Meio Científico

“(…) graças à indiscutível seriedade e capacidade de Secondo Pia, o evento deu origem à fase de estudos científicos sobre o Sudário. A descoberta de que sobre o Sudário havia um registro negativo, conceito que surgiu no século XIX com a invenção da fotografia, representava um sério golpe à hipótese da falsidade, baseada nas afirmações de Pierre d’Arcis. (…) Entre os primeiros interessados no êxito da fotografia, encontrava-se o cientista agnóstico Yves Delage, que se convenceu da autenticidade do Lençol. Isto não teve consequências de caráter religioso em relação à sua pessoa, mas levou-o a fazer uma comunicação científica sobre o tema à Academia de Ciências de Paris, da qual era membro, documento de muita seriedade e limpidez, que ainda hoje goza de grande apreço pela honestidade e rigor.”

ZACCONE, Gian Maria. Nas Pegadas do Sudário: História antiga e recente. São Paulo: Edições Loyola, 1999, pág. 30.

A Imagem do Sudário

“Por esse mesmo período, em abril de 1898 foi constituída uma subcomissão da Mostra com o objetivo específico de encaminhar os preparativos para fotografar o Sudário, mesmo sem que tivesse sido recebida uma autorização oficial que se imaginava difícil de ser obtida, pois a Casa Real mantinha algumas reservas pelo medo com possíveis especulações sobre o Sudário. As resistências só foram superadas quando todos os requisitos foram preenchidos, avalizados pelo fato de que teria sido Secondo Pia a efetuar o procedimento.”

ZACCONE, Gian Maria. Nas Pegadas do Sudário: História antiga e recente. São Paulo: Edições Loyola, 1999, pág. 28.

Estudos Sobre o Sudário

“Entre 1500 e 1600 existem mais de cem textos que de diversas maneiras e em contextos diferentes tratam da relíquia; temos desde breves acenos até livros inteiramente dedicados ao tema.

Por ocasião da transferência de 1694, providencia-se também a substituição do véu que protege o Sudário, concedendo-se ao bem-aventurado Sebastião Valfré a honra de executar a reparação de alguns pontos desfiados do tecido.”

ZACCONE, Gian Maria. Nas Pegadas do Sudário: História antiga e recente. São Paulo: Edições Loyola, 1999, pág. 24.

O Sudário e os Savóia

“Com Emanuel Filiberto começa o período de grande afirmação da dinastia Savóia. Os tempos estavam maduros para uma nova orientação da política saboiana. Enquanto sob o impulso do Jovem e decidido soberano as instituições voltavam -se para o modelo do estado absoluto, os interesses estratégicos eram orientados para a Península. Em consequência dessa política, deslocou-se o centro de comando de Chambéry para Turim, local mais adequado às novas Mudando-se o centro político-administrativo, faltava somente o “sinal” religioso: o Sudário.

Muito se disse sobre o uso “político” do Sudário por parte dos Savóia. É verdade que, desde quando o Sudário se tornou propriedade deles, foi aprovado o culto, difundido o conhecimento e promovido o estudo. A exposição acompanhou todos os momentos importantes da vida da família: ascensões ao trono, matrimônios, batismos. ”

ZACCONE, Gian Maria. Nas Pegadas do Sudário: História antiga e recente. São Paulo: Edições Loyola, 1999, pág. 20.

Violento Incêndio

“(…) na noite de 4 de dezembro de 1532, ocorreu um violento incêndio muito bem descrito por Pingone – que por pouco não destruiu o Sudário. São conhecidos os danos provocados naquela circunstância, ainda hoje visíveis sob os remendos que em 1534 as Clarissas de Chambéry foram encarregadas de costurar no Lençol. Na mesma ocasião, para reforçar a estrutura, foi aplicada uma tela de Holanda que ainda hoje reveste a parte posterior do Sudário.”

ZACCONE, Gian Maria. Nas Pegadas do Sudário: História antiga e recente. São Paulo: Edições Loyola, 1999, pág. 18.

A História do Sudário

“Em 1578, o Duque de Savóia encarregou Emanuel Filiberto Pingone, barão de Cusy, de escrever aquele que se transformaria no primeiro livro completamente dedicado ao Sudário.

(…)

O problema “histórico” do Sudário durou muito tempo, e ainda hoje devemos constatar que, embora o acréscimo de informações tenha sido notável, não nos distanciamos muito dos problemas fundamentais enfrentados por Pingone em 1500, ainda que alguns passos importantes obviamente possam ser notados.”

ZACCONE, Gian Maria. Nas Pegadas do Sudário: História antiga e recente. São Paulo: Edições Loyola, 1999, pág. 07-08.