Distanciamento da prática política

“O problema se reduz a uma escolha entre o envolvimento político e o radical distanciamento da prática política, e ao cálculo cuidadoso dos ganhos, riscos e prejuízos potenciais de cada uma dessas posições.”

BAUMAN, Zygmunt.Modernidade líquida, Ed. Zahar, Local: 854.

Capítulo 1 | Emancipação

A teoria crítica revisitada

Viver a Palestra

“O que eu digo às pessoas é: a prática não leva à perfeição. A prática torna a imperfeição tolerável. Isso porque, quando você sabe algo de trás para frente, pode JOGAR com os imprevistos, em vez de suprimi-los.”

(…) Não pretenda recitar a palestra. Você deve vivê-la. (…) Você deve dar a impressão de que está expondo essas ideias pela primeira vez.

Isso é possível. Nem toda ocasião em que você vá falar justifica esse investimento de tempo. Mas, quando justifica, vale a pena.

(…)

Andrew Solomon no TED2014:

Não procuramos as experiências dolorosas que talham nossa identidade, mas procuramos nossa identidade na esteira de experiências dolorosas. Não somos capazes de suportar um tormento que não tenha razão de ser, mas podemos resistir a uma grande dor se acreditarmos que há nela um propósito. A tranquilidade nos marca menos do que a dificuldade. Poderíamos ser nós mesmos sem nossos prazeres, mas não sem as desventuras que conduzem nossa busca por sentido.

(…)

Erga os olhos sempre que puder e faça contato visual.”

ANDERSON, Chris, Ted Talks: O Guia Oficial do Ted para Falar em Público, Ed. Intrinseca, 2016, Pág. 132-133.

Capítulo 3 – `PROCESSO DE PREPARAÇÃO: Roteirização.

 

 

O Jejum da Meditação

O profundo samadhi da meditação é possível somente quando todas as funções corporais são aquietadas. Uma dieta apropriada e o jejum são úteis, condicionando o corpo para esse estado de tranquilidade e interiorização. Jesus reconheceu esse princípio ao jejuar a fim de espiritualizar o corpo e libertar a mente durante seus quarenta dias no deserto.

Meditar com o estômago vazio é uma boa prática, pois a energia que opera o sistema nervoso não está então ocupada com as funções corporais. A meditação após uma refeição pesada estabelece um conflito entre a consciência do corpo e a superconsciência da alma. Quando temos o estômago cheio, o coração, os pulmões e os sistemas digestivo e nervoso estão todos ocupados com a digestão do alimento, queimando carbono e mantendo a circulação até os pulmões para eliminar do sangue o dióxido de carbono. Isso conserva a mente subconsciente ocupada, e ela, por sua vez, introduz sua inquietude na mente consciente. Tal invasão da consciência impede a comunhão divina interior.”

Nota: “Estudos recentes indo-germânicos revelaram que o jejum pode prolongar o tempo de vida”, relatou um artigo no The Deccan Chronicle, de Hyderabad, India, em 23 de janeiro de 1995. “As experiências efetuadas pelo Centro de Biologia Celular e Molecular (CCMB), com sede em Hyderabad, em colaboração com o Instituto Max Planck de Endocrinologia Experimental (Alemanha), observaram que o jejum preservava grande quantidade de energia. Esse excesso de energia poderia ser utilizado para executar outras funções do corpo humano ou para mantê-lo saudável, aumentando assim a longevidade.

“Durante as experiências, em que ratos foram submetidos a jejum, descobriu-se que a renovação ou substituição das células de revestimento interno, o que requer uma grande quantidade de energia, cessou completamente. Não havia também decadência celular fisiológica, e as células intestinais tornaram-se mais eficientes na absorção de nutrientes”, disse Dr. P. D. Gupta, Diretor Representante do CCMB e chefe do estudo em grupo.

