Initium e initiation

Initium é traduzido nos dicionários de latim como “início”.

Initium e initiation, na linguagem do templário, significa a admissão ao templo onde os sacerdotes da ciência se reuniam.

(…)

Initiamenta, initiator, initium são palavras pagās com duas interpretações, uma vulgar, a outra sacerdotal, e seu uso original foi nos ritos de Ceres. Initio (itio, itionis, o movimento gerador, o início) correspondia, na antiga linguagem sagrada, ao sopro que o Gênesis diz que o Todo-Poderoso usou para infundir seu espírito divino em Adão, o homem de argila; initium, portanto, é diferente de initio.

(…)

Purifique a sua palavra por meio do silêncio, seu corpo por meio do jejum e lembre-se de que boas palavras, bons pensamentos e boas ações abrem o reino oculto onde se pensa e se cria, onde se fica calado e onde se aprende.

(…) em nossa linguagem moderna, chamamos de iniciado aquele que penetrou no conhecimento dos mistérios e de adepto o que alcançou uma materialização deles.

Nesse ponto, é útil observar que a iniciação à ciência absoluta não é obtida nem concedida da mesma maneira a todos.

Distinguimos:

a) A iniciação por meio de ritos.

b) A iniciação por meio de delegação.

c) A iniciação direta.

1. A iniciação através dos ritos (…) O mestre que dá o ensinamento tem de ser capaz de perceber, onde quer que esteja, quando o discípulo entrou na zona de purificação e, em certos momen tos, deve comunicar-se com ele ou designar-lhe um represen tante seu na área extra-humana.

2. A iniciação por meio de delegação é a usada por sociedades constituídas de forma visivel, com uma hierarquia de graus, e o poder de iniciar é conferido por um mestre a seus representan tes ativos.

3. A iniciação direta, por outro lado, é a comunhão que um mestre cria diretamente com um discípulo, tratando-se, nesse caso, de uma extrema dedicação do mestre ao discípulo. Ela só acontece no caso de um mandato extra-humano, pois, se não for assim, a dedicação será sempre mais contida.”

KREMMERZ, Giuliano. Introdução à ciência hermética: O caminho iniciático para a magia natural e divina. Editora Pensamento, 2022, Pág.154-158.

Segunda Parte

Inteligência, Força e Criação

O jejum é um renascimento simbólico do corpo

O fornecimento de fluido é proporcional à nutrição do organismo animal

Mas se a abstenção sexual e a purificação do ambiente em que o aspi- rante a mago se refugia têm grande importância em sua vida fluídica, e se a perpétua atividade do corpo e do espírito o prepara para seu pro- gresso no campo dos fenômenos incomuns e extra-humanos, nada é mais necessário para o desenvolvimento da vida fluídica do que a nutrição cotidiana.

(…) esôfago.

(…) esse não é o processo completo da nutrição dos dois corpos materiais (físico e fluídico) que se interpenetram no organismo humano.

A nutrição física do corpo humano depende não apenas da qualidade e quantidade de comida ingerida, mas também dos vapores que o corpo absorve durante a vida diária. O poder de absorção é específico do corpo fluidico e de seu tipo vampiresco (vampírico) de nutrição e, enquanto o corpo material digere e transforma comida mastigada em caloria, o corpo fluídico tira sua vida da aspiração e da nutrição do sis tema nervoso e das partes ganglionares moles do corpo físico.

(…)o primeiro e mais importante dispositivo de nutrição no homem desenvolvido é o aparelho psíquico ou irradiação psíquica vampírica.

(…) assim como a solidão e a companhia devem ser os dois polos da existência de um mago ativo, seu corpo físico deve representar o recipiente mais robusto para sua espiritualidade.

Coma o que quiser, mas sendo frugal. Beba o que precisar, mas com moderação. Durma quando puder, mas sendo trabalhador.

Seja abstêmio ou ceda a algumas vontades, mas torne-se senhor de suas ações.

O jejum é um renascimento simbólico do corpo, um renascimento para a vida de luz; é uma regeneração moral e material. É uma ajuda muitíssimo poderosa para o desenvolvimento e a liberdade do corpo astral.”

KREMMERZ, Giuliano. Introdução à ciência hermética: O caminho iniciático para a magia natural e divina. Editora Pensamento, 2022, Pág.100-102.

Segunda Parte

O Discípulo

Austeridade

“Sua austeridade tinha qualquer coisa de espantoso. Estava de tal modo acostumada a jejuar, que passou vinte e três quaresmas e outros tantos adventos, sem tomar alimento. Recebia somente a comunhão todos os dias e bebia de tempo em tempo um copo de água, ao qual misturava um pouco de vinagre e de sal.”

Santa Catarina de Gênova. Tratado do Purgatório, Ed. Santa Cruz, 2019, Local: 113.

