João Batista o Percursor

“Muitos acreditam que João estava associado aos essênios e a suas práticas esotéricas e ascéticas; entre as cerimônias dos essênios estava o batismo para a purificação do corpo e do espírito”

Nota: Os essênios eram uma seita judaica ascética que existiu desde aproximadamente 150 a.C. até o final do primeiro século d.C. O historiador judeu Flávio Josefo (37-100 d.C.) descreve os essênios em sua Antiguidades Judaicas (Livro 18, Capítulo 1). O estudioso romano Plinio, o Velho (23-79 d.C.) escreveu que os essênios viviam próximo ao Mar Morto, has colinas acima de Ein Gedi (onde, em 1998, arqueólogos israelitas escavaram o que se crê constituírem ruínas de uma comunidade essênia). Muitas semelhanças existem entre entre o que os historiadores sabem do modo essênio de vida e de como viveu João Batista, conforme descrito nos Evangelhos. Além do batismo de purificação pela água, há também evidência de que aderiam a uma dieta vegetariana. Eles mantinham comunidades do tipo monástico no deserto a fim de se isolarem do que consideravam práticas mundanas e corruptas dos sacerdotes e da população.

“O essênio, como o iogue indiano, buscava alcançar a união divina e as ‘dádivas do Espírito’ pela meditação solitária em locais retirados”, escreveu o arqueólogo Arthur Lillie em India in Primitive Christianity (…) “Numerosas autoridades, tais como Hilgenfeld e Renan, afirmam que houve influência budista nas doutrinas dos essênios. E foi através desta seita judaica que a influência budista chegou à Palestina e, mais tarde, filtrou-se para o Cristianismo. (…) A vida levada pelos essênios”, ele diz (citando o historiador Sir Charles Eliot em Hinduism and Buddhism: An Historical Sketch) “foi ‘exatamente como a que poderia ser desenvolvida por aspirantes à verdade que estivessem tentando pôr em prática em outro país os ideais religioso da Índia”.

YOGANANDA, Paramahansa. A Segunda Vinda de Cristo, A Ressurreição do Cristo Interior. Comentário Revelador dos Ensinamentos Originais de Jesus. Vol. I. Editora Self, 2017, pág. 111-112.

Capítulo 6: O batismo de Jesus.

Reencarnação de Auxiliares do Bem

“Apesar dos numerosos desvios da Igreja Romana, que esquecera os princípios cristãos tão logo que chamada aos gabinetes da política do mundo, nunca o Catolicismo foi de todo abandonado pelas potências do bem, no mundo
espiritual.”

(…)

“Os Apóstolos do divino Mestre, nas claridades do Infinito, deploram semelhantes espetáculos de indigência espiritual e promovem a reencarnação de numerosos auxiliares da tarefa remissora, nas hostes da regra de São Bento.”

Xavier, Francisco Cândido / Emmanuel. A Caminho da Luz. Federação Espírita Brasileira, Brasília, 2016, p. 143-144.

A Doutrina do Amor

“(…) o sangue dos cristãos era a seiva da vida lançada às divinas sementes do Cordeiro, e os seus sacrifícios foram bem os reflexos da amorosa vibração do ensinamento do Cristo, atravessando os séculos da Terra para ser compreendido e praticado nos milênios do porvir.”

(…) Doutrina cristã, todavia, encontrara nas perseguições os seus melhores recursos de propaganda e de expansão.”

Xavier, Francisco Cândido / Emmanuel. A Caminho da Luz. Federação Espírita Brasileira, Brasília, 2016, p. 123.

Visão Adequada do Cristianismo

“Meu empenho está em restaurar uma visão adequada do Cristianismo como o conjunto dos ensinamentos de Jesus – separando-os, sem qualquer preconceito ou parcialidade, das adaptações ocidentais dos dogmas e das crenças sectárias que podem ser chamadas com mais precisão de “igrejismo”.

YOGANANDA, Paramahansa. A Segunda Vinda de Cristo, A Ressurreição do Cristo Interior. Comentário Revelador dos Ensinamentos Originais de Jesus. Vol. I. Editora Self, 2017, pág. 102.

Capítulo 5: Os anos desconhecidos da vida de Jesus – estadia na Índia.

Gnosticismo

“(…) o pensamento de qualquer conexão entre os ensinamentos de Jesus e a Índia torna-se menos extravagante não apenas pelos pergaminhos das cavernas de Qumran (os chamados pergaminhos do Mar Morto), mas especialmente pelo novo achado de muitos livros cristãos gnósticos (em Nag Hammadi) no Egito. (…) A primeira parte (e várias outras partes) do Evangelho de João -‘No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus (…)’ – é puro gnosticismo. O misticismo gnóstico chegara aos judeus, vindo do Oriente, da India, Pérsia e Babilônia; o gnosticismo tinha atraído os judeus durante o cativeiro deles na Babilônia, e eles o trouxeram consigo no retorno à sua terra.

