“É possível apresentar aqui os artigos de fé dos Essênios, tais como estão registrados em documentos antigos e secretos. Embora esses artigos de fé sejam apresentados de forma ligeiramente diferente nos vários ramos da organização essênia, estão indubitavelmente baseados nos artigos de fé adotados pela Grande Fraternidade Branca, ao tempo em que foi estabelecida a organização essênia.
Número Um: Deus é princípio; Seus atributos só se manifestam através da matéria, ao homem exterior. Deus não é pessoa, nem se revela ao homem exterior em qualquer forma de nuvem ou glória. (Note a semelhança deste artigo com a declaração de João IV 24: “Deus é Espírito, e os que O adoram têm de adorá-Lo em espírito e verdade”.)
Número Dois: O poder ou a glória do domínio de Deus não aumenta nem diminui segundo a crença ou descrença do homem; e Deus não põe de parte Suas leis para agradar a humanidade.
Número Três: O ego no homem é de Deus, uno com Deus sendo consequentemente imortal e eterno.
Numero Quatro: As formas do homem e da mulher são manifestações da verdade de Deus, mas Deus não está manifesto na forma do homem ou da mulher como um ser.
Número Cinco: O corpo do homem é um templo no qual habita a alma, por cujas janelas vemos as criações e evoluções de Deus.
Numero Seis: Por ocasião da transição ou separação do corpo e da alma, a alma entra naquele estado secreto em que nenhuma das condições da terra tem qualquer encanto, mas a brisa suave e o grande poder do Espírito Santo oferecem conforto e consolo para os extenuados ou ansiosos que estão à espera de novas atividades. Aqueles, entretanto, que fracassam em utilizar as bênçãos e dons de Deus, que seguem os ditames do tentador, dos falsos profetas e das ardilosas doutrinas dos iníquos, permanecem no seio da terra até que sejam libertos dos poderes aprisionadores do materialismo, purificados e enviados ao reino secreto. (Isto explica o antigo termo místico “preso à terra”, com referência àqueles que ainda ficam escravizados a tentações materiais por algum tempo após a transição.)
Número Sete: Guardar o dia santo da semana, para que a alma possa comungar em espírito e ascender e entrar em contato com Deus, descansando de todos os labores e usando de bom discernimento em todas as ações.
Número Oito: Manter silêncio nas disputas, fechar os olhos diante do mal e fechar os ouvidos aos blasfemadores. (Isto equivale ao original da lei oriental, “não falar o mal, não ver o mal e não ouvir o mal”.)
Número Nove: Preservar as doutrinas sagradas contra os profanos jamais falar delas àqueles que não estejam preparados ou qualificados para compreendê-las, e estar sempre pronto a revelar ao mundo o conhecimento que possa capacitar o homem a elevar-se a maiores alturas.
Número Dez: Permanecer fiel às amizades e a todas as relações fraternas, até a morte; em qualquer circunstância ligada à confiança, nunca abusar do poder ou do privilégio recebido; e em todas as relações humanas, ser benévolo e capaz de perdoar, mesmo aos inimigos da fé.”
LEWIS, H. Spencer. A Vida Mística de Jesus. Curitiba, PR: AMORC, 2001, p. 27-29.