“(…) a palavra hebraica Yad, usada na profecia messiânica – trespassaram -lhe as mãos e os pés (SI 22, 16)-, era usada com grande variedade de aplicações, chegando a designar o antebraço e até o cotovelo.
Os crucificados não eram pregados na cruz atravessando-lhes a palma da mão, pois desse modo as mãos se rasgariam e o corpo certamente se desprenderia da cruz. No pulso localiza-se o espaço de Destot que, atravessado pelo prego e amparado nos ossos que o rodeiam, pode sustentar o peso do corpo e permitir-lhe os movi mentos necessários para a frente e para trás. (fig. 7).
Durante muito tempo, uma observação atenta do lençol teria levado à conclusão de que o homem do Sudário tinha apenas quatro dedos: não se descobriam sinais do polegar. Foi um cirurgião de Paris, o Dr. Barbet, quem achou a explicação: um prego introduzido no espaço de Destot secciona ou prejudica necessariamente o nervo mediano, o nervo que flexiona os polegares, fazendo-os encolher-se para o interior da mão. Pesquisas recentes, feitas por computador, obtiveram imagens em que se observa que os polegares do homem do Sudário estão presentes na figura, mas dobrados bem junto da palma da mão.
O espaço de Destot só foi descrito anatomicamente no século XIX. Como poderia um pintor ou um eventual falsificador saber das consequências que um prego nele cravado provocaria no polegar, de modo a reproduzi-las na mortalha?” (!)
ESPINOSA, Jaime. O Santo Sudário. São Paulo: Quadrante, 2017, pág. 32-33.