“O silêncio tem início a partir da indisponibilidade. A indisponibilidade estabiliza e aprofunda a atenção, suscita o olhar contemplativo. Ele tem a paciência para o largo e o lento. Onde tudo está disponível e alcançável, nenhuma atenção profunda é formada. O olhar não se detém. Ele vagueia como o de um caçador. Para Nicolas Malebranche, a atenção é a oração natural da alma. A alma não reza mais hoje em dia. Ela se produz. A comunicação extensiva dispersa a alma.
A contemplação, no entanto, se opõe à produção. A compulsão de produzir e comunicar destrói a imersão contemplativa.
(…)a verdade de uma fotografia é revelada no silêncio, no fechar dos olhos.”
HAN, Byung-Chul. Não coisas: Reviravoltas do mundo da vida. Ed. Vozes, 2021, Local 1315-1323.
Silêncio