Teorias Sobre a Formação da Imagem

“Várias teorias propostas para a formação da imagem incluem as que se seguem, que depois serão discutidas em detalhe:

1. Hipótese artística ou produzida por artificio humano;

2 A hipótese vaporográfica de Vignon;

3 A hipótese de contato;

4. Hipótese de Volckringer;

5. Hipótese de McCrone sobre pintura com óxido de ferro;

6. A hipótese de desenho em relevo de Nickell;

7. Hipótese de desenho em relevo de Craig-Bresee;

8. As hipóteses de processamento fotográfico, que incluem:

a) A hipótese de processamento fotográfico de Crawley;

b) A hipótese Da Vinci formulada por Picknett e Prince;

c) A hipótese fotográfica de Allen;

9. Hipótese de hipertermia por carbonato de cálcio;

10. As teorias de radiação, que incluem:

a) A hipótese de queimadura por radiação;

b) A hipótese de modificação por descarga elétrica;

c) A hipótese de raios X;

d) A hipótese de modificação por radiação;

e) Outras hipóteses de radiação;

11.A hipótese bacteriológica de formação de imagem de Mattingly;

12. A hipótese de reação de Rogers-Arnoldi Maillard;

(…)

(…) as numerosas tentativas de reproduzir a imagem usando tintas, pigmentos e outras substâncias resultaram em fracassos retumbantes. Nenhum dos resultados apresentou as gradações exatas que tomaram possível o efeito de negativo-inverso quando testados fotograficamente, e também falharam no teste tridimensional.

(…)

Hipótese de Processamento Fotográfico

Desde quando Pia relacionou a imagem do Sudário a um negativo fotográfico e demonstrou essa aparente propriedade, inúmeros artigos foram publicados para apoiar a autenticidade, já que o conceito de fotografia era desconhecido na época da controvérsia Charny/d’Arcis. A fotografia era o resultado de dois processos que já existiam, mas precisavam ser associados a câmara escura e os processos químicos. E fato conhecido que, em 1490, Leonardo da Vinci deu duas descrições das da câmara escura em suas anotações e em um desenho de 1519, A câmara escura ganhou esse nome do astrônomo alemão Johannes Kepler, em 1604, e consistia em uma caixa escura de tamanho variável, às vezes maior que um cômodo, com um buraco em uma extremidade mais antiga menção à câmara escura foi feita pelo filósofo chinês Mo-Ti, em cerca de 5 a.C., que descreveu uma imagem invertida formada por raios de luz passando através de um pequeno furo para dentro de uma sala escura. Em 1609, Kepler sugeriu usar lentes de quartzo para melhorar a imagem projetada pela câmara escura. Por centenas de anos foi observado que certos sais de prata eram sensíveis à luz e não ficavam escuros quando expostos ao sol. Na primeira parte do século XIX, Thomas Wedgewood estava capturando imagens com os sais de prata, mas não conseguia mantê-las. Foi quando esses dois processos se juntaram que a fotografia foi criada. Por volta de 1818, Jean Nicephore Niepce produziu a primeira imagem fotográfica e chamou-a de heliografia. Em 1839, Sir John Herschel mudou a nome para “fotografia”, que deriva do grego para “luz” e “escrita”. (…). Esse reverso é primariamente notável porque artistas através da história têm detalhado tipicamente os pontos luminosos como as áreas claras e as sombras como as escuras. Isso é revertido na imagem do Sudário e, consequentemente, a imagem lembra a reverso claro escuro de um – negativo fotográfico. Porém, é aqui que a similaridade com um negativo fotográfico termina. Um exame cuidadoso revela que as áreas claras e escuras do Sudário são diretamente proporcionais às distâncias entre o corpo e a roupa nessas áreas. Em essência, a densidade da imagem do Sudário mapeou a topografia do corpo que a peça cobriu. Imagens fotográficas tem limites definidos ou distintos, mas isso não está presente no Sudário.

