Para o Padre da Igreja Gregório, o Grande (cerca de 540-604) (…) as quatro virtudes cardeais – prudência, justiça, força e temperança – constituem os fundamentos sólidos do edificio espiritual. Santo Tomás de Aquino retoma a fórmula de São Gregório e explica que as virtudes cardeais são, ao mesmo tempo, o eixo e a base a partir dos quais se articula a existência humana: “Eis por que chamamos apropriadamente de cardeais as virtudes em torno das quais, de certo modo, gira a vida moral e nas quais ela se funda”. De fato, essas quatro virtudes já haviam sido elencadas na República de Platão. Posteriormente, os Padres da Igreja as integraram ao dogma e às representações cristãs e a elas acrescentaram três virtudes teologais: a fé, a esperança e a caridade.
(…) se por um lado as representações das virtudes e dos vícios, feitas por Giotto (1303-1305) na capela Scrovegni em Pádua, permaneceram célebres.
Em sua representação tanto na arte quanto no tarô, a Justiça herdou atributos da divindade grega Têmis: o gládio e a balança que, segundo Aristóteles, são as duas maneiras de considerar a justiça. O gládio representa sua força distributiva, e a balança, sua missão equilibrante. (…) a figura do arcanjo São Miguel, anjo que conduz a alma dos mortos e é encarregado de pesá-las antes de recompensá-las ou puni-las de acordo com seus atos.
Significado
Sentido espiritual: equilíbrio universal, repartição, justiça.
Ordem, regularidade, método, equilíbrio, influência plácida da Lua.
Estabilidade, conservadorismo, organização, funcionamento normal.
O julgamento imposto ao homem por sua consciência profunda para apreciar o equilíbrio e o desequilíbrio criados por seus atos, com suas consequências felizes ou infelizes.
Clareza de julgamento, saber encontrar o ponto de equilíbrio, Insensibilidade.
Essa lâmina é um principio de rigor.
NADOLNY, Isabelle. História do Tarô. Um estudo completo sobre suas origens, iconografia e simbolismo. Ed. Pensamento, 2022, pág. 224-226.