“Terra, energia feminina de segunda geração, yin.
Ouros é o naipe do mundo material. (…) envolve dinheiro, pois es se é de fato sua origem, como moedas, o que nos faz encontrar tanto generosidade quanto sofrimento em suas cartas. O naipe também envolve trabalho (…)
Ao mudar o símbolo de uma moeda para um pentáculo, a Golden Dawn introduziu um tema mais amplo, o da magia, da estrela de cinco pontas, o pentagrama. Não se trata aqui de feitiços mágicos que encontramos neste naipe, mas da magia da própria natureza, da maravilha da existência.
Paus/fogo nos trazem mais energia e inspiração renovada para a ação. Copas/água criam um fluxo emocional, mas se misturarmos muita emoção com ques tões práticas, podemos tornar tudo turvo. Espadas/ar permitem no vas ideias e percepção consciente do que estamos fazendo.
Ás de Ouros
Na versão Rider, vemos a mão e a nuvem acima de um jardim exuberante, um lugar de vida, mas também de segurança. Nossa palavra “paraíso” vem do persa “paradeiza”, que significa jardim tecnicamente um espaço fechado, porque os jardins eram protegidos do deserto externo. E, claro, o Éden era um jardim. Na imagem, vemos um portal em forma de coroa de flores ao redor do dançarino do mundo.
LEITURAS – Prosperidade, às vezes um novo emprego ou uma entrada de dinheiro.
Dois de Ouros
A imagem da versão Rider habilmente desloca os laços para o lado para exibir o sinal de infinito que vemos acima das cabeças do Mago e da Força. O tema do “equilíbrio” nesta carta torna-se literal se tomarmos o personagem ilustrado nela um malabarista. Ele parece estar dançando, enquanto atrás dele, ondas rolam em um movimento alegre, dando a toda a carta um caráter alegre e divertido. (…) uma atividade multitarefa ou como a pessoa que não consegue escolher suas prioridades.
LEITURAS – Malabarismo com diferentes atividades, diversão no trabalho. Ou encontrar a sabedoria na vida diária e na natureza. Ter um diálogo com outras pessoas ou consigo mesmo sobre dinheiro.
Três de ouros
Uma figura que aparenta ser um escultor trabalha em uma igreja, sendo questionada tanto pelo arquiteto segurando as plantas da construção quanto por um monge. Assim, o conhecimento prático e a consciência espiritual ajudam a produzir um trabalho do mais alto nível.
LEITURAS-Trabalho em seu mais alto grau, satisfação profissional e pessoal, pessoas trabalhando juntas. Natureza, amor pela vida.
Quatro de Ouros
O fato de o homem da carta usar uma coroa lembra a algumas pessoas da figura de Midas, o rei que amava tanto o ouro que desejava que tudo o que tocasse se transformasse nesse metal precioso. Ele conseguiu seu desejo e ficou emocionado, pelo menos até tentar se alimentar ou então acariciar sua filha. (…) Como O Imperador, o rei da versão Rider quer controlar seu ambiente neste caso, com dinheiro ou posses.
LEITURAS – Avareza ou uso de posses para estruturar sua vida ou se proteger emocionalmente.
Cinco de Ouros
Gevurah é o lugar mais severo e duro na árvore e, portanto, o número cinco devem mostrar algum tipo de luta, conflito ou dificuldade. Para Ouros, isso significa sofrimento físico, e vemos pessoas pobres e feridas caminhando pela neve na imagem da carta. Eles passam por uma igreja, que deveria oferecer santuário, mas a imagem não mostra porta alguma, apenas uma janela. (…) Alguns a veem como uma carta de relacionamento fortalecido por dificuldades compartilhadas.
Se o virmos simplesmente como tempo, provavelmente ela indicaria algum tipo de mudança nas circunstâncias físicas ou econômicas.
A ideia pitagórica do número cinco como semidivindade, a meio caminho de dez, indica a capacidade de ver o significado em nossas vidas materiais, tendo a clara sensação de que há uma razão para tudo que vivemos (…)
LEITURAS – Para a versão Rider, problemas fisicos, sejam eles financeiros ou de saúde. Também pode indicar pessoas ajudando umas às outras, especialmente se a sociedade falha com elas. (…) Encontrar maior significado nas lutas diárias da vida.