(…)

(…)Geoffrey Asche em 1966 (…) especulou que uma breve e violenta onda de algum tipo de radiação ocorreu – além do surto de calor que atingiu o Sudário durante a Ressurreição. Ele concluiu: “A aceitação do Santo Sudário como uma ‘figura chamuscada’, independentemente de qual foi seu modo preciso de criação, justifica a seguinte declaração: ‘o Sudário é passível de explicação se ele envolveu um corpo humano ao qual algo extraordinário aconteceu. De outra forma, não pode ser explicado”.”

(…)

Estudos mostram que existe uma surpreendente similaridade nas características físicas e químicas entre as fibrilas da imagem do corpo e as das fibrilas levemente queimadas. Ambas passaram por um processo de envelhecimento ou decomposição acelerado do linho (desidratação, oxidação e conjugação de múltiplos ligamentos s na estrutura molecular da celulose), mas nas fibrilas queimadas o processo foi mais rápido e destrutivo (…)

(…)

A hipótese por descarga elétrica pretende fornecer um mecanismo de projeção, efetivar o mecanismo de distância roupa-corpo, codificar informação tridimensional, apresentar uma imagem negativa e mostrar imagens afetam os aspectos superficiais das fibrilas de linho.(…) raios globulares (…)

(…)

Até 1879, nós aprendemos que havia apenas três estados de matéria na terra-sólido, líquido e gasoso. Em 1897, Sir William Crookes, um físico inglês, identificou um quarto estado de matéria, chamado plasma, que na verdade é a forma mais comum de matéria. Uma descarga elétrica é um plasma. Sólidos, líquidos e gases comuns são eletronicamente neutros e muito frios ou densos para permanecer em estado de plasma. (…)  O plasma consiste em uma coleção de elétrons livres e íons criados a partir da retirada de elétrons dos átomos usando uma fonte de energia termal, elétrica, ultravioleta ou a laser, que pode ser controlada ou acelerada por meio de campos magnéticos. Afirma se que a imagem do Sudário possui características que estão em evidencia em imagens produzidas por descargas elétricas. Essas imagens são superficiais, supostamente pode vencer a distância corpo-roupa e transportar e como a descarga elétrica é reduzida no ar, ela supostamente pode vencer a distância corpo-roupa e transportar informações tridimensionais.

(…)

Após examinação, Roger descobriu que era relativamente fácil detectar fibras de linho que tiveram exposição suficiente ao plasma (descarga elétrica). Os efeitos observados incluíram a combustão de fibras livres de linho, remoção de substâncias de penetração através da porosidade da roupa, combustão de materiais orgânicos etc. Ele não pôde encontrar nenhuma característica nas fibras do Sudário que parecesse material tratado com plasma. Rogers concluiu, a partir de seus estudos, que a imagem não tinha nada a ver com plasma ou descarga elétrica.

Eles concluíram que a imagem do Sudário podia ser explicada por uma queimadura causada por calor e não por descarga elétrica.”

ZUGIBE, M.D, Ph.D. Frederick T.  A Crucificação de Jesus: As Conclusões surpreendentes sobre a morte de Cristo na visão de um investigador criminal. São Paulo: MATRIX, 2008, pág. 309-348.

Estudos Tridimensionais do Sudário

“No começo deste século, durante experiências com sua teoria vaporográfica, o professor Paul Vignon notou que a imagem no Sudário variava inversamente com a distância do tecido.  Essa observação deu início aos estudos de imagens tridimensionais computadorizadas dos capitães John P. Jackson, físico, e Eric Jumper, da academia da Força Aérea dos Estados Unidos e, mais tarde, do professor Giovanni Tamburelli, da Universidade de Turim e diretor de pesquisa do Centro de Estudos e Laboratório de Telecomunicações de Turim.

Sujeitaram, então, os pontos da imagem das fotos do Sudário à análise do VP-8, como foi feito quando foram processadas tridimensionalmente as fotografias de Marte, porque a fonte de luz estava a certa distância. Eles obtiveram fotos tridimensionais fascinantes da imagem do Sudário, o que não seria possível com fotografia comum, porque esta mostraria distorção com o nivelamento do relevo, incluindo o braço junto ao peito e o nariz pressionado na face. Observaram também que, como a imagem não produziu nenhuma marca de pincel direcional, tal como poderia ter sido efetuada por um artista, uma falsificação não pareceu possível.

