“João Batista, o profeta solitário, havia instituído cerimônias com a finalidade de incentivar certas forças psíquicas nos seus adeptos através da concentração ou reflexão espiritual. Isso impressionava os neófitos e servia para a confirmação da própria responsabilidade dos valores espirituais. Em sua época os símbolos, ritos, talismãs e as cerimônias ainda produziam louváveis dinamizações das forças do espírito ou impunham respeito e temor religioso. Eram recursos que serviam como “detonadores” das forças psíquicas, produzindo profunda influência esotérica nos seus cultores, assim como ainda hoje fazem os sacerdotes para o incentivo da fé e do respeito dos fiéis, como são os cânticos, perfumes, a música e o luxo na igrejas.
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Mais tarde, João Batista também organizou a cerimônia do “lava-pés”, que simbolizava um evento fraterno e humilde, como um sentido de igualdade ou denominador comum entre todos os discípulos e o próprio Mestre. O “lava-pés” era a cerimônia que eliminava a condição social, o poder político, a superioridade intelectual ou a diferença entre os adeptos e o Mestre, atuantes sob a mesma bandeira espiritual. No momento simbólico do “lava-pés” o senhor seria o irmão do servo e também o serviria, porque ambos eram herdeiros dos mesmos bens do mundo.”
RAMATÍS. O Sublime Peregrino. Obra psicografada por Hercílio Maes. São Paulo: Ed. Conhecimento, 2020, pág. 340-341.