Seis de Ouros
Harmonia no mundo físico. (…) generosidade (…) Fazer caridade é a própria essência da generosidade e, no entanto, o que poderia ser mais desigual do que pessoas de joelhos, implorando? (…) Edith Katz (…) apontou para os pratos da balança do homem rico para sugerir que se trataria de fato da Justiça dando às pessoas o que elas precisam, e não o que elas querem.
LEITURAS – Parceria, no trabalho e outras áreas práticas. Harmonia, no local de trabalho, e boa saúde. Caridade, mas pensando uma pessoa pode dar no Justiça agindo na vida das pessoas. Espiritualidade na vida diária.
Sete de ouros
Pessoas familiarizadas com a versão Rider muitas vezes discutem se o homem descansando em sua enxada parece satisfeito ou insatisfeito.(…) contemplação da ação.
(…) dinâmico e críativo.
A sefirá cabalística, Netzach, significa vitória, e neste naipe isso implicaria sucesso, talvez a conclusão positiva de um projeto.
LEITURAS – Satisfação com o trabalho. O inicio bem- sucedido e empolgante de um novo e significativo projeto. Contemplação do trabalho feito ou de uma ação que precisa ser feita.
Oito de Ouros
(…) a qualidade estável do número oito a maneira como ele gira em torno de si mesmo como se sua principal meta fosse conservar sua própria energia
(…) pitagóricos, os números pares devem ser vistos em relação ao número ímpar que os precede. Depois do sete dinámico e inovador, o oito solidifica avanços, dá estabilidade. Ela, entretanto, é de um nível de consciência mais elevado do que o que vimos no número quatro.
(…) indicar trabalho repetitivo mas não chato ou frustrante, pois há algo satisfatório nos ciclos do oito no mundo de Assiyah, que basicamente significa ação.
Antes, ela me parece um aprendiz, aprendendo sua arte ao fazer um pentáculo após o outro. A sefírá aqui é Hod, o reino de Mercúrio e, portanto, da mente, mas como o elemento aqui é terra, a mente se dedica a produzir um trabalho de alta qualidade no plano material ou fÍsico
LEITURAS – Estabilidade, satisfação, trabalho continuando de forma constante, Ciclos.
Nove de Ouros
(…) sonhos que se tornam realidade através da dedicação, do trabalho e da disciplina da mulher da carta.
(…) um jardim feito pela própria figura da carta. (…) vida prazerosa e boa, que nós mesmos construímos e que apreciamos.
O falcão no braço da figura da carta está encapuzado, como sob controle. Vejo isso como disciplina, autocontrole e treinamento, ações que nos permitem desenvolver o nosso potencial.
Trata-se de uma figura que não se arrepende da vida que construiu, mas que sabe o que sacrificou.
A enéade pitagórica refere-se ao fim de um processo, mas também à ideia de uma maternidade espi- ritual.
LEITURAS – Autodisciplina, realização, a possibilidade de criar uma vida boa para si mesmo. Pode ser também a conclusão de um projeto específico.
Dez de Ouros
A versão Rider da imagem realmente contém a Árvore da Vida no arranjo dos Pentáculos de Ouro. (…) observe como as pessoas não interagem com ela de nenhuma forma. Na maioria das cartas, as pessoas tocam, seguram ou pelo menos olham para os objetos do naipe(…) Aqui, os ele mentos do naipe (…) existir à parte das figuras humanas.
Os pitagóricos veem o dez como a realização mais devada. O que realiza a terra? Riqueza e conforto, certamente, mas também a capacidade de ver o mundo físico em em todo o seu esplendor, frição imperfeita.
LEITURAS – Riqueza, conforto, segurança, mas também o gozo dessas coisas, com a percepção da beleza da vida.”
POLLACK, Rachel.Bíblia Clássica do Tarot, Darkside, 2023, Pág. 417-437.