Ser indivisível

“Em resumo, o processo de individuação consiste em dois grandes movimentos: separação e união, ou síntese, separatio e coagulatio, para usar a linguagem alquímica. No primeiro movimento, a pessoa se separa psicologicamente da identificação com a mãe e o pai, família de origem e, posteriormente, com o grupo de pares, a fim de desenvolver um senso individual de si mesmo, de consciência do ego e de uma persona apropriada. Em um nível mais profundo, o ego gradualmente se separa do inconsciente e de um tipo de vida fantasiosa que é característica da infância. O indivíduo torna-se mais realista, orientado a objetos e adaptado à realidade externa. Na segunda metade da vida, a pessoa se assume e inclui em sua identidade consciente algumas das outras expressões e energias que foram deixadas para trás no inconsciente. Assim, a identidade se modifica e se torna mais complexa. Se você se encontrava identificado com o lado masculino da sizígia, percebe que possui um feminino interior, o que Jung denominou de anima. Ou se você se encontrava identificado com o lado feminino, descobre que tem um masculino interno (animus). Você não é apenas masculino ou feminino – você carrega múltiplos aspectos dentro de si. Sintetizar os opostos cria um novo senso de self e uma nova identidade composta por partes díspares do eu, conscientes e inconscientes.

A soldagem do consciente e inconsciente forja um indivíduo que não se baseia apenas em uma identidade egoica, mas também em energias e fontes inconscientes.

O objetivo de se tornar uma personalidade totalmente realizada e individualizada é ser indivisível – individuação significa indivisível. A reconciliação do consciente com o inconsciente na segunda metade da vida é o que Jung chamou, em seu último livro, de “uma conjunção misteriosa” (mysterium conjunctionis). Essa é a união dos opostos.”

STEIN, Murray. Os quatro pilares da psicanálise junguiana: Individuação – Relacionamento analítico – Sonhos – Imaginação ativa – Uma introdução concisa. Ed. Cultrix, 2023. Local, 357-409.

Pilar 1

Conclusão

Gostei e vejo sentido em compartlhar essa ideiA

Facebook
Twitter
Pinterest

QUER MAIS?

Sonho

“SONHO — C.G. Jung: “O sonho é uma porta estreita, dissimulada naquilo que a alma

Leia mais