Breve Biografia

Jejum ritualístico

“O jejum ritualístico renova a vida ao reavivar os sentidos. Devolve à vida sua vivacidade, seu esplendor. Sob a ditadura da saúde, porém, o jejum se coloca a serviço da sobrevivência.”

HAN, Byung-Chul. Vita Contemplativa, ou sobre a inatividade. Ed. Vozes, 2023, Local 151.

Considerações sobre a inatividade

O jejum e o ascetismo

“O jejum e o ascetismo se afastam explicitamente da vida como sobrevivência, da urgência e da necessidade da vida crua. Eles representam uma forma de luxo. Isso lhes confere um caráter festivo. Eles são caracterizados por uma tranquilidade contemplativa. Para Benjamim, o jejum é uma iniciação no “segredo de comer”. Ele afia os sentidos de tal modo que estes descobrem aromas ocultos em qualquer alimento, mesmo no mais ordinário.”

HAN, Byung-Chul. Vita Contemplativa, ou sobre a inatividade. Ed. Vozes, 2023, Local 143.

Considerações sobre a inatividade

Jejum e Cura

Um método físico de tratar a doença consiste em jejuar criteriosamente a fim de purificar o corpo de toxinas e rejuvenescer a força vital. No jejum, a vontade volta a depender do Espírito e retira energia da fonte cósmica, reforçando e estimulando a energia curativa no corpo.

(…)

Mas, qualquer que seja o método de tratamento adotado, o resultado – positivo ou negativo – é ainda assim determinado em boa medida pela mente.

YOGANANDA, Paramahansa. A Segunda Vinda de Cristo, A Ressurreição do Cristo Interior. Comentário Revelador dos Ensinamentos Originais de Jesus. Vol. I. Editora Self, 2017, pág. 460.

Capítulo 25: A cura dos doentes.

O Jejum da Meditação

O profundo samadhi da meditação é possível somente quando todas as funções corporais são aquietadas. Uma dieta apropriada e o jejum são úteis, condicionando o corpo para esse estado de tranquilidade e interiorização. Jesus reconheceu esse princípio ao jejuar a fim de espiritualizar o corpo e libertar a mente durante seus quarenta dias no deserto.

Meditar com o estômago vazio é uma boa prática, pois a energia que opera o sistema nervoso não está então ocupada com as funções corporais. A meditação após uma refeição pesada estabelece um conflito entre a consciência do corpo e a superconsciência da alma. Quando temos o estômago cheio, o coração, os pulmões e os sistemas digestivo e nervoso estão todos ocupados com a digestão do alimento, queimando carbono e mantendo a circulação até os pulmões para eliminar do sangue o dióxido de carbono. Isso conserva a mente subconsciente ocupada, e ela, por sua vez, introduz sua inquietude na mente consciente. Tal invasão da consciência impede a comunhão divina interior.”

Nota: “Estudos recentes indo-germânicos revelaram que o jejum pode prolongar o tempo de vida”, relatou um artigo no The Deccan Chronicle, de Hyderabad, India, em 23 de janeiro de 1995. “As experiências efetuadas pelo Centro de Biologia Celular e Molecular (CCMB), com sede em Hyderabad, em colaboração com o Instituto Max Planck de Endocrinologia Experimental (Alemanha), observaram que o jejum preservava grande quantidade de energia. Esse excesso de energia poderia ser utilizado para executar outras funções do corpo humano ou para mantê-lo saudável, aumentando assim a longevidade.

“Durante as experiências, em que ratos foram submetidos a jejum, descobriu-se que a renovação ou substituição das células de revestimento interno, o que requer uma grande quantidade de energia, cessou completamente. Não havia também decadência celular fisiológica, e as células intestinais tornaram-se mais eficientes na absorção de nutrientes”, disse Dr. P. D. Gupta, Diretor Representante do CCMB e chefe do estudo em grupo.

“Dr. Gupta relatou que havia exemplos de munis jainistas que jejuaram por mais de 200 dias. Entretanto, descobriu-se que o jejum de até três dias interrompia completamente a ‘decadência celular fisiológica’. A pesquisa constatou que o jejum intermitente de um ou dois dias durante o período de um mês era sempre benéfico.” (Nota da Editora)

YOGANANDA, Paramahansa. A Segunda Vinda de Cristo, A Ressurreição do Cristo Interior. Comentário Revelador dos Ensinamentos Originais de Jesus. Vol. I. Editora Self, 2017, pág. 190-191.

Capítulo 8: A Tentação de Jesus no deserto.