“Dr. Gupta relatou que havia exemplos de munis jainistas que jejuaram por mais de 200 dias. Entretanto, descobriu-se que o jejum de até três dias interrompia completamente a ‘decadência celular fisiológica’. A pesquisa constatou que o jejum intermitente de um ou dois dias durante o período de um mês era sempre benéfico.” (Nota da Editora)

YOGANANDA, Paramahansa. A Segunda Vinda de Cristo, A Ressurreição do Cristo Interior. Comentário Revelador dos Ensinamentos Originais de Jesus. Vol. I. Editora Self, 2017, pág. 190-191.

Capítulo 8: A Tentação de Jesus no deserto.

Técnicas de Meditação

“Sente-se ereto, com as escápulas ligeiramente aproximadas, peito para fora, barriga para dentro, mãos nas junturas das coxas com o abdome. Concentre-se no ponto entre as sobrancelhas.”

(…)

“Concentre-se no ponto entre as sobrancelhas. Expire, inspire lentamente pelas narinas, segure a respiração, conte de um a doze e sinta toda a energia juntando-se no ponto entre as sobrancelhas. Expire lentamente; e, lentamente, inspire pelas narinas, segure a respiração e conte até 25. Expire lentamente. Inspire lentamente pelas narinas, segure a respiração e conte até quarenta, sentindo a energia no ponto entre as sobrancelhas. Expire lentamente. Agora esqueça a respiração e concentre-se no ponto entre as sobrancelhas.”

(…)

“Você pode praticar esta técnica a qualquer hora. Onde quer que esteja, sente-se com a espinha ereta e relaxe totalmente. Feche os olhos (ou fixe, com eles semicerrados, o ponto entre as sobrancelhas). Em seguida, com calma profunda, observe mentalmente sua respiração sem controlá-la, à medida que entra e sai de seu corpo. Ao inspirar, mova o dedo indicador da mão direita para dentro, na direção do polegar, e mentalmente (sem mexer a língua ou os lábios), entoe “Hong”. Ao expirar, estenda o dedo indicador e entoe mentalmente “Sau”. (O
objetivo de mover o dedo indicador é tornar mais eficiente a concentração e diferenciar a inspiração da expiração.) Não tente, de maneira alguma, controlar mentalmente a respiração. Antes, assuma a atitude serena do observador silencioso, acompanhando o fluxo natural da respiração à medida que ela entra e sai do corpo.”

(…)

“As palavras sânscritas Hong e Sau têm força de mantras. A expressão básica Aham saha significa “Eu sou Ele”.”

(…)

“Sua atenção, primeiro, deve concentrar-se nessas bombas que são os pulmões e o diafragma. Concentre-se então nos movimentos físicos que elas produzem. Aos poucos, à medida que a mente se acalma, desvie a atenção do corpo para a respiração em si. Conscientize-se do ar que entra pelas narinas.”

(…)

“Depois, já totalmente calmo, sinta o ar penetrando na cabeça, pelo ponto entre as sobrancelhas — a verdadeira sede da concentração no corpo.”

YOGANANDA, Paramahansa. Como Despertar Seu Verdadeiro Potencial. Ed. Pensamento. Versão Kindle, 2019, Posição 833-903.

Limpando a Mente

“Não importa o quanto ocupado você esteja, procure reservar um tempo para limpar a mente por completo de preocupações e obrigações. Mande-as embora da mente. Lembre-se: você não foi feito para elas; elas foram feitas por você. Não permita que o torturem.”

(…)

“Quando você estiver acuado por pressões mentais ou preocupações, tente dormir. Se conseguir, descobrirá ao acordar que as preocupações já não o subjugam tanto. Diga a si mesmo que, mesmo se morrer, a terra continuará
seguindo sua órbita e tudo continuará como sempre; então, para que se preocupar? Quando você se leva demasiadamente a sério, a morte aparece para ironizá-lo e lembrar-lhe que a vida e as ocupações materiais são breves.”

