Fundamentos do “Lava-pés”

“João Batista, o profeta solitário, havia instituído cerimônias com a finalidade de incentivar certas forças psíquicas nos seus adeptos através da concentração ou reflexão espiritual. Isso impressionava os neófitos e servia para a confirmação da própria responsabilidade dos valores espirituais. Em sua época os símbolos, ritos, talismãs e as cerimônias ainda produziam louváveis dinamizações das forças do espírito ou impunham respeito e temor religioso. Eram recursos que serviam como “detonadores” das forças psíquicas, produzindo profunda influência esotérica nos seus cultores, assim como ainda hoje fazem os sacerdotes para o incentivo da fé e do respeito dos fiéis, como são os cânticos, perfumes, a música e o luxo na igrejas.

(…)

Mais tarde, João Batista também organizou a cerimônia do “lava-pés”, que simbolizava um evento fraterno e humilde, como um sentido de igualdade ou denominador comum entre todos os discípulos e o próprio Mestre. O “lava-pés” era a cerimônia que eliminava a condição social, o poder político, a superioridade intelectual ou a diferença entre os adeptos e o Mestre, atuantes sob a mesma bandeira espiritual. No momento simbólico do “lava-pés” o senhor seria o irmão do servo e também o serviria, porque ambos eram herdeiros dos mesmos bens do mundo.”

RAMATÍS. O Sublime Peregrino. Obra psicografada por Hercílio Maes. São Paulo: Ed. Conhecimento, 2020, pág. 340-341.

 

Cooperação dos Discípulos e Apóstulos

“Alguns séculos antes de Jesus descer à Terra, o Governador Oculto do Planeta Terra já havia deliberado quanto aos tipos espirituais que deveriam cooperar no advento do Cristianismo junto ao Mestre Jesus.”

RAMATÍS. O Sublime Peregrino. Obra psicografada por Hercílio Maes. São Paulo: Ed. Conhecimento, 2020, pág. 285.

 

Sepultamento

“Releiamos, pois, nossa sinopse: estamos no Gólgota à nona hora, isto é, cerca das 3 horas da tarde, do dia 13 do mês de Nisan, provavelmente do ano 30 d.C.

Jesus inclinou a cabeça, na linha mediana, sobre o peito, no me mento escolhido por ele e entregou sua alma humana ao Pai, “et inclinato capite emisit spiritum“. Ora, o sábado começaria por volta das 6 horas, à primeira estrela, quando não mais se pudesse distinguir fio branco de um fio negro. E quantas coisas será preciso fazer nessas três horas! Os judeus, então (diz são João), como era a Preparação (véspera da Páscoa), para que os corpos não ficassem na cruz durante o sábado, pois era um grande dia de sábado, pediram a Pilatos que quebrassem as pernas um aos crucificados e que os retirassem dali.” (…) há 600 m do Calvário ao pretório, em ruas acidentadas, e que as idas e vindas vão ser muitas. Pilatos não estará certamente de muito bom humor para se apressar em receber esses judeus, que conseguiram arrancar-lhe pelo medo, uma condenação injusta; deve tê-los feito esperar. Entre tanto, concordou em enviar soldados munidos das barras de ferro necessárias. (…) O costume romano era deixar os condenados na cruz até a morte e lançá-los, em seguida, à vala comum, mas, por outro lado, a orientação de Roma era a de se adaptar aos costumes nacionais. Os soldados vieram pois (do pretório) e quebraram as pernas ao primeiro e ao outro que tinham sido crucificados com ele. Esse “crurifragium” os impede de se soerguer, apoiando-se nas pernas, para dessa forma diminuir a tração sobre as mãos. (…) que isto não passava de gesto regulamentar, indispensável para a entrega do corpo à família, que já dera os primeiros passos para requerê- lo.

(…)

Antes de continuar o estudo de nossos textos, seria oportuno procurar saber como os judeus sepultavam seus mortos. A primeira certeza que temos é que isto nada tinha de comum com o embalsama mento dos egípcios. Em toda a Bíblia, só encontramos duas mumificações: a de Jacó e a de José, mas isto mesmo no Egito, por quase egípcios. Jamais, em outra parte, se fala de tiras nem evisceração nem de natro (= carbonato de sódio). Nas catacumbas judaicas, as múmias são raríssimas (duas ao todo). Trata-se provavelmente de judeus da diáspora egípcia. Todos os outros corpos estão vestidos, como vamos ver Maimônide, médico judeu de Córdoba, do século XII, escreve: Depois de fechados os olhos e a boca do defunto, lavava-se o corpo, ungia-se com essências perfumadas e, em seguida, se enrolava em um tecido branco, no qual se encerravam ao mesmo tempo os aromas“.