“Para que não subestimemos o gnosticismo pelo fato de seus termos, símbolos e vocabulário diferirem muito dos nossos, deve-se esclarecer que o gnosticismo representou o cristianismo egípcio durante os duzentos anos em que os líderes da nova fé elaboraram sua teologia. Ele foi gradualmente banido pelo cristianismo católico ortodoxo, e seus livros foram queimados. Do mesmo modo, o essenismo era a forma original do cristianismo palestino. (…) Em Qumran e em Chenoboskion [Nag Hammadi], ficaram escondidas durante séculos as grandes bibliotecas dessas formas primitivas do cristianismo, que agora, de modo tão súbito e dramático, nos foram restituídas. O essenismo e o gnosticismo eram muito semelhantes: se restar dúvida, leia-se o Evangelho canônico de João, especialmente o primeiro capítulo, onde se encontram o essenismo e o gnosticismo, mesclados e sublimados no cristianismo que nos é mais familiar. ”

YOGANANDA, Paramahansa. A Segunda Vinda de Cristo, A Ressurreição do Cristo Interior. Comentário Revelador dos Ensinamentos Originais de Jesus. Vol. I. Editora Self, 2017, pág. 95.

Capítulo 5: Os anos desconhecidos da vida de Jesus – estadia na Índia.

Distinção Entre Fatos Bíblicos e Ficção

O tempo trabalha na mente dos homens, de modo especial daqueles que estão distantes da época dos acontecimentos, para acrescer ou minorar os atributos de personagens importantes e os eventos associados com suas vidas. Se estes tiverem conotação religiosa, transformaçõs de fatos em lendas parecem ocorrer de forma ainda mais temerária. (…) a Índia recobriu sua riqueza espiritual mais sagrada – e os agentes divinos deste tesouro – com um simbolismo e a profundidade de uma mitologia rica de significados que preservaram os princípios e os preceitos de suas escrituras ao longo de gerações de dominacão e influência estrangeira. Talvez as vozes da Antiguidade não devessem ser inteiramente silenciadas ou descartadas precipitadamente de nossa consideração mental. Todavia, um atento discernimento está por certo justificado.

Essa distinção entre fato e ficção, de modo a manter a integridade da Igreja e da doutrina cristãs, era claramente a intenção dos patriarcas da Igreja. Os 27 livros do Novo Testamento que hoje constituem o relato bíblico da vida e dos ensinamentos de Jesus foram compilados, nos primórdios da Igreja, de uma coleção muito mais ampla de textos. 

(…)

É difícil deixar de concordar em alguma medida com o comentarista John Jortin (1698-1770; arquidiácono de londres), que, segundo nos diz Hone, ao analisar a autoridade desses Concílios Gerais, concluiu ironicamente: “O Concílio dos Apóstolos em Jerusalém [Atos I] foi o primeiro e o último de que se pode afirmar ter sido presidido pelo Espírito Santo”

(…)

O surgimento da compilação específica de livros hoje conhecida como o Novo Testamento ocorreu no ano 367 d.C.

Durante séculos, a existência de muitos dos textos que foram suprimidos e destruídos era praticamente desconhecida – tanto para os eruditos quanto para os que professavam a fé. Alguns deles vieram à tona na famosa descoberta em Nag Hammadi, Egito, em 1945. Devido às descobertas de Nag Hammadi, escreve Elaine Pagels Ph.D., professora de religião na Universidade de Princeton e renomada estudiosa do Cristianismo original, “nós começamos a ver que o que chamamos de cristianismo – e o que identificamos como sendo a tradição cristã – na realidade representa somente uma pequena seleção de fontes específicas, escolhidas dentre dezenas de outras. (…)

Por volta do ano 200 (…) o cristianismo se tornara uma instituição encabeçada por uma hierarquia em três níveis constituída de bispos, padres e diáconos, que se viam como os guardiães da única ‘fé verdadeira’. (…) Os esforços da maioria para destruir todos os vestigios de ‘blasfemia’ herética tiveram tanto êxito que, até a descoberta em Nag Hammadi, praticamente todas as informações sobre formas alternativas de cristianismo dos primeiros séculos vinham dos violentos ataques ortodoxos contra elas. (…) Se tivessem sido encontrados mil anos antes, [esses] textos quase certamente teriam sido queimados como heréticos. (…) Hoje nós os lemos com olhos diferentes, não como mera ‘loucura e blasfemia’, mas como os cristãos dos primeiros séculos devem tê-los lido – como uma vigorosaalternativa para o que conhecemos como a tradição ortodoxa cristã.” – Elaine Pagels, The Gnostic Gospels (Nova York: Vintage Books, 1981) [Os evangelbos gnósticos (Ed. Objetiva)]. (Nota da Editora).”

