“(…) à reconstituição de Adão, à recuperação de Adão caído, que vive como uma centelha luminosa em todos os seres humanos, reconduzindo-o ao reino celeste. Portanto, o nosso texto é uma variação da ideia de que, no fundo da matéria, numa forma dilatada ou dissolvida, ou na figura cósmica de um ser humano, está Adão, o primeiro homem, designado por diferentes nomes, que foi libertado ou redimido da matéria.
(…) o nosso texto anterior referiu-se ao ritual fúnebre de Osíris e a todos os rituais fúnebres, no sentido egipcio da palavra. A busca da imortalidade era, na realidade, a busca de uma essência incorruptível no homem que sobreviva à morte, uma parte essencial do ser humano que possa ser preservada. Assim, a busca da imortalidade, do eterno no homem, deve ser situada logo nos primórdios da alquimia. Podemos dizer que o impulso emocional e o interesse em torno do fenômeno da matéria não constituem um interesse científico moderno, no sentido de curiosidade quanto ao aspecto apresentado pela matéria, mas que o que originou o estímulo e a libido para a busca de compreensão do mistério da matéria foi um verdadeiro impulso emocional e o desejo de descoberta da parte imortal do homem.”
VON FRANZ, Marie-Louise. Alquimia, Uma introdução ao simbolismo e seu significado na psicologia de Carl G. Jung, Ed. Cultrix 2022, Pág 158-159.
4a Palestra | Alquimia Grego-arábica
