Compreender a Terra e o Céu

“As raças, os povos e os homens são apenas ensejos educativos e transitórios, que revelam à luz do mundo material as aquisições feitas pelo espírito imortal. Poder-se-ia dizer que a face dos planetas serve para o espírito verificar o comprovar a sua consciência, o que ele já realizou em si mesmo. Deste modo, ele extrai ilações. pessoais de sua capacidade, resistência, renuncia, individualidade e do seu talento espiritual. Apura o espírito e passa a cultuar as manifestações que mais se enquadram nos códigos morais dos mundos superiores. Esforça-se depois para anular ou mesmo evitar os ascendentes que lhe retardam a paz e a ventura definitivas.

(…)

Não dizia Jesus comumente aos seus apóstolos: “Se ainda não compreendeis as coisas da Terra, como quereis que vos fale só das coisas do céu?”

Ele era objetivo e suas parábolas versavam sobre coisas tangíveis e assuntos de bom-senso.

(…)

Não era um judeu predicando para judeus, mas um representante da humanidade dos céus, falando para todas as criaturas, porque sua linguagem até hoje é perfeitamente entendível por todos os povos e raças.”

RAMATÍS. O Sublime Peregrino. Obra psicografada por Hercílio Maes. São Paulo: Ed. Conhecimento, 2020, pág. 188-190.

 

A Suficiência da Força Espiritual de Jesus

“Se bastasse somente a força espiritual de Jesus para afastar todas as dificuldades naturais do mundo físico, é evidente que ele também não precisaria encarnar-se na Terra para esclarecer “pessoalmente” o homem, pois isso poderia ser feito do próprio mundo invisível e só em Espirito. Para servir à humanidade encarnada Jesus necessitou mobilizar os mesmos recursos dos demais homens e honestamente enfrentar as mesmas dificuldades. Embora se compreenda que o génio já existe na intimidade do pintor excelso ou do compositor incomum, o certo é que o primeiro de pincéis e tintas e o segundo, de instrumentação musical para, então, darem forma concreta às suas criações mentais.

Jesus também era um gênio, um sábio e um anjo em espirito, mas precisou exilar-se na matéria para entregar pessoalmente a sua mensagem de salvação do homem. Em consequência, serviu-se de instrumentação carnal apropriada e enfrentou os óbices naturais do mundo físico para realizar sua tarefa de esclarecimento espiritual.”

RAMATÍS. O Sublime Peregrino. Obra psicografada por Hercílio Maes. São Paulo: Ed. Conhecimento, 2020, pág. 185.

Entre os Meninos Nazarenos e a Necessidade de Proteção

“Era o anjo ameaçado pelos seus adversários sombrios, que não podiam afetar-lhe. a divina contextura espiritual, mas tentavam ferir-lhe o corpo transitório, precioso instrumento do seu trabalho messiânico na Terra. Esses espíritos diabólicos, que a própria Bíblia os sintetizou tão bem na “tentação de Satanás recorriam às próprias cargas de inveja e de ciúmes que se formavam em torno de Jesus, por força do despeito dos próprios conterrâneos, Assim protemanipulavam o material hostil produzido pelas mentes insatisfeitas diante da gloriosa figura daquele ser, com a intenção de turbar-lhe o sentidos nervosos e o comando cerebral.

Então, a sua respiração tornava-se aflitiva e o seu coração se afogueava; o sistema hepatorrenal apressava-se a eliminar qualquer tóxico que se materializasse decorrente de condensação de fluidos ferinos. O menino Jesus, num impulso instintivo, corria, célere, para longe da bulício dos seus companheiros e se deitava, exausto, sobre a relva macia, ou à beira do regato, debaixo das figueiras, ou ainda entre os arbustos umedecidos, como se o orvalho e o perfume das florinhas silvestres pudessem lhe refrigerar a mente incandescida.

Mas em tais momentos ele era alvo dos cuidados atenções do anjo Gabriel e de suas falanges, que então o aconselhavam a buscar o refúgio no seio da Natureza amiga durante suas crises emotivas ou opressões astralinas. Ali, esses sublimes amigos podiam manipular extratos vitalizantes e fluidos protetores apanhados dos duplos etéricos do regato, das flores e dos arvoredos benfeitores que se transformavam em energias terapêuticas, imunizando-o contra os dardos ofensivos dos espíritos trevosos.

(…)

De acordo com as vossas próprias mensagens, em que o espírito sublime só atrai bons fluídos, como se explica a necessidade de tantos cuidados e proteções do menino Jesus, quando ele era um anjo exilado na Terra?