Figura: 15-4

“Relevo tridimensional do rosto do Sudário depois de filtragem recursiva. Imagem obtida depois de suavizar as transições grosseiras e os ferimentos usando um filtro recursivo. (Cortesia do professor L. Tamburelli, CSLT, Turim, Itália.)”

Qual é o mecanismo para tal formação de imagem? Uma sugestão foi feita pelo dr. Igor Benson, um engenheiro e padre da Igreja Ortodoxa Russa da Carolina do Norte, que tem estudado os efeitos da radiação das descargas elétricas de alta tensão, de alta frequência. Benson sugere que uma espécie de relâmpago pode ter sido o culpado, atingindo o corpo durante uma tempestade elétrica, carregando-o com energia de alta tensão, a qual teria imediatamente dissipado sua energia iônica (descarga), vulcanizando assim a vestimenta e imprimindo as moedas no Sudário.

A importância da hipótese da moeda em relação à datação do Sudário é certamente óbvia. Se essa hipótese fosse válida, poderia ajudar a datar a imagem do Sudário à época de Jesus. Infelizmente, muitos cientistas e especialistas em imagem não estão convencidos (…)”

ZUGIBE, M.D, Ph.D. Frederick T.  A Crucificação de Jesus: As Conclusões surpreendentes sobre a morte de Cristo na visão de um investigador criminal. São Paulo: MATRIX, 2008, pág. 290-300.

Restauração- Sudário

“Em junho e julho de 2002, uma completa restauração do Sudário, batizada pelas autoridades de Turim como o Programa de Conservação, foi realizada conforme recomendações da Comissão de Preservação do Sudário.(…) Essa proposta foi apresentada ao cardeal Poletto, curador papal do Sudário, que o examinou e enviou para o cardeal Soldano, o Secretário de Estado do Vaticano, que por sua vez o submeteu 20 Papa João Paulo II, que concedeu sua permissão.

A restauração foi secretamente efetivada dos dias 20 de junho a 22 de julho de 2002, na nova Sacristia da Catedral de Turim, construída depois do incêndio de 1997. O leito no qual o Sudário se encontrava foi preparado numa mesa móvel, para ser levado à nova sacristia. O novo revestimento foi colocado no leito Bodino, o qual foi equipado com uma tampa de vidro para facilitar a operação de costura, e o revestimento foi estendido, com o Sudário por cima. Um videomicroscópio com poder de ampliação de 80x a 450x foi preparado a fim de garantir aos artesãos uma visão direta, para que pudessem distinguir entre poluentes, resquícios de sangue etc. Um suave aspirador, um vaporizador ultrassônico e pesos de chumbo foram para suavizar os vincos. A restauração foi executada pela dra. Mechthild Flury-Lemberg, ex-curadora do Museu Têxtil da Fundação Abegg e da Escola de Restauração de Riggisberg, Suíça, e principal autoridade no que diz respeito à parte têxtil do Sudário, acompanhada por sua ex-estudante Irene Tomedi, na Sacristia da Catedral de Turim.