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Do ponto de vista histórico, parece tudo esclarecido: em uma primeira fase, envolviam o corpo na mortalha e depois o preparavam para a sepultura. Consistia isto em lavá-lo com água quente, seguida unção com essências perfumadas, como o bálsamo de nardo precioso de Maria Madalena na refeição de Betânia, ou os aromas que por levava para o túmulo, no dia da Ressurreição. Esta unção era feita por fricção. O verbo “aleiphein” empregado por Marcos (16,1) neste último episódio indica uma fricção com bálsamo ou óleo; é a mesma palavra que se emprega para a unção dos lutadores, antes das provas de estádio; não se trata de simples aspersão.

Vestido o cadáver, era levado ao sepulcro. Era este, às vezes, um buraco cavado na rocha (Lázaro, talvez), onde se descia por meio de degraus e que se cobria com uma laje. Quase sempre é uma caverna cavada pela mão do homem, compreendendo uma antecâmara e uma cela posterior onde, sobre um banco rochoso, se depositava o cadáver. pedra de disco, rolando em um canal, lhe obstruía a entrada. (…) Exigia o uso visitas ao defunto, pelo menos durante três dias (tinham os judeus muito medo da morte aparente). Foi assim que pôde Marta dizer a Jesus, com conhecimento de causa, a respeito de Lázaro, seu irmão: “Já cheira mal, pois já está ali há quatro dias“.

Voltemos agora a nossos textos e notemos, de início, que para Sinóticos nem em São João. E que o tempo urgia, além de não haver este primeiro sepultamento não há nem loção nem unção, nem nos nem água quente nem bálsamos para a unção.

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A finalidade de João, nesta perícope, é provar a ressurreição de Jesus, dogma fundamental de toda a religião, elemento primordial da pregação apostólica. Ora, a presença da Mortalha no túmulo vazio parece dever fornecer uma prova irrefutável. (Se tivessem furtado o corpo, não teriam deixado a Mortalha, que seria o meio mais prático de o carregar.)

(…)

Podemos, portanto, concluir, após este árido e apaixonante estudo, que os quatro Evangelhos, ao se completarem mutuamente, estão em perfeito acordo. Jesus, por falta de tempo, foi colocado no sepulcro, na tarde de sexta-feira, após uma simples preparação para o sepultamento, apenas destinada a retardar a corrupção. Os discípulos, sem loção nem unção, encerraram seu corpo em u’a mortalha revesti da de panos impregnados de grande quantidade de mirra e de aloés. A preparação definitiva para a sepultura, que consistia em lavar o corpo e ungi-lo com aromas completamente diferentes, deveria ser feita pelas santas mulheres no domingo de manhã. No túmulo vazio, Pedro e João encontram os panos e a mortalha dobrada à parte.”

BARBET, Pierre. A Paixão de Cristo, segundo o cirurgião. São Paulo: Edições Loyola, 2014, pág. 164-180.

 

Missão na Terra

“A vida de Jesus não foi um automatismo, nem consequência de deliberação do Alto, impondo o Cristianismo de qualquer modo; mas os acontecimentos principais foram esquematizados dentro de um plano de sucesso espiritual, em que não fosse tolhida a vontade, o pensamento e o sentimento de todos os seus participantes encarnados ou desencarnados. Espíritos eleitos, escolhidos e convidados participaram desse programa messiânico de benefício coletivo, sob a égide do Messias, mas nenhum deles foi cerceado no seu livre-arbítrio.

Os apóstolos, discípulos e seguidores de Jesus, ao servi-lo para o êxito de sua sublime missão, também buscaram sua própria renovação espiritual e imolaram-se para a florescência de um ideal superior, liquidando velhas contas cármicas assumidas no pretérito. O sangue cristão, derramado para alimentar os fundamentos do Cristianismo, também lavou as vestes períspirituals dos seus próprios mártires.”

RAMATÍS. O Sublime Peregrino. Obra psicografada por Hercílio Maes. São Paulo: Ed. Conhecimento, 2020, pág. 36-37.

Código Moral

” (…) Em primeiro lugar, Jesus diferencia Seu código de moralidade deixando claro aos Seus discípulos e alunos secretos que a moralidade consistia num dever para com Deus, e não um dever para com a comunidade. (…) a moralidade era um dever para com Deus, porque através dela se forma o elo entre o eu interior de um homem e seu Deus, e que o verdadeiro código moral não era um mero sistema público. Afirmava sempre que o código moral não tinha por finalidade o princípio de cooperação com o seu semelhante, ou ajudar seu irmão mundano, mas a salvação da sua própria alma.”

LEWIS, H. Spencer. As Doutrinas Secretas de Jesus. Rio de Janeiro: Biblioteca Rosacruz, V. II, Ed. Renes, 1983, p. 161.

