O Sabor do triunfo

“Os filósofos afirmaram que o enigma intelectual, proposto ao
homem primordial pela imagem da morte, o forçou à reflexão, e se
tornou o ponto de partida de toda a especulação. Creio que os filósofos pensam a este respeito de um modo demasiado filosófico, têm em muito pouca consideração os motivos primariamente eficazes.

(…) diante do cadáver do inimigo vencido, o homem primordial terá saboreado
o seu triunfo sem encontrar estímulo algum para pôr a sua cabeça
em água a propósito do enigma da vida e da morte. O que desatou a indagação humana não foi o enigma intelectual, nem sequer qualquer morte, mas o conflito sentimental que surgiu na morte das pessoas amadas e, todavia, também estranhas e odiadas.(…)Na presença do cadáver da pessoa amada, o homem primordial inventou os espíritos, e o seu sentimento de culpabilidade pela satisfação que se mesclava com a dor fez que estes espíritos primigénios se tornassem demónios perversos, que importava recear. As transformações da morte sugeriram-lhe a dissociação do indivíduo num corpo e numa alma originariamente várias; o seu caminho mental seguiu deste modo uma trajetória paralela ao processo de desintegração que a morte inicia.”

FREUD, Sigmund. Porquê a Guerra? – Reflexões sobre o destino do mundo, Ed. Edições 70, 2019, pág.44.

Considerações atuais sobre a guerra e a morte (1915)
“A nossa atitude diante da morte”

A ciência perdeu a sua imparcialidade

“Até a própria ciência perdeu a sua imparcialidade desapaixonada; os seus servidores, profundamente amargados, procuram dela extrair armas para prestar um contributo à luta contra o inimigo.”

FREUD, Sigmund. Porquê a Guerra? – Reflexões sobre o destino do mundo, Ed. Edições 70, 2019, pág. 25.

Considerações atuais sobre a guerra e a morte (1915)
“O desapontamento perante a morte”

O indivíduo é o pior inimigo do cidadão

“Se o indivíduo é o pior inimigo do cidadão, e se a individualização anuncia problemas para a cidadania e para a política fundada na cidadania, é porque os cuidados e preocupações dos indivíduos enquanto indivíduos enchem o espaço público até o topo, afirmando-se como seus únicos ocupantes legítimos e expulsando tudo mais do discurso público.”

BAUMAN, Zygmunt.Modernidade líquida, Ed. Zahar, Local: 691.

Capítulo 1 | Emancipação

O indivíduo em combate com o cidadão

Jogo de Forças Entre o Bem e o Mal

“Muito mais do que apenas um nobre ideal, o princípio do amor é, na verdade, a própria manifestação de Deus em Sua criação. O universo é preservado por um jogo de forças entre o bem e o mal. O efeito do mal, ou ilusão, é dividir, obscurecer e criar desarmonia. O amor é o poder de atração do Espírito que une e harmoniza.

(…)

Perceber Deus igualmente nos amigos e inimigos é um testemunho da própria realização espiritual.

(…)

Não é necessário conviver com os inimigos. Muitas vezes é preferível amá-los à distância, a menos que, mediante gestos de bondade no relacionamento, nosso amor possa efetuar uma transformação na quelas pessoas.

(…)

As ações falam mais alto do que as palavras. Foi por isso que Jesus disse: “Fazei bem aos que vos odeiam“.

YOGANANDA, Paramahansa. A Segunda Vinda de Cristo, A Ressurreição do Cristo Interior. Comentário Revelador dos Ensinamentos Originais de Jesus. Vol. I. Editora Self, 2017, pág. 528-530.

Capítulo 27: Cumprir da Lei. O Sermão da Montanha, Parte II.

Templo do Nosso Coração

Acima de tudo, Deus aprecia as dádivas do amor, da paz e da devoção oferecidas no templo de nosso próprio coração ou através do templo dos corações dos demais. (…) A má vontade para com um irmão desafeiçoado é uma profanação do templo interior da harmonia.

A desarmonia que resulta da inimizade é o juiz e o guarda que lança a pessoa no cárcere da perturbação interior. Na verdade, nin guém pode sair da prisão da desarmonia a menos que abandone in ternamente o último ceitil da ira, do ressentimento e dos sentimentos de vingança. Considerar quem quer que seja como inimigo significa eclipsar a presença de Deus naquela alma.”

YOGANANDA, Paramahansa. A Segunda Vinda de Cristo, A Ressurreição do Cristo Interior. Comentário Revelador dos Ensinamentos Originais de Jesus. Vol. I. Editora Self, 2017, pág. 515-516.

Capítulo 27: Cumprir da Lei. O Sermão da Montanha, Parte II.

Eles Não Sabem o Que Fazem

“Nenhum dos milagres de Jesus pôde igualar-se ao supremo milagre da vitória espiritual do amor divino sobre o mal: “Pai, perdoa -lhes, porque não sabem o que fazem

(…) Com seu olho espiritual aberto à Consciência Crística e à Consciência Cósmica, Jesus tinha a capacidade consciente de exercer poder sobre toda a criação e poderia ter destruído facilmente seus inimigos.”

(…)

Apesar das torturas do corpo e da gravidade da ignomínia, da zombaria e do ódio, ele não sucumbiu às incitações da natureza humana. Transcendendo as limitações do corpo, ele manifestou o poder de seu espírito ilimitado e a imagem de Deus dentro de si.