A restauração procedeu da seguinte forma: depois que as fotos iniciais foram tiradas, os trinta remendos que foram costurados pelas Pobres Claras em 1534 e, mais tarde, por outros restauradores, foram removidos, etiquetados e conservados. Em seguida, foi removida a Vestimenta Holandesa (revestimento traseiro). Os vincos da parte traseira da peça foram esticados. Na frente, restos carbonizados foram removidos com leves raspagens. Pesos de chumbo foram colocados para alisar as dobras. Eles removeram as partículas de carbono dos buracos produzidos pelo fogo e repetiram o processo depois de rasparem gentilmente as pontas soltas dos buracos com espátulas. Depositaram, então, essas partículas em numerosos tubos de vidro, que foram sistematicamente rotulados e mapeados conforme sua localização no Sudário. Depois da remoção do revestimento traseiro, a operação incluiu a varredura digital de toda a extensão do Sudário, frente e verso, fotografias convencionais e digitais da frente da peça, além de fotos tradicionais da parte de trás. Eles também tiraram fotografias fluorescentes, colheram amostras por meio de fitas adesivas aplicadas na parte de trás da vestimenta, deram início à espectroscopia Raman e a medidas fluorescentes e de refletância, tomaram medidas precisas do Sudário e colocaram uma nova Vestimenta Holandesa, usando fios de seda para firmar cada buraco de queimadura na peça. A Vestimenta Holandesa era uma peça de linho rústico que tinha sido adquirida havia 50 anos pelo pai da dra. Mechthild Flury-Lemberg, e foi meticulosamente lavada para que fosse amaciada e desinfetada. Depois da restauração, medidas oficiais do Sudário foram novamente tiradas por Bruno Barberis e Gian Maria Zaccone, na posição de exposição (imagem frontal à esquerda e dorsal à direita). Houve um significativo aumento no comprimento comparação com as medidas oficiais feitas pelos mesmos cientistas e na largura em em antes da restauração. O comprimento da parte de baixo a mede 441,5 centímetros (14,4848 pés): a parte de cima, 434,5 centímetros (14,2552 pés), o lado esquerdo (altura) mediu 113,0 centímetros (37073 pés) e o lado direito mediu 113,7 centímetros (37303 pés). Isso é razoável, porque as medidas podem variar por causa da tensão da roupa e dos procedimentos de esticamento que foram utilizados. Um exame da parte de trás do Sudário foi conduzido para determinar s se uma imagem dupla do corpo estava presente. A imagem principal do corpo não apareceu, embora houvesse uma imagem compatível com o cabelo particularmente os dois cachos laterais emoldurando o rosto. As bandas de cor discutidas anteriormente também são notadas na parte de tris do Sudário. Porém, a presença de sangue – correspondente em sua maioria à parte da frente do Sudário-vazou para a parte de trás, embora algum sangue presente na frente do Sudário estivesse essencialmente ausente na parte de trás. Alguns pequenos segmentos do “3” reverso também estavam ausentes, Isso foi condizente com as observações dos estudos do STURP feitos em 1978, nos quais o sangue foi percebido na parte de trás do Sudário mas nenhuma imagem definida do corpo estava presente.”

ZUGIBE, M.D, Ph.D. Frederick T.  A Crucificação de Jesus: As Conclusões surpreendentes sobre a morte de Cristo na visão de um investigador criminal. São Paulo: MATRIX, 2008, pág. 218-233.

Conclusões

“(…) E estou longe de ter a certeza de que os sábios do porvir (não digo a Ciência, ignorando quem seja esta senhora) cheguem um dia a elucidá-los completamente.

(…)

As impressões fotográficas têm todos os caracteres de um perfeito negativo fotográfico. Ora, a própria noção do negativo era desconhecida e até inconcebível no século XIV. Até pintores modernos, tendo à sua disposição os conhecimentos da arte fotográfica, não conseguiram fazer uma cópia exata do Santo Sudário.

Não há o menor traço de pintura nem sequer nas fotografias obtidas em grandes ampliações diretas; toda a gama dos claro-escuros é obtida por simples coloração individual dos fios de linho.

Acrescentemos que o corpo e, sobretudo, a face do Santo Sudário têm um caráter impessoal, sem relação alguma com qualquer estilo pictórico. E, na realidade, nenhuma pintura do século XIV, nem se quer de longe, faz lembrar deles, nem se aproxima de sua perfeição.

(…)

(…) lembremos que o cadáver do Santo Sudário está completamente nu. Pintor algum jamais ousou representá-lo assim. E com muito mais razão, um falsário não teria tido a audácia de o fazer sobre uma mortalha que ia apresentar à veneração pública dos fiéis.

(…) as imagens sanguíneas. Notemos que parecem elas, em sua maior parte, anormais, estranhas, diferentes da iconografia tradicional, que contrariam, na maioria dos casos, Ora, a experimentação me provou que são todas elas estritamente conformes à realidade.

As chagas da flagelação têm um realismo, uma abundância, uma tal conformidade aos dados arqueológicos, que ficam em notável contraste com as pobres imaginações dos pintores de todos os tempos.

