“Mas Valentino não usa essa expressão em seu sentido contemporâneo, referindo-se à humanidade em termos coletivos. Em vez disso, ele e seus seguidores pensavam em Anthropos (aqui traduzido como “humanidade”) como a natureza subjacente dessa entidade coletiva, o arquétipo, ou a essência espiritual do ser humano. Nesse sentido, alguns dos seguidores de Valentino, “aqueles (…) considerados mais talentosos” que os demais, concordavam com o professor Colorbasus, que disse que quando Deus se revelou, Ele revelou-se na forma do Anthropos. No entanto, outros, relata Irineu, asseveraram que
o pai primal de todos, o começo primal e o inescrutável primal é chamado Anthropos (…) e isso é o grande e obscuro mistério, ou seja, o poder que está acima de todos os outros e os envolve em seu abraço é chamado Anthropos. *(Ibid., 1.12.3)
Por essa razão, diziam os gnósticos, o Salvador denominava- se “Filho do Homem” (isto é, Filho do Anthropo).
PAGELS, Elaine. Os Evangelhos Gnósticos. Editora Objetiva, 1979, pág. 139.
Capítulo: 6- Gnosis: Autoconhecimento Como Conhecimento de Deus.