Sujeito a Alucinações

“Embora não tenham fundamento os exagerados jejuns de quarenta dias no deserto que também lhe foram atribuídos, ele realmente socorreu-se, algumas vezes, do jejum absoluto, como delicadíssima terapêutica para conservar seu espirito no comando da carne. No se tratava de nenhuma prática iniciática ou obrigação religiosa, era apenas um recurso sublimado e admissível em entidade tão excelsa como Jesus, cuja consciência angélica ultrapassava os limites da suportação comum de um organismo humano. O jejum desafoga a circulação sanguínea dos tóxicos produzidos nas trocas químico-físicas da nutrição e assimilação, debilita as forças agressivas do instinto inferior, aquieta a natureza animal, clareia a mente e o sistema cérebro-espinhal passa a ser regado por um sangue mais límpido.

Durante o repouso digestivo, a natureza renova suas energias, restaura os órgãos enfraquecidos, ativa o processo drenativo das vias emunctórias, por onde se expulsa todos os tóxicos e substâncias prejudiciais ao organismo. É óbvio que o jejum enfraquece devido à desnutrição mas compensa porque reduz o jugo da carne e desafoga espírito, permitindo-lhe reflexões mais lúcidas e intuições mais certas.

Durante o enfraquecimento orgânico pelo sofrimento, ou jejum, as faculdades psíquicas se aceleram e lucidez espiritual se torna mais nítida, conforme se verifica em muitas criaturas prestes a desencarnar, pois recuperam sua clareza mental e rememoram os mais longínquos fatos de sua existência humana, desde a infância. A queda das energias físicas costuma proporcionar maior liberdade consciência do espirito.

(…)

Assim, o jejum também era para Jesus o recurso benéfico com que contemporizava a excessiva tensão do seu próprio Espírito na carne. Sua fabulosa atividade mental provocava excessivas saturações magnéticas na área cerebral. Seu corpo, embora sensibilíssimo e hígido em todo o seu sistema orgânico, era acanhadíssimo veículo para atender as exigências de sua extensa consciência sideral. Os neurônios e centros sensoriais permaneciam continuamente num estado de alta tensão, assim como a lâmpada modesta ameaça romper-se pela energia demasiadamente vigorosa que lhe vem da usina.

O Anjo e a entidade mais aproximada dos atributos de Deus, como sejam a Sabedoria, o Poder, a Vontade e o Amor. Em consequência, possui qualidades superiores às do tipo espiritual ainda reencarnável na Terra. O organismo físico não lhe oferecia os recursos necessários para permitir lhe uma relação perfeita entre o mundo angélico e o material. Mesmo que ele não houvesse sido crucificado aos 33 anos, não teria sobrevivido por muito tempo, pois o seu corpo carnal já se mostrava exaurido e incapacitado para atender-lhe o alto grau de suas exigências mentais. O Mestre Jesus foi, indiscutivelmente, a entidade de mais alta estirpe sideral que já desceu ao vosso orbe. A sua
consciência ampla e poderosa lutava assombrosamente para firmar-se no comando de um cérebro humano. (…) Seu Espírito, superativo e em permanente vigília, envidava heroicos esforços para abafar as energias estuantes de vida animal, que se multiplicam na esfera instintiva e tentavam dominá-lo tanto quanto ele as repelia.”

RAMATÍS. O Sublime Peregrino. Obra psicografada por Hercílio Maes. São Paulo: Ed. Conhecimento, 2020, pág. 160-161.

 

Ocasião, Sentimento, Limpeza

“(…) alguns fatores essenciais da magia.

O primeiro deles é a ocasião em que a magia é realizada. (…) A magia construtiva (para o crescimento) é realizada, basicamente, durante o quarto crescente, e a magia para destruição é realizada durante o quarto minguante. A magia construtiva consiste em estimular coisas com amor, sucesso, a proteção, à saúde, a fertilidade. A magia destrutiva inclui feitiço de amarração, separação, eliminação, extermínio. Essas magias tem um elemento de magia simpática apenas com relação a época em que são realizadas.  (…)

O segundo fator essencial da magia é o sentimento. Você precisa realmente querer que aconteça aquilo pelo que você está trabalhando. Precisa querer com todo o seu ser. Investir cada infinita partícula de poder nesse desejo, nessa vontade de ver algo acontecer. (..) Esse forte “sentimento” é, com efeito, o “poder” acumulado usado na magia. Como auxiliares, ou propulsores do seu poder, podem ser usados um grande número de amplificadores. Um desses é o canto e outro é a rima. O cantar ritmado de um feitiço, com uma batida seca, regular, pode ajudar a intensificar seu sentimentos e, desta maneira, aumentar seu poder. (…)

A limpeza é o terceiro fator essencial da magia.  Quando praticar magia, é aconselhável estar com o corpo limpo. Interna e externamente. (…) Também prepare o corpo inteiro e hoje removendo as toxinas faça isso jejuando durante 24 horas, antes de realizar o trabalho mágico. Abstenha-se do álcool, da nicotina e da atividade sexual.”

Buckland, Raymond. Livro completo de bruxaria de Raymond Buckland: tradição, rituais, crenças, história e prática. Editora Pensamento Cultrix, São Paulo, 2019, pp. 83-84.