As hemorragias da coroa de espinhos e os coágulos por elas formados são de uma veracidade inimaginável. Relede a descrição de um destes coágulos frontais no capitulo IV, D.

O transporte da cruz deixou vestígios perfeitamente conformes a observação que tive ocasião de fazer in vivo.

A mão está perfurada na altura do carpo, única região onde e cravo poderia sustentar solidamente o peso do corpo. Antes do conhecimento de Santo Sudário, estava o cravo sempre localizado na palma.

O polegar está em oposição na palma. E a experiência veio provar que não poderia ficar estendido.

O sangue escorre do carpo, segundo a vertical E. descoberta de gênio para um falsário, há dois fluxos afastando-se em ângulo agudo e que é insensível quando se conhecem as alternativas de soerguimento e de abatimento na luta contra a tetania asfixiante.

A chaga do coração está colocada no lado direito. E de resto à representação mais frequente, ainda bem que corresponde à realidade!

(…)

Todas as imagens sanguíneas são portanto decalques de coágulos frescos ou amolecidos pelo vapor de água, que emana naturalmente do cadáver, durante muito tempo.

As reproduções dos coágulos são de um natural e de uma verdade surpreendentes, até em seus menores detalhes. Não são executáveis a não ser pela natureza que, tendo-os formado sobre a pele, os decalcou no tecido. São perfeitas reproduções de coágulos naturais.

A maioria dos crucificados devia ter, é verdade, quase todos estes estigmas (inclusive a flagelação regulamentar e, em certos casos, o lançaço). Mas este foi retirado de sua mortalha ao cabo de muito curto tempo: o pouco que já conhecemos sobre as impressões, nos prova que uma exposição muito prolongada, ou pelo menos a putrefação, teria diluído  e velado essas impressões negativas – Além disso, por causa de qual outro crucificado teriam conservado tão piedosamente sua mortalha?

E ainda mais, qual foi o crucificado que, sob o pretexto irónico de realeza, foi coroado de espinhos? A história só nos cita um: o dos Evangelhos.

(…)

Espero ter dado a impressão, de acordo com a realidade, que as compreendi com toda independência de espírito, com a máxima objetividade científica. Comecei as com certo ceticismo, pelo menos com uma dúvida cartesiana, para verificar as imagens do Santo Sudário; pronto para rejeitar-lhes a autenticidade se não quadrassem com a verdade anatômica.

Mas, muito pelo contrário, à medida que apareciam os fatos, vinham estes se agrupar em um feixe de provas cada vez mais convincentes. Não somente as imagens se explicavam por uma simplicidade que já lhes consagrava a veracidade, mas, quando apareciam, à primeira vista, anormais, a experiência vinha demonstrar que eram como o deviam ser, que não podiam ser diferentes, nem tais como um falsário as teria feito seguindo as tradições iconográficas correntes. A anatomia dava, portanto, seu testemunho em favor da autenticidade de pleno acordo com os textos evangélicos.”

BARBET, Pierre. A Paixão de Cristo, segundo o cirurgião. São Paulo: Edições Loyola, 2014, pág. 186-191.

 

Fotografias do Santo Sudário

“1°) Técnica – (…) Acrescentemos que, como era natural, estas fotografias não receberam retoque algum nem sofreram outro tratamento que o da revelação comum. Sem falar da consciência escrupulosa de meu amigo Enrie, o fato foi atestado, perante tabelião, por uma comissão de peritos em fotografia. (…)

2º) Resultados – (…) na chapa fotográfica, tudo que é imagem do corpo é nitidamente positivo, como costuma ficar a reprodução fotográfica comum sobre papel de cópia, quando se fotografou uma pessoa. Aqui se dá o contrário, já na própria chapa aparece o positivo, ao passo que a reprodução sobre papel de cópia é que nos fornecerá a imagem negativa (…) Logo, o corpo impresso no Santo Sudário é um negativo e tem todas as características de uma chapa fotográfica comum; todos os valores estão ali invertidos: o negro aparece branco, e o branco, negro. A única diferença é que o Sudário, imagem negativa, não apresenta sombra alguma projetada, como sempre se encontra em objetos normalmente fotografados.