RAMATIS: Dissestes muito bem: “Jesus era um anjo exilado na Terra”, isto é, um anjo fora dos seus domínios e submerso num escafandro de carne, que o reduzia em seu potencial angélico.

(…) ninguém se basta por si mesmo, nem o próprio Jesus, pois se a Vida é fruto da troca incessante do choque de energias criadoras atuando em seu plano correspondente, quando hostis elas forem a qual quer espírito mergulhado na carne. A si mesmo só se basta Deus, que é o Pai, Senhor da Vida!

(…)

Quando a Pedagogia Sideral adverte que o espírito sublime só atrai bons fluidos, e a alma delinquente é a culpada pela carga nefasta que recepcionar sobre si mesma, nem por isso, os bons deixam de ser alvo dos malefícios da inveja, do ciúme ou da má-fé humana.

(…)

O pseudo-Diabo da Mitologia, que compreende simbolicamente as falanges dos espíritos malignos, não se contenta em arrebanhar para o seu reino trevoso somente as almas pecaminosas; porém, conforme assegura a própria Bíblia, ele tudo faz para poluir os bons e chegou mesmo a tentar o próprio Jesus. O anjo, pois, é justa mente o ser mais alvejado pela malícia, crueldade, inveja, ciúme e despeito daqueles que ainda são escravos da vida animalizada do mundo profano.

(…)

Não há duvida de que os bons só atraem os bons fluidos e acima de tudo ainda merecem a companhia e a proteção dos bons espíritos, mas é conveniente meditarmos em que, nem por isso, estamos livres da agressividade dos espíritos maléficos, que não se conformam em sofrer qualquer derrota espiritual.

PERGUNTA: – Não se poderia deduzir que essa proteção extraordinária e poderosa sobre Jesus também deveria estender-se a todas as criaturas benfeitoras e assim livrá-las definitivamente das investidas maléficas do mundo oculto?

RAMATIS: – Sem dúvida; isso é racional e justo, porém, é essencial que tais criaturas façam por merecer essa proteção superior, assim como a merecia Jesus.”

RAMATÍS. O Sublime Peregrino. Obra psicografada por Hercílio Maes. São Paulo: Ed. Conhecimento, 2020, pág. 130-132.

 

O Evangelho Compreensível da Ciência Cósmica

“Assim como o Espiritismo é a síntese iniciática mais acessível à mente do homem comum, o Evangelho estruturado por Jesus constitui também a súmula mais compreensível da Ciência Cósmica, para a mente do homem terrícola. Quando os adeptos do Espiritismo penetram cada vez mais no seu âmago, surpreendem-se com as revelações que descobrem Identificadas com todas as ciências ocultas e os ensinos iniciáticos. Na intimidade do Evangelho, as singelas máximas pregadas por Jesus identificam-se com todas as leis que regem o próprio Cosmo.”

*O Evangelho à Luz do Cosmo.

RAMATÍS. O Sublime Peregrino. Obra psicografada por Hercílio Maes. São Paulo: Ed. Conhecimento, 2020, pág. 86-87.

A Descrença Católica

“Assim como a criança, embevecida na contemplação da lâmpada elétrica, custa a compreender o mecanismo prosaico da Usina que lhe dá a luz, esses religiosos excessivamente místicos e ainda afeitos ao sobrenatural, também sofrem imensamente ao admitir a perspectiva de Jesus se enquadrar no mecanismo de uma técnica sidérea, para só então lhe permitir a manifestação na Terra.”

RAMATÍS. O Sublime Peregrino. Obra psicografada por Hercílio Maes. São Paulo: Ed. Conhecimento, 2020, pág. 47.

Sofrimento Pela Mudança de Vibração

“Jesus, como sábio e psicólogo sideral, compreendia perfeitamente a natureza psíquica de vossa humanidade, pois os pecados dos homens eram frutos da sua imaturidade espiritual. Jamais ele sofreria pelos insultos e apodos, ou pelas ingratidões e crueldades humanas, ao reconhecer nas criaturas terrenas mais ignorância e menos maldade. Porventura os professores se ofendem com as estultícias e travessuras dos pequenos que ainda frequentam os jardins de infância, considerando injúrias ou crimes aquilo que ainda é próprio da irresponsabilidade infantil?

