“Em vários textos, associa-se Cristo com o fogo. Em Lucas, 12: 49 (RSV), disse Cristo: “Vim lançar fogo na Terra; e não quero senão que ele acenda.” No Evangelho de Tomé, texto gnóstico, lemos: “Disse Jesus: Aquilo que está perto de mim, está perto do fogo; e aquele que está longe de mim, está longe do reino.”
De uma forma característica, o pensamento místico distingue dois tipos de fogo. Os estóicos falavam de um fogo terrestre e de um fogo etéreo. Este corresponderia ao Nous, o divino Logos, aproximando-se da concepção cristã posterior do Espírito Santo.
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A árvore da vida como árvore de fogo faz alusão a uma passagem do Gênesis (3: 24, RSV): “E lançou fora o homem; e colocou, a oriente do jardim do Éden, o querubim, e uma espada flamejante que girava ao redor, para guardar o caminho que leva à árvore da vida.” A espada faz parte do simbolismo da separatio e da mortificatio. Há nesta passagem, portanto, uma superposição destas últimas imagens com a calcinatio. Diz o Zohar que a espada flamejante simboliza as provações a que Deus submete o homem para que este retome o caminho da bondade.”
EDINGER, Edward F. Anatomia da Psique. O Simbolismo Alquímico na Psicoterapia, Ed. Cultrix 2006, Pág.53-54.
Capítulo 2 Calcinatio