“Supomos que as pulsões do homem são apenas de dois tipos: umas que tendem a conservar e a unir denominamo-las «eróticas», inteiramente no sentido do Eros do Banquete platónico, ou «sexuais», ampliando deliberadamente o conceito popular da sexualidade, e outras que tendem a destruir e a matar: concebemo-las como a pulsão de agressão ou de destruição. Como o senhor adverte, trata-se apenas de uma transfiguração teórica da antítese entre o amor e o ódio, universalmente conhecida e talvez relacionada primordialmente com a que existe entre atração e repulsão, que desempenha um papel no seu campo científico. Não nos apressemos a introduzir aqui os conceitos valorativos de «bom» e «mau». Qualquer uma destas pulsões é tão imprescindível como a outra, e da sua ação conjunta e antagônica brotam as manifestações da vida.”
FREUD, Sigmund. Porquê a Guerra? – Reflexões sobre o destino do mundo, Ed. Edições 70, 2019, pág.69.
Reflexões a dois sobre o destino do mundo (1932)
“Carta de Freud a Einstein”