Prefácio
“Nós estamos no limiar de tempos novos em que a ciência descortinará para nós todos um futuro imenso diante do universo”. Quando Chico Xavier empreendeu o maior e talvez mais importante testemunho televisivo em prol dos novos tempos que chegavam ao planeta Terra durante sua participação no programa Pinga-Fogo de 1971, tenho a impressão de que sua voz preconizava os tremendos avanços que temos tido o privilégio de testemunhar em nossos dias.
A própria egrégora do Espírito da Verdade assinalou, no prefácio introdutório ao Evangelho segundo o Espiritismo que pulverizara o Consolador prometido em toda a face do planeta Terra, tal qual estrelas cadentes de luz, a sinalizar o caminho ascencional luminoso que convidaria a humanidade a seguir sua cósmica trilha evolutiva. “Os Espíritos do Senhor, que são as virtudes dos Céus, qual imenso exército que se movimenta ao receber as ordens do seu comando, espalham-se por toda a superfície da Terra e, semelhantes a estrelas cadentes, vêm iluminar os caminhos e abrir os olhos aos cegos.” Ora, o Espírito da Verdade não disse que entregou o saber prometido exclusivamente ao território francês, aos pensadores da França, ou ao codificador, mas o distribui por todo o globo.
Todas as culturas de nossa civilização, todas as escolas do saber humano, que sistematizaram o conhecimento da família humana por séculos, foram iluminadas com fragmentos da grande Verdade. A doutrina dos espíritos não se encerra nos livros do pentateuco kardecista ou na colossal obra psicografada por Francisco Cândido Xavier. Ela está muito além do que os limites institucionais dogmáticos podem conter.
Em todo planeta Terra, grandes vultos luminosos têm encarnado nos últimos séculos com a específica missão de evocar conhecimentos antigos e afunilar para o plano dimensional no qual nos contemos um saber cada vez mais ampliado, conectado e integrado das realidades superiores da existência humana.
Dr. Paulo César, com o seu coração generoso e mente científica, tem encontrado e reconhecido os fragmentos de tão alta luz à banhar o nosso orbe, e num esforço incansável, tem reunido esses flocos luminosos em seu trabalho literário, cujo objetivo não é outro senão ancorar nossa experiência subjetiva das realidades espirituais em conceitos e descobertas recentes da ciência humana, mostrando que conversam diretamente com o que todos nós espiritualistas temos experimentado no íntimo de nosso ser. A semântica pode ser variada, mas a verdade é uma só e o conhecimento patrocina a libertação de nós mesmos, já nos lembra o espírito de Emmanuel.
Vivemos a chegada dos tempos novos preconizados pelos espíritos que deram testemunho da regeneração de nossa raça pela voz de Chico Xavier. Temos o privilégio de estar encarnados no momento histórico que encerra o capítulo das provas e expiações em nosso orbe e dá início ao tempo da regeneração. Que podemos esperar para o futuro próximo? – perguntam as almas ansiosas pelo conforto religioso de um salvador messiânico. Respondo sem titubear: NADA! Não podemos esperar nada! Não devemos esperar nada! Precisamos levantar e realizar. Fazer acontecer! Empreender o novo mundo, tão sonhado pelas correntes espiritualistas e filosóficas de todos os tempos.
Empreender é decidir fazer. Pôr-se em caminho de realização. É uma decisão mental com consequências incisivas no plano físico onde nosso espírito está ancorado, nas linhas do espaço tempo. Empreender é um exercício de esperança. Não uma esperança mole, passiva, covarde, omissa; mas uma esperança pró-ativa, que se renova com atitudes mentais confiantes e ações correspondentes.
É aí que vejo o importante papel do trabalho que Dr. Paulo tem realizado. Sua obra alimenta o nosso campo mental com conhecimentos que testemunham as realidades maiores que já experimentamos na subjetividade de nossa vivência espiritual, e agora irrompem a pauta da academia humana, inaugurando novos paradigmas civilizatórios.
Tenho especial carinho por ele, reconhecendo-o como um profeta contemporâneo que tem a vocação de não calar a voz do alto que sacode a nossa inércia existencial e nos desperta para a verdadeira vocação cósmico-ascensional da humanidade.
Que os nossos ouvidos mentais estejam abertos para ouvir e ressignificar convicções obsoletas, transformar paradigmas enferrujados e inaugurar um mundo melhor, mais espiritualizado, justo e solidário. Que munidos de um saber cada vez mais maduro e universal, estejamos prontos a dar pleno cumprimento à ordem do Cristo, que declara nas linhas finais do Apocalipse de João: “Eis que faço novas todas as coisas”.
Boa leitura! Um abraço grande,
Sempre avanti! Che questo è lá cosa piú importante!
Juliano Pozati