(…) O seu ver dadeiro sacrifício e sofrimento, enfim, foram decorrentes da penosa e indescritível operação milenar durante o descenso espiritual vibratório, para ajustar o seu psiquismo angélico à frequência material do homem terreno, A Lei exige a redução vibratória até para os espíritos menos credenciados no Espaço, cuja encarnação terrena, às vezes, se apresenta dificultosa nesse auto-esforço de ligar -se à carne. Mas Jesus, embora espírito de uma frequência sideral vibratória a longa distância da matéria, por amor ao homem, não hesitou em suportar as terríveis pressões magnéticas dos planos inferiores que deveria atravessar gradualmente em direção à crosta terráquea.

(…)

Ele desceu através de todos os planos inferiores, desde o mental, astralino e etérico, até poder manifestar se com sucesso na contextura carnal e letárgica da figura humana. Abandonando os píncaros formosos do seu reino de glória, imergiu lentamente no oceano de fluidos impuros e agressivos, produzidos pelas paixões violentas dos homens da Terra e dos desencarnados no Além.

(…)

O Sublime Peregrino descido dos céus lembra o mensageiro terreno que, após exaurir-se no tormento da caminhada de muitos quilômetros, deve entregar a “carta de libertação” a infelizes prisioneiros exilados de sua Pátria.

(!) Assim, os 33 anos de vida física de Jesus significam apenas o momento em que ele faz a entrega da mensagem espiritual do Evangelho, pois o processo espinhoso e aflitivo até imergi-lo nos fluidos terráqueos durou um milênio do calendário humano. Essa operação indescritível de sua descida sacrificial em direção à Terra é, na realidade, sua ver dadeira “Paixão”, pois só os anjos, que o acompanhavam distanciando-se cada vez mais, por força da diferença vibratória, é que realmente podiam compreender a extensão do heroísmo e sofrimento de Jesus, quando deixou o seu mundo rutilante de luzes e prenhe de beleza, para então habitar um corpo de carne em beneficio dos terrícolas.

(…)  Não podeis subestimar as fronteiras vibratórias que separam e disciplinam as várias manifestações da vida cósmica. É muito longa a faixa ou distância existente entre o anjo e o homem.

(…)

O escafandrista, ao descer ao fundo dos mares, embora permaneça senhor de sua consciência, fica circunscrito ao meio líquido, à sua fauna e densidade; a sua capacidade normal, do meio externo, fica reduzida. Tal descida exige-lhe uma técnica especial e uma prévia adaptação às leis naturais do plano aquático onde vai fixar se e agir.

(…)

O Messias, cuja aura é imenso facho de luz a envolver a Terra – do que a sua transfiguração no Tabor nos da uma pálida ideia – teve que transpor densas barreiras fluídicas e enfrentar terríveis bombardeios mentais, inferiores, suportando os efeitos da viscosa névoa magnética do astral inferior a envolver a sua aura espiritual. Vapores sádicos atingiram-lhe o campo emotivo-angélico, no turbilhão de vendavais arrasantes produzidos pelas paixões tóxicas da humanidade ainda dominada pelos instintos animalizados.

(…)

A alma sublime, à medida que ingressa nos fluidos mais grosseiros dos mundos materiais, para aí viver e se manifestar, ela também sofre os impactos, os efeitos e as reações próprias desse ambiente hostil, pois não pode eximir-se da ação e reação das leis físicas criadas por Deus na dinâmica dos mundos materiais.”

RAMATÍS. O Sublime Peregrino. Obra psicografada por Hercílio Maes. São Paulo: Ed. Conhecimento, 2020, pág. 38-41.

Conjunção – Saturno, Júpiter e Marte

“A mais eficiente organização dos homens ainda é um simples arremedo da mais singela disciplina determinada pela Administração Sideral dos orbes, sistemas solares e das galáxias do Cosmo. O “acaso” não existe nas obras criadas por Deus! (…) Se a “queda de um fio de cabelo” não se faz por acaso, é impossível imaginarmos a complexidade, a extensão dos esquemas, detalhes e planos elaborados há bilhões e bilhões de anos, pelo Alto, a fim de prever e disciplinar a descida dos Instrutores Espirituais à Terra, no momento exato da necessidade de progresso e redenção dos encarnados.”

RAMATÍS. O Sublime Peregrino. Obra psicografada por Hercílio Maes. São Paulo: Ed. Conhecimento, 2020, pág. 35.

A Divindade Jesus

“Em verdade, Jesus é o Espirito mais excelso e genial da Terra, da qual é o seu Governador Espiritual. (…) o mais sublime, heroico e inconfundível Instrutor entre todos os mensageiros espirituais da vossa humanidade. A sua encarnação messiânica e sua paixão sacrificial tiveram como objetivo acelerar tanto quanto possível, o ritmo da evolução espiritual dos terrícolas.

