Estado de ansiedade perpétua

“Estado de ansiedade perpétua. Nas palavras de Gerhard Schulze, este é um novo tipo de incerteza: “não saber os fins, em lugar da incerteza tradicional de não saber os meios”. Não é mais o caso de tentar, sem ter o conhecimento completo, calcular os meios (os já disponíveis e os tidos como necessários e zelosamente buscados) em relação a determinado fim. O que está em pauta é a questão de considerar e decidir, em face de todos os riscos conhecidos ou meramente adivinhados, quais dos muitos flutuantes e sedutores fins “ao alcance” (isto é, que podem ser razoavelmente perseguidos) devem ter prioridade — dada a quantidade de meios disponíveis e levando em consideração as ínfimas chances de sua utilidade duradoura.Nas novas circunstâncias, o mais provável é que a maior parte da vida humana e a maioria das vidas humanas consuma-se na agonia quanto à escolha de objetivos, e não na procura dos meios para os fins, que não exigem tanta reflexão.”

BAUMAN, Zygmunt.Modernidade líquida, Ed. Zahar, Local: 1117-1123.

Capítulo 2 | Individualidade

Tenho carro, posso viajar

O significado da visão

“Tentava descobrir o significado da visão e seu espírito estava muito ansioso para compreender o seu sentido. Estava nessa situação, com a inteligência sem entender coisa alguma e o coração avassalado pela visão extraordinária, quando começaram a aparecer-lhe nas mãos e nos pés as marcas dos quatro cravos, do jeito que as vira pouco antes no crucificado.”

Frei Tomás de Celano. Primeira Vida: Vida de São Francisco de Assis Escrita em 1228 D.C, Ed. Família Católica,2018, Local: 1333.

SEGUNDO LIVRO

Capítulo 3- Aparição do Serafim crucificado.

Reconstrução Forense do Sudário

“Jesus passou por violento sofrimento físico durante o Caminho da Cruz, mas que Ele também foi vítima de extrema angústia mental, que drenou e debilitou Sua força física, até o ponto de total exaustão.

(…) Os efeitos da hematidrose e da profunda ansiedade a ela associada são fraqueza geral, depressão, pequena ou moderada desidratação e discreta hipovolemia (baixo volume sanguíneo e de fluido) devidos ao suor e perda de sangue – tudo isso deve ter enfraquecido Jesus antes de Sua crucificação.”

ZUGIBE, M.D, Ph.D. Frederick T.  A Crucificação de Jesus: As Conclusões surpreendentes sobre a morte de Cristo na visão de um investigador criminal. São Paulo: MATRIX, 2008, pág. 29.

 

Medo e Hematidrose

“O sistema nervoso autônomo consiste de uma divisão simpática (D e uma divisão parassimpática (DP). Juntas, elas controlam várias funções do corpo, como a frequência cardíaca; os movimentos do trato gastrointestinal; o calibre das válvulas sanguíneas; a transpiração, a contrações ou o relaxamento dos músculos da bexiga urinária, da vesícula biliar e dos brônquios; a abertura e a contração das pupilas, oposta a acomodação. Em termos práticos, as duas divisões podem ser consideradas antagônicas, isto é, um sistema reage de forma ao outro. Por exemplo, a DS aumenta a frequência cardíaca durante excitação e a DP a diminui.

(…)

A ansiedade é definida pelos doutores L. D. Adams e J. Hope como um fenômeno médico que “designa um estado caracterizado por um sentimento subjetivo de medo e uma inquieta antecipação (apreensão), comumente com um conteúdo tópico definido e associado com as sensações fisiológicas do medo: falta de ar, sensação de engasgamento, palpitações cardíacas, desconforto, alta tensão muscular, aperto no peito, tontura, tremores, suor, rubor e sono fragmentado”. (…) muitos se apegam à teoria de que a ansiedade é uma reação instintiva herdada do medo (…) Estudos recentes identificaram uma área do cérebro chamada amígdala como a “central do medo”. Quando essa central é alertada, ela manda um “alarme de defesa” para os principais centros do cérebro; estes, por sua vez, repassam o alarme para as várias estruturas do corpo, que desencadeiam os sintomas já descritos.

