Conceito de Nazareno

“Em primeiro lugar, devemos tornar claro que o título de Nazareno não queria dizer que a pessoa que o tivesse fosse de uma cidade chamada Nazaré. O título de Nazareno era dado pelos judeus a pessoas estranhas que não seguiam sua religião e que pareciam pertencer a um culto ou seita secreta que existira ao Norte da Palestina por muitos séculos; podemos verificar na Bíblia Cristã que o próprio João Batista era chamado de Nazareno. Também encontramos muitas outras referências a pessoas conhecidas como nazarenos. Em Atos XXIV:5, encontramos um homem qualquer sendo condenado como provocador de uma rebelião entre os judeus em todo o mundo e sendo chamado de “líder da seita dos nazarenos”. Sempre que os entravam em contato com alguém em seu pais que fosse de outra religião, e especialmente se tivesse uma compreensão mística das coisas da vida e vivesse de acordo com um código ético ou filosófico diferente do judaico, chamavam-no de Nazareno falta de um nome mais adequado.

LEWIS, H. Spencer. A Vida Mística de Jesus. Curitiba, PR: AMORC, 2001, p. 57-58.

Artigos de Fé da Grande Fraternidade

“É possível apresentar aqui os artigos de fé dos Essênios, tais como estão registrados em documentos antigos e secretos. Embora esses artigos de fé sejam apresentados de forma ligeiramente diferente nos vários ramos da organização essênia, estão indubitavelmente baseados nos artigos de fé adotados pela Grande Fraternidade Branca, ao tempo em que foi estabelecida a organização essênia.

Número Um: Deus é princípio; Seus atributos só se manifestam através da matéria, ao homem exterior. Deus não é pessoa, nem se revela ao homem exterior em qualquer forma de nuvem ou glória. (Note a semelhança deste artigo com a declaração de João IV 24: “Deus é Espírito, e os que O adoram têm de adorá-Lo em espírito e verdade”.)

Número Dois: O poder ou a glória do domínio de Deus não aumenta nem diminui segundo a crença ou descrença do homem; e Deus não põe de parte Suas leis para agradar a humanidade.

Número Três: O ego no homem é de Deus, uno com Deus sendo consequentemente imortal e eterno.

Numero Quatro: As formas do homem e da mulher são manifestações da verdade de Deus, mas Deus não está manifesto na forma do homem ou da mulher como um ser.

Número Cinco: O corpo do homem é um templo no qual habita a alma, por cujas janelas vemos as criações e evoluções de Deus.

Numero Seis: Por ocasião da transição ou separação do corpo e da alma, a alma entra naquele estado secreto em que nenhuma das condições da terra tem qualquer encanto, mas a brisa suave e o grande poder do Espírito Santo oferecem conforto e consolo para os extenuados ou ansiosos que estão à espera de novas atividades. Aqueles, entretanto, que fracassam em utilizar as bênçãos e dons de Deus, que seguem os ditames do tentador, dos falsos profetas e das ardilosas doutrinas dos iníquos, permanecem no seio da terra até que sejam libertos dos poderes aprisionadores do materialismo, purificados e enviados ao reino secreto. (Isto explica o antigo termo místico “preso à terra”, com referência àqueles que ainda ficam escravizados a tentações materiais por algum tempo após a transição.)

Número Sete: Guardar o dia santo da semana, para que a alma possa comungar em espírito e ascender e entrar em contato com Deus, descansando de todos os labores e usando de bom discernimento em todas as ações.

Número Oito: Manter silêncio nas disputas, fechar os olhos diante do mal e fechar os ouvidos aos blasfemadores. (Isto equivale ao original da lei oriental, “não falar o mal, não ver o mal e não ouvir o mal”.)

Número Nove: Preservar as doutrinas sagradas contra os profanos jamais falar delas àqueles que não estejam preparados ou qualificados para compreendê-las, e estar sempre pronto a revelar ao mundo o conhecimento que possa capacitar o homem a elevar-se a maiores alturas.

Número Dez: Permanecer fiel às amizades e a todas as relações fraternas, até a morte; em qualquer circunstância ligada à confiança, nunca abusar do poder ou do privilégio recebido; e em todas as relações humanas, ser benévolo e capaz de perdoar, mesmo aos inimigos da fé.”

LEWIS, H. Spencer. A Vida Mística de Jesus. Curitiba, PR: AMORC, 2001, p. 27-29.

Os Essênios e as Práticas Humanitárias

“Os registros Rosacruzes dizem claramente que a palavra original pretendia descrever uma fraternidade secreta e que, embora a maioria de seus membros se tornassem médicos e curadores, a organização era devotada a muitas outras práticas humanitárias além da arte de curar, e que nem todos os seus membros eram médicos.”

LEWIS, H. Spencer. A Vida Mística de Jesus. Curitiba, PR: AMORC, 2001, p. 23-24.

Diversas Escolas Místicas e os Essênios

“As diversas escolas místicas do Egito, que se uniram no que constituiu a Grande Fraternidade Branca, tomaram diferentes nomes em diferentes partes do mundo, de acordo com o idioma de cada nação e com as peculiaridades do pensamento religioso e espiritual do povo em geral. Verificamos que, em Alexandria, os membros da Fraternidade adotaram o nome de Essênios. Os cientistas têm feito consideráveis especulações quanto à origem deste termo e seu real significado. Foram apresentadas tantas especulações insatisfatórias quanto à sua raiz que ainda persistem muitas dúvidas na mente da maioria das autoridades quanto a este aspecto A palavra deriva realmente da palavra egípcia Kashai; que significa “secreto”) Existe uma palavra judia que tem um som semelhante, chsahi, que significa “secreto” ou “silente“; esta palavra foi naturalmente traduzida para essaios ou “Essênio”, com o significado de “secreto” ou “místico”. O próprio Josefo descobriu que os símbolos egípcios para luz e verdade são representados pela palavra choshen, que tem o correspondente grego “Essen”. Foram encontradas referências históricas segundo as quais os sacerdotes dos antigos templos de Éfeso tinham o nome de Essênios. Um ramo da organização estabelecido pelos gregos traduziu a palavra Essênio derivada do termo sírio asaya, que significa “médico”, para o termo grego therapeutes, com o mesmo significado.

LEWIS, H. Spencer. A Vida Mística de Jesus. Curitiba, PR: AMORC, 2001, p. 23.

Preceitos Herméticos sem Religião

“Ainda em nossos dias empregamos o termo hermético no sentido de secreto, fechado de tal maneira que nada escapa, etc., pela razão que os discípulos de Hermes sempre observaram o princípio do segredo nos seus preceitos. Eles ignoravam aquele não lançar as pérolas aos porcos, mas conservavam o preceito de dar leite às crianças, e carne aos homens feitos, máximas que são familiares a todos os leitores das Escrituras Cristãs, mas que já eram usadas pelos egípcios, muitos séculos antes da era cristã. Os Preceitos herméticos estão espalhados em todos os países e em todas as religiões, mas não pertencem a nenhuma seita religiosa particular.”

Três Iniciados. O Caibalion: Estudo da Filosofia Hermética do Antigo Egito e da Grécia. Editora Pensamento: São Paulo, 2018, pág. 15.