(…) O “trigo” e as “ovelhas” simbolizam os da “direita” do Cristo: são os pacíficos, altruístas, humildes e compassivos, representantes vivos das sublimes bem-aventuranças do Sermão da Montanha.

(…) como o Pai jamais perde uma só ovelha do seu rebanho, tais “esquerdistas”, depois de “limpos” ou “redimidos” no exilio planetário purgatorial, regressarão à sua velha morada terrena para harmonizar-se à sua humanidade.

Consequentemente, os exilados da Terra sentir-se-ão “estranhos” no planeta para onde forem expulsos; e, em certas horas de nostalgia espiritual, criarão também a lenda de um Adão e Eva enxotados do Paraíso, por haverem abusado da “árvore da vida”. Então, no astro-exílio surgirá uma versão nova da lenda dos “anjos decaídos”, como já aconteceu há milênios, na Terra, por parte dos exilados de outros orbes submetidos a juízo final semelhante. E quando esses expatriados voltarem a reencarnar na Terra, que é a sua “casa paterna”, então o Pai se rejubilará.

No Terceiro Milênio, a Terra será promovida a um grau sideral ou curso espiritual superior, algo semelhante ao ginásio do currículo humano, cujos inquilinos ou moradores serão os espíritos graduados à “direita” do Cristo, conforme João diz no seu Apocalipse (Apocalipse, 21:27).”

RAMATÍS. O Sublime Peregrino. Obra psicografada por Hercílio Maes. São Paulo: Ed. Conhecimento, 2020, pág. 16-17.

Os Milagres de Jesus

“PERGUNTAS-ME SOBRE os milagres de Jesus.

Cada milhar de milhar de anos, o sol e a lua e a terra e todos os seus planetas irmãos postam-se numa linha reta, e conferenciam juntos por um instante.

Depois, lentamente se dispersam e esperam que passe outro milhar de milhar de anos.

Não há milagres além das estações; entretanto, nem vós nem eu conhecemos todas as estações. E que seria se uma estação se fizesse manifesta na forma de um homem?

Em Jesus, os elementos de nossos corpos e de nossos sonhos ajuntaram-se de acordo com a lei. Tudo o que era perdido no tempo antes Dele, Nele encontrou seu tempo. Dizem que Ele deu vista aos cegos, e fez andar os paralíticos, e arrancou demônios dos loucos.

Talvez a cegueira não passe de um pensamento escuro que pode ser dominado por um pensamento luminoso. Talvez um membro paralítico não signifique senão uma indolência que pode ser estimulada pela energia. E talvez os demônios, esses elementos inquietos de nossa vida, possam ser expulsos pelos anjos da paz e da serenidade.

Dizem que Ele trouxe os mortos à vida. Se me puderdes dizer o que é a morte, então eu vos direi o que é a vida.

Observei num campo uma bolota, uma coisa aparentemente parada e sem utilidade. E na primavera, vi aquela bolota criar raízes e crescer – princípio de um carvalho – na direção do sol.”

GIBRAN, Gibran Khalil.  Jesus, o Filho do Homem. Tradução: Mansour Challita. Associação Cultural Internacional Gibran, 1973, pág. 84.

De Viver e de Ser

“MEU AMIGO, tu, como todos os romanos, sabes melhor conceber a vida do que vivê-la. E antes governarias terras do que te deixarias governar pelo espírito.

Vós, romanos, preferis conquistar raças e ser por elas amaldiçoados a permanecer em Roma e ser abençoados e felizes. Não pensais senão em exércitos em marcha e em navios lançados ao mar.

Como podereis, então, compreender Jesus de Nazaré, um homem simples e isolado que veio, sem armas nem navios, estabelecer um reino no coração e um império nos espaços livres da alma?

“Como compreendereis esse homem que não era um guerreiro, mas veio com a força do poderoso éter?

Ele não era um deus, era um homem como nós outros; mas Nele, a mirra da terra subia para encontrar o incenso do céu; e em Suas palavras, nosso balbucio abraçava o murmúrio do invisível; e em Sua voz, ouvíamos uma canção insondável.

Sim, Jesus era um homem e não um deus, e aí está nosso deslumbramento e nosso assombro. Mas vós, romanos, não vos maravilhais senão com os deuses, e nenhum homem vos assombra. Por isto, não com prendeis o Nazareno.

Ele pertencia à juventude da mente, e vós pertenceis à sua idade avançada.”

GIBRAN, Gibran Khalil.  Jesus, o Filho do Homem. Tradução: Mansour Challita. Associação Cultural Internacional Gibran, 1973, pág. 98.