(…)

“O relaxamento mental consiste na capacidade de desviar à vontade a atenção das preocupações avassaladoras com dificuldades passadas e presentes ou dos pensamentos e apegos perturbadores. O domínio do relaxamento mental vem com a prática persistente.”

YOGANANDA, Paramahansa. Como Despertar Seu Verdadeiro Potencial. Ed. Pensamento. Versão Kindle, 2019, Posição 283-288.

O Afastamento da Autorrealização

As igrejas hoje se afastaram do caminho da Autorrealização, isto é, da experiência pessoal de Deus e de Cristo. As congregações geralmente se satisfazem com sermões, cerimônias, organizações e festividades sociais. A completa revitalização e reatauração do Cristianismo só pode ser efetuada com menos  ênfase em sermões teóricos com seus repetidos chavões e em cerimônias psicofísicas externas que despertam emoções superficiais, substituindo-os pela quietude da meditação e pela verdadeira comunhão interior. Em vez de serem membros passivos de uma igreja, satisfeitos meramente com sermões, os devotos devem ocupar-se mais com o esforço para cultivar a perfeita quietude do corpo e da mente. A paz da absoluta quietude física e mental é o verdadeiro templo onde Deus mais frequentemente visita Seus devotos: “Aquietai-vos, e sabei que Eu sou Deus“* 

Aqueles que vagueiam de uma igreja a outra em busca de satisfação intelectual raramente encontram Deus, pois o estímulo do intelecto é necessário apenas para nos inspirar a “beber” Deus. Quando o intelecto se esquece de verdadeiramente “experimentar” Deus, ele se torna um empecilho à Autorrealização. A verdade espiritual e a sabedoria não são encontradas em quaisquer palavras de um sacerdote ou pregador, mas no “deserto” do silêncio interior. (…) “O Consolador, o Espírito Santo (…) vos ensinará todas as coisas” (João 14:26).

Por meio do método correto de meditação no Espírito Santo como a luz do olho espiritual e o som sagrado da vibração cósmica de Om, qualquer devoto perseverante, com a prática constante, pode experimentar as bênçãos da manifesta presença vibratória de Deus. A Vibração Sagrada (o Grande Consolador), estando permeada com a consciência universal refletida de Deus, contém a bem-aventurança divina que a tudo permeia.”

Nota: Salmos 46:10.

YOGANANDA, Paramahansa. A Segunda Vinda de Cristo, A Ressurreição do Cristo Interior. Comentário Revelador dos Ensinamentos Originais de Jesus. Vol. I. Editora Self, 2017, pág. 134-135.

Capítulo 6: O batismo de Jesus.

João Batista o Percursor

“Muitos acreditam que João estava associado aos essênios e a suas práticas esotéricas e ascéticas; entre as cerimônias dos essênios estava o batismo para a purificação do corpo e do espírito”

Nota: Os essênios eram uma seita judaica ascética que existiu desde aproximadamente 150 a.C. até o final do primeiro século d.C. O historiador judeu Flávio Josefo (37-100 d.C.) descreve os essênios em sua Antiguidades Judaicas (Livro 18, Capítulo 1). O estudioso romano Plinio, o Velho (23-79 d.C.) escreveu que os essênios viviam próximo ao Mar Morto, has colinas acima de Ein Gedi (onde, em 1998, arqueólogos israelitas escavaram o que se crê constituírem ruínas de uma comunidade essênia). Muitas semelhanças existem entre entre o que os historiadores sabem do modo essênio de vida e de como viveu João Batista, conforme descrito nos Evangelhos. Além do batismo de purificação pela água, há também evidência de que aderiam a uma dieta vegetariana. Eles mantinham comunidades do tipo monástico no deserto a fim de se isolarem do que consideravam práticas mundanas e corruptas dos sacerdotes e da população.