YOGANANDA, Paramahansa. A Segunda Vinda de Cristo, A Ressurreição do Cristo Interior. Comentário Revelador dos Ensinamentos Originais de Jesus. Vol. I. Editora Self, 2017, pág. 75-77.

Capítulo 4: A infância e a juventude de Jesus.

Socialista Avançado

“Alguns estudiosos da vida de Jesus dizem que ele era um socialista avançado para a época.

RAMATIS: O socialismo pregado por Jesus era manifesto do interior para o exterior, de dentro para fora, ensinando que os bens materiais são meios e não a finalidade suprema da alma, o que torna os homens menos avaros, mais cordatos e compreensivos, reunindo-os numa vivência pacifica e fraterna. No entanto, o socialismo politico, embora tente a distribuição equitativa dos bens do mundo, origina-se de condições impostas aos homens pelo poder estatal, pelas leis ou até pela tirania. No primeiro caso, tudo é fruto de uma abdicação espontânea, e o homem então usa dos bens materiais para renovar as lições do espírito eterno, no segundo, é consequência de uma imposição, que nem sempre dá ao homem a conformidade espiritual.

É infrutífero confundir o verdadeiro sentido espiritual do Cristianismo com certas doutrinas modernas ainda imaturas em seus ensaios de socialismo.”

RAMATÍS. O Sublime Peregrino. Obra psicografada por Hercílio Maes. São Paulo: Ed. Conhecimento, 2020, pág. 337-338.

 

Os Apóstolos e os Essênios

“(…) Confraria dos Essênios. (…) Apenas João, o Evangelista, tinha acesso aos ritos internos, pois era iniciado, e fora ele o próprio profeta Samuel, que no passado havia organizado “Fraternidade dos Profetas”, na qual os Essênios também se inspiraram.

(…)

Na época de Jesus, entre os anciãos essênios estavam encarnados os profetas Ezequiel, Miquéias, Nehemias e Job, componentes do Conselho Supremo e todos sob a tutela do profeta Jeremias. Aliás, os anciãos essênios formavam o grupo de espíritos que desde os primórdios da Atlântida vinham elaborando os estatutos preliminares da efusão espiritual na Terra e o preparo da lavoura para as “sementes” abençoadas do Cristo-Jesus. (…)  Atualmente já estão se disseminando outra vez pela Terra, a fim de organizar elevada confraria de disciplina esotérica em operosa atividade no mundo profano para a revivescência do cristianismo nas suas bases milenárias. (…) quando viveu na Terra a majestosa personalidade de Antúlio, o profeta sublime, que em época tão recuada já fundara a “Fraternidade da Paz e do Amor”, cujos adeptos ficaram conhecidos pela tradição esotérica como os “Antulianos”. E Jesuelo, o notável discípulo atlântido, que lhe foi fiel até os últimos instantes invasão dos bárbaros e da destruição do “Templo da Paz e do Amor”, onde sucumbiu Antúlio, também retornou à Judeia para advento do Cristianismo, encarnado na figura de João, o Evangelista.”

RAMATÍS. O Sublime Peregrino. Obra psicografada por Hercílio Maes. São Paulo: Ed. Conhecimento, 2020, pág. 304-305.

 

 

Cooperação dos Discípulos e Apóstulos

“Alguns séculos antes de Jesus descer à Terra, o Governador Oculto do Planeta Terra já havia deliberado quanto aos tipos espirituais que deveriam cooperar no advento do Cristianismo junto ao Mestre Jesus.”

RAMATÍS. O Sublime Peregrino. Obra psicografada por Hercílio Maes. São Paulo: Ed. Conhecimento, 2020, pág. 285.

 

Determinismo e Plano do Alto

“Todos os espíritos ligados ao Mestre Nazareno e participantes do advento do Cristianismo eram peças escolhidas com a devida antecedência visando a mais proveitosa movimentação no plano redentor da humanidade.

(…)

Jesus ainda ignorava que a poderosa “Voz Oculta” que o impelia estoicamente para a renúncia de sua própria vida em favor do gênero humano, provinha do próprio Cristo Planetário, que a partir da cena do batismo, no rio Jordão, atuava-lhe cada vez mais intimamente, fortalecendo-lhe a alma para qualquer desiderato trágico no desempenho de sua Missão *. Dali por diante o Mestre Nazareno firmou-se na caminhada pelo mundo e se deixou conduzir confiante e jubiloso na consecução da obra cristã, em perfeita sintonia com a sua vocação espiritual. (…) Muitas vezes ele sentiu-se desligado da própria carne, embriagando-se na efusão espiritual venturosa, que lhe envolvia a alma heroica, assim como lhe acontecera durante o “Sermão da Montanha” e na “Transfiguração” do Monte Tabor.”

*Lucas, 3:21-23.

RAMATÍS. O Sublime Peregrino. Obra psicografada por Hercílio Maes. São Paulo: Ed. Conhecimento, 2020, pág. 276-279.