Deu Vida às Palavras

“Enquanto sofria na Cruz os mais cruciantes padecimentos físicos e, ao mesmo tempo, a mais torturante humilhação, Ele deu vida às palavras que se destinavam a robustecer a fé que Seus discípulos depositavam nos ensinamentos por Ele pregados, no cumprimento de uma das maiores promessas que lhes fizera.”

LEWIS, H. Spencer. As Doutrinas Secretas de Jesus. Rio de Janeiro: Biblioteca Rosacruz, V. II, Ed. Renes, 1983, p. 122.

Diferença Entre Transferência de Poder e a de Autoridade

É Interessante ressaltar que a transferência de poder e a de autoridade constituem dois atos distintos. Neste caso, o poder não significa autoridade ou privilégio. O poder de curar e o poder sobre espíritos impuros referem-se a um processo divino definido que aplica princípios e leis divinas a condições materiais, físicas ou espirituais no homem e ao seu redor. Os discípulos tiveram de ser preparados para receber este poder, para que pudessem compreende-lo e usá-lo inteligentemente. Não se tratava de mera fórmula de encantamento, de algum pro cesso de necromancia, de magia negra ou magia branca, como os pagãos haviam usado.

(…)

Consistia do conhecimento que os prepararia, depois de dias, semanas e meses de oração e meditação, que os purgaria e os tornaria receptáculos adequados e canais apropriados para o influxo e efluxo de um princípio divino que se manifestava como um poder singular e santo para fazer certas coisas.”

LEWIS, H. Spencer. As Doutrinas Secretas de Jesus. Rio de Janeiro: Biblioteca Rosacruz, V. II, Ed. Renes, 1983, p. 110.

Círculo Universal

“Foi após muitas vi sitas a Jerusalém e a regiões do sul que Ele, finalmente, completou o número místico de cento e vinte, ou doze grupos de dez cada um, para formar o círculo universal de discipulado; e agora depois de muitos anos-Ele iria dar aos líderes desses seguidores fiéis e amigos leais as últimas palavras de instrução, testemunhar sua ordenação e batismo espiritual, com o comando final para partirem!”

LEWIS, H. Spencer. As Doutrinas Secretas de Jesus. Rio de Janeiro: Biblioteca Rosacruz, V. II, Ed. Renes, 1983, p. 103.

Os Cento e Vinte Escolhidos

“(…) Mas Ele compreendeu também, não há que duvidar, que a maior eficiência, os maiores resultados e a realização mais perfeita das etapas destinadas a criar o Reino dos Céus na terra seriam cumpridos após Sua crucificação, dai haver dividido pelos cento e vinte escolhidos responsabilidades na execução do trabalho missionário.

Essa divisão se fez em doze grupos, pelos quais distribuiu todo o Seu programa de atividades terrenas, constando cada grupo de dez discípulos- homens e mulheres. Isto Lhe daria o número redondo de cento e vinte trabalhadores. A frente de cada grupo Ele colocou um dos Apóstolos, como presidente, digamos, ou como principal consultor. Os doze Apóstolos constituíam, por assim dizer, Sua junta consultiva imediata, ou grupo de íntimos conselheiros.

Alguns destes trabalhadores foram mandados para países estrangeiros no começo da execução do grande plano, pois o trabalho que eles tinham de fazer não exigia o mesmo período de preparativos e estudos na escola secreta necessário para os outros.”

LEWIS, H. Spencer. As Doutrinas Secretas de Jesus. Rio de Janeiro: Biblioteca Rosacruz, V. II, Ed. Renes, 1983, p. 92-93.

Os Discípulos Iniciados

“Os mistérios de que falava Jesus a Seus discípulos, e que estes procuraram com Ele aprender, para torná-los manifestos, com o propósito de os utilizar nos trabalhos missionários que desenvolviam, oram revelações sobrenaturais ou transcendentais o operações da lei que somente os iniciados ou os discípulos mais adiantados podiam compreender e aplicar. Veremos, nos capítulos subsequentes, que estes discípulos de Jesus – os cento e vinte que compunham Sua escola secreta eram iniciados, pois cumpriram o necessário à iniciação e possuíam meios secretos de se identificarem, tais como senhas, sinais e símbolos. Eles eram os mais íntimos dos milhares de seguidores de Jesus, aqueles que se haviam entregue por inteiro ao desenvolvimento e defesa do Seu trabalho, e cada um dos quais recebera uma missão especial (…)”

LEWIS, H. Spencer. As Doutrinas Secretas de Jesus. Rio de Janeiro: Biblioteca Rosacruz, V. II, Ed. Renes, 1983, p. 79.