“Assim como a calcinatio é a operação do elemento fogo, a solutio a operação da água e a sublimatio a operação pertinente ao ar, a coagulatio pertence ao simbolismo do elemento terra.
Em termos essenciais, a coagulatio é o processo que transforma as coisas em terra. “Terra” é, por conseguinte, um dos sinônimos de coagulatio. Pesada e permanente, a terra tem forma e posição fixas. Não desaparece no ar por meio da volatilização, nem se adapta facilmente à forma de qualquer melo recipiente, ao contrário da água. Sua forma e localização são fixas; assim, para um conteúdo psíquico, tornar-se terra significa concretizar-se numa forma localizada particular isto é, tornar-se ligado a um ego.
Costuma-se equiparar a coagulatio com a criação. Há, em Turba Philosophorum, a afirmação: “Deus criou todas as coisas pela sua palavra, tendo dito a elas: Sejam, e elas foram feitas com os quatro outros elementos, a terra, a água, o ar e o fogo, que Ele coagulou.
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(…) uma aplicação psicológica nos Upanishads: “Tal como a manteiga oculta no leite, a Pura Consciência (vijnanam: o estado de Atman como Brahman, a bênção absoluta) está em todo ser. Deve ser batida de maneira constante, servindo a mente de haste de bater.”
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Esses mitos nos dizem que a coagulatio é promovida pela ação (mergulho, batedura, movimento de espiral). Eles correspondem ao que Fausto aprendeu do Espírito de Mefistófeles: “No princípio, era a proeza.” Em termos psicológicos, significa que a atividade e o movimento psíquico promovem o desenvolvimento do ego. A exposição à tempestade e à tensão da ação, a batedura da realidade, solidifica a personalidade.”
EDINGER, Edward F. Anatomia da Psique. O Simbolismo Alquímico na Psicoterapia, Ed. Cultrix 2006, Pág. 101-103.
Capítulo 4 Coagulatio