, em vez de suprimi-los.”

(…) Não pretenda recitar a palestra. Você deve vivê-la. (…) Você deve dar a impressão de que está expondo essas ideias pela primeira vez.

Isso é possível. Nem toda ocasião em que você vá falar justifica esse investimento de tempo. Mas, quando justifica, vale a pena.

(…)

Andrew Solomon no TED2014:

Não procuramos as experiências dolorosas que talham nossa identidade, mas procuramos nossa identidade na esteira de experiências dolorosas. Não somos capazes de suportar um tormento que não tenha razão de ser, mas podemos resistir a uma grande dor se acreditarmos que há nela um propósito. A tranquilidade nos marca menos do que a dificuldade. Poderíamos ser nós mesmos sem nossos prazeres, mas não sem as desventuras que conduzem nossa busca por sentido.

(…)

Erga os olhos sempre que puder e faça contato visual.”

ANDERSON, Chris, Ted Talks: O Guia Oficial do Ted para Falar em Público, Ed. Intrinseca, 2016, Pág. 132-133.

Capítulo 3 – `PROCESSO DE PREPARAÇÃO: Roteirização.

 

 

Palestras Roteirizadas

Uma coisa é ouvir a leitura, outra é ouvir a falar.”

*Roteiro:

1. Tenha o texto na ponta da língua, de modo que em momento algum ele pareça roteirizado. (Em breve falaremos mais sobre esse ponto.)

2. Recorra ao roteiro (esteja ele num púlpito – preferencialmente de um tipo que não esconda seu corpo todo – ou talvez numa tela ou monitor), mas compense isso olhando para o público a cada frase, para fazer contato visual com ele, Observe que eu não disse “leia o roteiro”. Você pode ter o discurso todo diante de si, mas é importante que se encontre no modo fala, e não no modo leitura. A plateia percebe a diferença. Tudo depende da expressividade das palavras, conforme você as pronuncia com toda a naturalidade e o entusiasmo possíveis. Trata-se de fazer contato visual com a plateia, sorrir e assumir outras expressões faciais. Trata-se de ter tal intimidade com o roteiro que você só precise dar uma olhada nele a cada uma ou duas frases. Claro que isso dá trabalho, mas vale a pena, e é bem menos assustador do que a memorização total.

3. Concentre o roteiro em tópicos e planeje-se para expressar cada um em palavras espontâneas. Essa técnica tem suas dificuldades, que serão tratadas adiante em “Palestras não roteirizadas”.

(…)

Para a maioria das pessoas, decorar uma palestra de dezoito minutos pode levar cinco ou seis horas. Uma hora por dia, durante uma semana.

(…)

Você só decora plenamente sua fala quando é capaz de realizar outra atividade que exija energia mental enquanto dá a palestra.”

ANDERSON, Chris, Ted Talks: O Guia Oficial do Ted para Falar em Público, Ed. Intrinseca, 2016, Pág. 128-131.

Capítulo 3 – `PROCESSO DE PREPARAÇÃO: Roteirização.

 

Transições

“Cortar (cut) e dissolver (dissolve) têm dois significados subconscientes: com cortar, você está passando para uma ideia nova, e ao dissolver os dois slides têm alguma relação.”

ANDERSON, Chris, Ted Talks: O Guia Oficial do Ted para Falar em Público, Ed. Intrinseca, 2016, Pág. 120.

Capítulo 3 – `PROCESSO DE PREPARAÇÃO: Recursos Visuais.

A Finalidade dos Recursos Visuais

David McCandless:

“QUE PAÍS TEM O MAIOR ORÇAMENTO MILITAR?”

“(…) um título seguido de várias frases longas que resumem os tópicos abordados, são a maneira mais segura de desviar a atenção da plateia. Isso porque ela lê muito mais depressa do que o palestrante, e, quando o tópico do slide é explicado, a plateia já o considera coisa sabida.

Se você vai expor um tópico durante alguns minutos, talvez valha a pena deixar na tela uma palavra ou frase para lembrar o público o que está sendo explicado.

Em vez de um slide que diga Um buraco negro é um objeto tão massivo que nem a luz escapa dele, você deveria trocá-lo por um slide com o seguinte título: Até que ponto um buraco negro é negro? Em seguida, dê a informação oralmente, com as palavras do slide original. Assim, o slide desperta a curiosidade e torna suas palavras mais interessantes, e não menos.

A finalidade principal dos recursos visuais não deve ser comunicar palavras. A boca do palestrante já faz isso muito bem. A finalidade dos recursos visuais é mostrar aquilo que a boca não mostra tão bem: fotografias, vídeos, animações e dados importantes.”

(…) Hans Rosling mostra as melhores estatísticas que você já viu”!