(…) A fadiga, por sua vez, é uma consequência do esforço de se lidar com o medo.

(…)

O sistema do alarme de defesa, acionado pela “central do medo” no cérebro, é conhecido como a reação de lutar-ou-fugir. O sistema nervoso autônomo é ativado na tentativa de proteger o corpo de algum dano. Quando uma pessoa sente a aproximação de um perigo, a reação lutar-ou-fugir é ativada, colocando o corpo em alerta total. A divisão simpática do sistema nervoso central é ativada e um composto químico similar à adrenalina, chamado catecolamina, é produzido, acelerando a taxa cardíaca, contraindo os vasos sanguíneos para aumentar a pressão e desviando o sangue da pele e de áreas não essenciais para o cérebro, a fim de aguçar a percepção e permitir mais força e velocidade aos músculos das pernas e dos braços. Esse desvio do sangue causa a palidez característica associada ao medo. As pupilas se dilatam para que entre mais luz, possibilitando que a pessoa veja melhor ao seu redor, o sangue é liberado para produzir energia adicional, a profundidade e a taxa de respiração são aumentadas para garantir o oxigênio adequado e vários sistemas, como o digestivo, são desacelerados, para que a energia seja preservada. Quando o perigo passa, dependendo de ter havido confronto ou retirada, a divisão parassimpática é ativada e o oposto acontece. 

(…)

“Minha alma está triste até a morte” (Marcos 14:34). A missão de Jesus era clara e Ele era capaz de prever todo o espectro de sofrimento e morte que estava por vir. Esse prelúdio produziu medo extremo e satisfez todos os critérios médicos para que se iniciasse a resposta simpática autônoma. (…) O fato de que Jesus “caiu no chão e orou…” (Marcos 14:35) foi uma indicação de sua fraqueza, já que era incomum um judeu ajoelhar-se durante a oração.

(…) o extremo estado de ansiedade mental causado pelo pavor estimulou o centro do medo (amígdala), que mandou u alarme geral para todos os centros do cérebro, evocando a plena reação de lutar-ou-fugir. Essa reação durou horas, resultando em um estado de exaustão total, que cessou abruptamente quando, depois que o anjo O reconfortou, houve uma reação contrária e Ele aceitou Seu destino. Isso fez que seus vasos sanguíneos se dilatassem e irrompessem diretamente nas glândulas de suor, terminando por sair pela pele, exatamente como foi descrito por São Lucas. A hematidrose é considerada um caso médico raro, mas a presença de ansiedade e profundo pavor corresponde aos numerosos casos relatados na literatura médica previamente indicada. A hematidrose no Getsêmani foi o reflexo do extremo sofrimento mental de Jesus.”

ZUGIBE, M.D, Ph.D. Frederick T.  A Crucificação de Jesus: As Conclusões surpreendentes sobre a morte de Cristo na visão de um investigador criminal. São Paulo: MATRIX, 2008, pág. 24-29.

 

Relato da Cruz

“(…) Monte das Oliveiras, conhecido como Getsêmani (gath shemani, que significa “prensa de azeite”) (…)

(…)

“Pai, se queres, afasta de mim este cálice, todavia, não se faça a minha vontade, mas a tua’. E então apareceu um anjo do céu e lhe deu forças. E, entrando em agonia, ele orou mais intensamente: e seu suor transformou-se em gotas de sangue que caíram ao chão” (Lucas 22:42-44). Lucas, o autor da passagem, era um clínico, um grego nativo da Antioquia, que escrevia nos distritos de Acaia e Beócia. Ele era bem-educado, conhecia o idioma aramaico e estava familiarizado com as culturas judaica e greco-romana. Concluíra seus estudos na cidade de Tarso e era amigo íntimo de Paulo. Ele colheu informações de testemunhas oculares e documentos e escreveu seu evangelho em 61 d.C., aproximadamente, embora algumas fontes datem-no de 63 d.C.

