“Quando queremos representar o homem, é sempre a imagem de seu corpo físico que se apresenta primeiramente à nossa mente.
Entretanto, basta um pouco de reflexão para apenas nos fazer entender que esse corpo físico sustenta e manifesta o verdadeiro rito que o governa.
(…)
Todos os seres e todas as coisas existentes sustentam e manifestam a divindade, assim como o corpo físico do homem sustenta e manifesta o espírito.
Querer lidar com Deus sem apoiar-se em todas essas manifestações físicas é correr o risco de se perder nas nuvens da metafísica, é permanecer em um terreno imcompreensível para a maioria das inteligências.
No homem, vimos um ser físico, ou melhor, orgânico, que funciona de forma mecânica tanto durante a vigília quanto durante o sono. Acima desse ser orgânico, determinamos a existência de outro: o ser intelectual, que entra em ação ao despertar e se manifesta quase exclusivamente durante o estado de vigília.
A parte orgânica do ser humano corresponde à ideia que temos em relação à natureza. É a mesma lei fatal e constante que governa a caminhada do ser orgânico e do Universo, sendo esse último formado por órgãos cósmicos, em vez de órgãos humanos.
O ser intelectual no homem, portanto, corresponde, de maneira elementar, à nossa ideia sobre Deus. Relacionar o ser físico com ser intelectual nos esclarecerá sobre as relações entre a natureza e Deus, assim como as relações entre o ser fisico e o espírito no homem podem nos ajudar a compreender de forma análoga sua relação com Deus.”
PAPUS.Ciência dos Magos, e suas aplicações teóricas e práticas.Ed.Ajna, 2022, Pág 53-55.
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