“Pitágoras, designando Deus com 1 e a matéria com 2, exprimiu o Universo com o número 12, resultado da união dos outros dois. Esse número é formado pela multiplicação de 3 por 4, ou seja, esse filósofo concebia o mundo universal como composto de três mundos particulares que, ligados um ao outro por meio de quatro modificações elementares, se desenvolveram em doze esferas concêntricas.
O Ser inefável, que preenche essas doze esferas sem ser capturado por nenhuma delas, é DEUS.
De acordo com o sistema de emanações, eles concebiam a unidade absoluta de Deus como a alma espiritual do Universo; acreditavam que essa unidade criadora, inacessível aos próprios sentidos, produzia, por emanação, uma difusão de luz que, avançando do centro para a circunferência, ia perdendo o brilho e a pureza à medida que se distanciava do centro para os confins da escuridão, com a qual acabava se confundindo. Assim, esses raios divergentes, tornando-se cada vez menos espirituais e sendo incidentalmente repelidos pela escuridão, se condensavam, misturando-se com esta, e, assumindo forma material, engendravam todas as espécies de seres encontrados no mundo.
Aceitavam, pois, que entre o Ser supremo e o homem existia uma incalculável cadeia de seres intermediários cuja perfeição decrescia na medida de seu distanciamento do Princípio criador.
(…)
Para os gnósticos, esses seres intermediários eram Éons. Esse nome, que em egípcio significa Princípio de Vontade e se desenvolve por meio de uma faculdade plástica inerente, foi usado pelos gregos para significar um período infinito.
(…) uma das tábuas mágicas de Agrippa, a do Quaternário.
PAPUS.Tratado elementar de ciências ocultas, Ed. Pensamento, 2022, Pág.109-110.
Capítulo 5