(…)

Suando Sangue

(…) existe uma rara condição médica chamada hematidrose, também conhecida como Sudorcruentus, Sudor Sanguineus, Suerdesany ou hemorrhagia percutem. A condição é definida no Dicionário Médico Stedman como excreção de sangue ou pigmentos de sangue através do suor. Algumas das primeiras referencias a esse fenômeno fisiológico incluem observações de Aristóteles: “Algum suor com suor sanguinolento”.

Uma busca na vasta literatura médica revelou que um número significativo de casos de hematidrose foram gerados por extremada reação de ansiedade motivada pelo medo.”

Figura: 1-2

Figura: 1-3

“Foto microscópica da pele humana ampliada cem vezes.

a) duto de uma glândula de suor

b) área interior de uma glândula de suor 

c) fornecimento de sangue em tomo da glândula de suor.”

ZUGIBE, M.D, Ph.D. Frederick T.  A Crucificação de Jesus: As Conclusões surpreendentes sobre a morte de Cristo na visão de um investigador criminal. São Paulo: MATRIX, 2008, pág. 19-21.

 

A Prática da Meditação

“A prática de meditação fornece um contexto perfeito para a observação de nossas crenças e o reconhecimento do cabo de guerra que estabelecemos com nossa própria experiência. Apenas sente em silêncio por cinco minutos e observe o que acontece. A menos que tenhamos alguma realização em meditação, não saberemos o que fazer com toda a atividade. Nós nos sentimos desgastados pelo energético jogo da mente, espancados por nossos próprios pensamentos e emoções, desconcertados com nossa inabilidade de sentar em paz. Vamos querer fazer alguma coisa. E realmente temos apenas duas rotas de fuga para sair de toda essa desordem: podemos nos prolongar infinitamente nos pensamentos, o que seria exagerar a experiência, ou podemos suprimi-los ou negá-los.”

MATTIS-NAMGYEL, Elizabeth. O Poder de uma Pergunta Aberta: o caminho do Buda para a liberdade. Teresópolis, RJ: Lúcida Letra,  2018. p. 61.

Testemunha da Própria Experiência

“Permanecer presente desafia nossas tendências reativas habituais. Você provavelmente reconhece este cenário: você está sentado à mesa em um jantar ou está em uma sala cheia de pessoas, quando de repente tudo fica em silêncio. O espaço parece estar grávido, cheio de possibilidades, e então alguém-podendo inclusive ser você se sente oprimido, desconfortável e simplesmente precisa falar. É assim que lidamos com momentos grávidos-tentamos fugir deles por meio da continua recriação do eu. Não estamos acostumados a testemunhar nossa própria experiência – a experiência da nossa vida – sem colocar uma tampa nela, manipulá-la, chegar a uma conclusão a seu respeito, ou agregar algum sentido a ela. Mas, agindo assim, alguma vez chegamos a ter uma experiência plena?”

MATTIS-NAMGYEL, Elizabeth. O Poder de uma Pergunta Aberta: o caminho do Buda para a liberdade. Teresópolis, RJ: Lúcida Letra,  2018. p. 49.

Expectativas Frustradas

“(…) Se tentar assumir as questões dos outros como se fossem suas, sua busca será distorcida e você se tornará uma pessoa frustrada, ansiosa e com tendência a criticar os outros”.

Epicteto. A arte de viver/ Epicteto; uma nova interpretação de Sharon Lebell. Sextante, Rio de Janeiro, 2018, p. 22.

Iniciação e Ansiedade

“Freud sugeriu que todos os momentos de ansiedade reproduzem os dolorosos sentimentos da primeira separação da mãe – a falta de fôlego, a congestão, etc., da crise do nascimento. Inversamente, todos os momentos de separação e de novo nascimento produzem ansiedade”.

Campbell, Joseph. O herói de mil faces. Pensamento, São Paulo, 2007, p. 61.