ANDERSON, Chris, Ted Talks: O Guia Oficial do Ted para Falar em Público, Ed. Intrinseca, 2016, Pág. 112-113.

Capítulo 3 – `PROCESSO DE PREPARAÇÃO: Recursos Visuais.

 

Revele!

“O motivo mais óbvio para o uso de recursos visuais é simplesmente mostrar algo difícil de descrever em palavras.

O segredo está em expor o contexto, preparar o público e então… BUM! Deixar o recurso visual fazer sua mágica.

ANDERSON, Chris, Ted Talks: O Guia Oficial do Ted para Falar em Público, Ed. Intrinseca, 2016, Pág. 112.

Capítulo 3 – `PROCESSO DE PREPARAÇÃO: Recursos Visuais.

 

Sonhos com Eficácia

“Há dois segredos para se revelar um sonho com eficácia:

*Pinte um quadro nítido da alternativa futura que você almeja.

*Faça-o de um jeito que outras pessoas também passem a desejar esse futuro,

ANDERSON, Chris, Ted Talks: O Guia Oficial do Ted para Falar em Público, Ed. Intrinseca, 2016, Pág. 106.

Capítulo 2 – Ferramentas da Palestra: Revelação.

Aplicações e Implicações dos Fatos

*Uma provocação inicial.

*O indispensável quanto a fundamentos, contexto e/ou história da invenção.

*A demonstração propriamente dita (quanto mais visual e teatral melhor, desde que você não a falsifique).

*As implicações da tecnologia.

ANDERSON, Chris, Ted Talks: O Guia Oficial do Ted para Falar em Público, Ed. Intrinseca, 2016, Pág. 103.

Capítulo 2 – Ferramentas da Palestra: Revelação.

Temas Claros

Exemplo:

“Esse é o mundo desconhecido, e até hoje só exploramos cerca de 3% do que existe nos oceanos. Neles já descobrimos as montanhas mais altas do mundo, os vales mais profundos, lagos submarinos, quedas d’água submarinas […] E. num lugar em que pensávamos não haver vida alguma, encontramos mais vida […] e mais diversidade e densidade do que na floresta tropical, o que mostra que não sabemos muito sobre este planeta. Ainda existem 97% por descobrir, e esses 97% podem estar vazios ou cheios de surpresas.

(…)

Mas as caminhadas maravilhosas funcionam melhor quando há um tema claro ligando os passos, algo mais forte do que uma mera sucessão de exemplos recentes de sua obra.

“Paradigma” e “dialética” não são termos técnicos, como “DNA”, que os especialistas não podem deixar de usar. São metaconceitos, conceitos sobre outros conceitos, e não sobre coisas palpáveis. Academês, economês, jargão corporativo e a verborragia dos críticos de arte são entediantes e incompreensíveis porque estão cheios de metaconceitos, como abordagem, suposição, conceito, condição, contexto, estrutura, questão, nível, modelo, perspectiva, processo, ca- tegoria, papel, estratégia, tendência e variável.”

ANDERSON, Chris, Ted Talks: O Guia Oficial do Ted para Falar em Público, Ed. Intrinseca, 2016, Pág. 98-100.

Capítulo 2 – Ferramentas da Palestra: Revelação.

Raízes Fortes da Razão

A razão não é uma erva que cresce rápido, mas um carvalho que cresce devagar. Não obstante, suas raízes são fortes e profundas e, ao crescer, ela pode transformar uma paisagem para sempre.

*Persuasão é o ato de substituir uma visão de mundo por algo melhor.

*Em seu cerne está o poder da razão, capaz de causar um impacto de longo prazo.

*A razão se mostra mais eficaz quando acompanhada de bombas de instuição, histórias de detetive, recursos visuais e outros mecanismos que propiciem plausibilidade.

ANDERSON, Chris, Ted Talks: O Guia Oficial do Ted para Falar em Público, Ed. Intrinseca, 2016, Pág. 96.

Capítulo 2 – Ferramentas da Palestra: Persuasão.

História de Detetive

Você começa fazendo um grande mistério, depois percorre o mundo das ideias em busca de soluções possíveis, descartando uma a uma, até que reste apenas uma única viável.

O que torna esse método mais persuasivo é o fato de nos sentirmos como que percorrendo o mesmo caminho de aprendizado do orador. Em vez de ouvir fatos, somos convidados a nos unir ao processo de descoberta.

(…) À medida que eliminamos uma a uma as teorias alternativas, vamos nos convencendo.”

ANDERSON, Chris, Ted Talks: O Guia Oficial do Ted para Falar em Público, Ed. Intrinseca, 2016, Pág. 93-94.

Capítulo 2 – Ferramentas da Palestra: Persuasão.