Houve mártires que enfrentaram de forma voluntária, e mesmo sorrindo, as torturas da morte; mas poucos alcançaram suficiente adiantamento espiritual para possuir e entretanto não utilizar seus poderes milagrosos com a finalidade de chamar à razão os malfeitores. Jesus nunca demonstrou seus poderes ou milagres para dissuadir seus inimigos de crucificá-lo. Ele entregou seu corpo, mas seu espírito jamais se rendeu.”

YOGANANDA, Paramahansa. A Segunda Vinda de Cristo, A Ressurreição do Cristo Interior. Comentário Revelador dos Ensinamentos Originais de Jesus. Vol. III. Editora Self, 2017, pág. 400-401.

Capítulo 74: A crucificação.

Jesus, O Impaciente

“JESUS ERA paciente com o néscio e o estúpido, tal como o inverno espera a primavera.

Era paciente como uma montanha ao vento. Respondia com benevolência às desagradáveis perguntas de Seus inimigos.

Podia mesmo silenciar ante cavilações e disputas, pois era forte, e os fortes podem ser tolerantes. Mas Jesus era também impaciente.

Não poupava os hipócritas. Não cedia aos astuciosos nem aos malabaristas de palavras.

E não podia ser governado. Era impaciente com aqueles que não acreditavam na luz porque moravam na sombra; e com aqueles que procuravam sinais no céu mais do que em seus próprios corações. Era impaciente com aqueles que pesavam e mediam o dia e a noite antes de confiar seus sonhos à aurora e ao anoitecer.

Jesus era paciente.

Contudo, era o mais impaciente dos homens. Ele vos faria tecer o pano embora gastásseis anos entre o tear e o linho.

Mas não admitiria que ninguém rasgasse uma polegada da fazenda tecida.”

GIBRAN, Gibran Khalil.  Jesus, o Filho do Homem. Tradução: Mansour Challita. Associação Cultural Internacional Gibran, 1973, pág. 147.

Início de um Novo Reino

“DISSERAM QUE JESUS era inimigo de Roma e da Judéia.

Mas eu digo que Jesus não era inimigo de nenhum homem e de nenhuma raça. Ouvi-O dizer: “Os pássaros do espaço e os cumes das montanhas não se preocupam com as serpentes em suas tocas escuras.

“Que os mortos enterrem seus mortos. Sede vós entre os vivos, e voai nas alturas.”

Eu não era Seu discípulo. Fui apenas um entre os muitos que O seguiam para contemplar Sua face.

Ele olhava para Roma e para nós, que somos escravos de Roma, como um pai olha para os filhos que se divertem com seus brinquedos e lutam entre si pelo brinquedo maior. E, da Sua altura, Ele ria.

Era maior do que o Estado e a raça; era maior do que a revolução. Era solitário e único, e era um despertar.

Ele chorou todas as nossas lágrimas não derramadas e sorriu todas as nossas revoltas.

Sabia que estava em Seu poder nascer com todos os que ainda não nasceram, e fazê-los ver, não com seus olhos, mas com Sua visão.

Jesus foi o início de um novo reino sobre a terra, e esse reino permanecerá.

Ele era o filho e o neto de todos os reis que construíram o reino do espírito. E somente os reis do espírito têm governado nosso mundo.”

GIBRAN, Gibran Khalil.  Jesus, o Filho do Homem. Tradução: Mansour Challita. Associação Cultural Internacional Gibran, 1973, pág. 105.

A Escolha do Caminho da Verdade

“É uma verdade fundamental, tão válida hoje quanto há dois mil anos, que nem toda a Humanidade está preparada, em qualquer sentido, para receber, compreender e usar as verdades superiores da vida e o poder miraculoso que nasce desse conheci mento. (…) As próprias experiências de Jesus no cumprimento da Sua missão nos dão excelentes razões para admitir o princípio do segredo. Mesmo entre aqueles que foram cuidadosamente submetidos à prova, preparados e qualificados, houve quem se tornasse cético, quem procurasse usar o conhecimento e o poder para fins pessoais e egoístas, e quem se transformasse em espiões e inimigos, bem como traidores da causa. Na perseguição e no processo a que Jesus foi submetido repousam razões que justificam a manutenção do princípio do segredo.”

LEWIS, H. Spencer. As Doutrinas Secretas de Jesus. Rio de Janeiro: Biblioteca Rosacruz, V. II, Ed. Renes, 1983, p. 36-37.

As Inimizades de Jesus

A tentativa de transferir o caso para a Galileia, porque Jesus não era judeu, e deixá-lo a cargo de Herodes que estava presenciando a festa de Jerusalém, também falhou. Herodes não tinha suficiente estabilidade e não estava livre de criticas, de modo que não ousou tomar parte em um assunto que ele sabia ser mais sério do que parecia à primeira vista. (…) O próprio Jesus parecia despreocupado quanto à controvérsia que havia entre os altos magistrados, pois foi registrado que, durante essas horas amargas, ele continuou a fazer tratamentos, a pregar e manter a mente calma. Devemos pensar na majestade dessa mente para manter-se pacifica sabendo o que estava por acontecer, pois Jesus sabia. (…) O modo pelo qual os líderes da turba se comportaram nesta ocasião, como confirmam todos os registros, mostra a grande inimizade e o rancor dos judeus que odiavam Jesus.”

LEWIS, H. Spencer. A Vida Mística de Jesus. Curitiba, PR: AMORC, 2001, p. 237.