“O essênio, como o iogue indiano, buscava alcançar a união divina e as ‘dádivas do Espírito’ pela meditação solitária em locais retirados”, escreveu o arqueólogo Arthur Lillie em India in Primitive Christianity (…) “Numerosas autoridades, tais como Hilgenfeld e Renan, afirmam que houve influência budista nas doutrinas dos essênios. E foi através desta seita judaica que a influência budista chegou à Palestina e, mais tarde, filtrou-se para o Cristianismo. (…) A vida levada pelos essênios”, ele diz (citando o historiador Sir Charles Eliot em Hinduism and Buddhism: An Historical Sketch) “foi ‘exatamente como a que poderia ser desenvolvida por aspirantes à verdade que estivessem tentando pôr em prática em outro país os ideais religioso da Índia”.

YOGANANDA, Paramahansa. A Segunda Vinda de Cristo, A Ressurreição do Cristo Interior. Comentário Revelador dos Ensinamentos Originais de Jesus. Vol. I. Editora Self, 2017, pág. 111-112.

Capítulo 6: O batismo de Jesus.

Quando a Prática Penetra a Mente

“Quando a discípula segura a caixa de joias nas mãos, ela relaxa, para de chorar e finalmente entende a natureza do relacionamento como todo” Quando a discípula recebe a caixa de joias, ela recebe as bênçãos -o verdadeiro sentido da prática. Podemos dizer que a caixa de joias é uma metáfora da prática que penetra a nossa experiência, também conhecida como liberação. E o que é liberação? É o mundo além da objetificação. Quando a prática penetra a mente, mesmo que apenas por um instante de bodicita, um instante de ver a natureza sem fronteiras das coisas, um instante de fé, nós nos tornamos argola. Gancho e argola – professor e aluno – se unem…”

MATTIS-NAMGYEL, Elizabeth. O Poder de uma Pergunta Aberta: o caminho do Buda para a liberdade. Teresópolis, RJ: Lúcida Letra,  2018. p. 164-165.

Acolhendo Nossa Humanidade

Acomodar tudo”, enquanto prática, significa acolher humanidade em toda a sua glória e confusão. Significa aceitar a beleza, a feiura, a alegria e a dor do mundo – nosso mundo e também todo seu mistério, ambiguidade e contradição. Como viver uma vida com a qual não podemos contar? Como podemos nos deliciar com um pedaço de bolo de chocolate quando uma criança na África tem cólera? Como podemos reconciliar o “eu” e a “iluminação”? Quem pode responder a esse tipo de pergunta? Ninguém pode. O que podemos fazer é acolher seu mistério.

Acomodar tudo é uma prática do coração, uma vez que estamos convidando a vida em vez de rejeitá-la. Essa prática expressa o princípio fundamental da não violência, porque não podemos responsabilizar os outros por nossa felicidade e dor. Não podemos apontar o dedo para o governo e nossa dizer: “É por causa de vocês que minha vida é péssima”. Não podemos objetivar as coisas desse modo quando praticamos. Mas podemos aceitar vida sabendo que cada momento surge em conexão com uma gigantesca e insondável paisagem, da qual somos parte integrante. Somos naturalmente grandes naturalmente infinitos – como todo o resto. ”

MATTIS-NAMGYEL, Elizabeth. O Poder de uma Pergunta Aberta: o caminho do Buda para a liberdade. Teresópolis, RJ: Lúcida Letra,  2018. p. 87-88.

Instrumentos de Forças Iguais

“Todos os homens em suas atividades, profissões e associações são instrumentos das forças a que se devotam. Produzem, de conformidade com os ideais superiores ou inferiores em que se inspiram, atraindo os elementos invisíveis que os rodeiam, conforme a natureza dos sentimentos e ideias de que se nutrem.”

Xavier, Francisco Cândido / André Luiz. Nos Domínios da Mediunidade. Federação Espírita Brasileira, Brasília, 1955, Capítulo 29.