Na espera, ele se entrega ao “acontecimento inconsciente”. Visto pelo lado de fora, ele é inativo. Mas essa inatividade é a condição de possibilidade da experiência.
A espera começa quando já não se tem nada de determinado em vista. Quando esperamos algo determinado, esperamos menos e nos fechamos ao acontecimento inconsciente: “a espera começa quando não há mais nada aí pelo que se espere, nem mesmo pelo fim da própria espera. A espera ignora e destrói aquilo que espera. A espera não espera nada”. A espera é a postura espiritual de quem está inativo e contemplativo. É-lhe revelada uma realidade inteiramente diferente, à qual nenhuma atividade, nenhuma ação, tem acesso.”
HAN, Byung-Chul. Vita Contemplativa, ou sobre a inatividade. Ed. Vozes, 2023, Local 202-203.
Considerações sobre a inatividade