(…)

(…) as impressões corporais são resultado de processo que, se for natural, como o julgamos, tem semelhança com o fenômeno fotográfico. As imagens sanguíneas, pelo contrário, foram feitas por contato direto, são decalques de coágulos, mas a isso ainda voltaremos.

3°) Conclusões- (Giuseppe Enrie)

a) A exatidão dos valores negativos da impressão é absoluta; as características desta imagem singular, que não foi feita por mão de homem, são exatas em todos os pontos, menos nas manchas de sangue.

b) A imagem está isenta do menor vestígio de tinta, de traços de pincel ou outros artifícios de desenhista ou de falsário.

c) O claro-escuro, distribuído em todas as partes, não tem traços nem pontilhados, mas sim esmaecimentos especiais e gradações insensíveis, que lembram os processos fotográficos.

d) As manchas de sangue, que são positivas sobre a imagem negativa do Redentor, estão, pelo contrário, nitidamente desenhadas e apresentam as características de impressão formadas por contato: oferecem por isso, em sua estrutura, irregularidades que evocam perfeitamente a natureza.

f) As partes correspondentes às sombras estão absolutamente isentas de impressão, porque deixam ver a tela intacta.

(…)

Não quero insistir sobre esta última conclusão. Peço ao leitor que contemple as imagens muito mais eloquentes do que a minha pena. Nesse rosto nitidamente semita, encontra-se, apesar das torturas e das chagas, uma tão serena majestade que dele ressalta uma impressão inexprimível.”

BARBET, Pierre. A Paixão de Cristo, segundo o cirurgião. São Paulo: Edições Loyola, 2014, pág. 34-37.

 

 

O Santo Sudário e os Papas

“Leão XIII manifestou sua alegria e emoção ao ver a primeira fotografia do Sudário em 1898.

(…)

(…) Padre Jerphanion, (…) Deliberadamente evitamos nos deter (o grifo é nosso) sobre toda uma série de arrazoados pelos quais se nos mostra como, no Sudário, impressões e traços de todas as espécies correspondem às menores circunstâncias da Paixão e do Sepultamento de Cristo. Tal ceticismo apriorístico é cientificamente injustificável e não pode ser senão esterilizante.

É a posição precisamente oposta que me parece ser verdadeiramente digna de um sábio, seja qual for sua especialidade. As relíquias não provam sua autenticidade a não ser por documentos, atestados solenes, denominados “autênticas”, que as acompanham. Sem tais documentos, não têm elas valor algum real. Gostaria de saber quantas destas relíquias têm autênticas que remontem até suas origens. Precisamente ao contrário, há no mundo uma só que todo seu valor, ainda que não tivesse base histórica alguma, porque as provas de de sua autenticidade são intrínsecas. E dentro de si mesma que estão suas autênticas. Esta relíquia é o Santo Sudário. Detenhamo-nos, pois, sobre as impressões e vestígios que encerra.”

BARBET, Pierre. A Paixão de Cristo, segundo o cirurgião. São Paulo: Edições Loyola, 2014, pág. 28-29.

 

A Ressurreição

“Com efeito, a figura impressa no Sudário continua a levantar, como vimos, uma série de interrogações verdadeiramente enigmáticas: Como se gravaram umas imagens fotográficas dezoito séculos antes de se inventar a fotografia? Como é que essa impressão se realizou em negativo? Como é que tem imagens tridimensionais per feitas? Por que o linho, que tem impressa a figura de um cadáver, não apresenta a menor mancha de decomposição cadavérica? Por que toda a imagem está gravada de uma maneira tão uniforme, quando o lógico era que estivessem mais vincadas as marcas do dorso? Por que as manchas de sangue se imprimiram de forma diferente da dos traços do corpo?

(…)

Efetivamente, suponhamos que o Sudário é de algum modo indício e testemunho da Ressurreição, e que houve algum tipo de irradiação associada a esse fenômeno. Neste caso, teríamos as seguintes respostas:

a imagem gravou-se fotograficamente pela radiação emitida no momento da ressurreição;

– essa impressão gravou-se em negativo por que assim são as imagens gravadas por irradiação;

– não existe mancha de decomposição cadavérica porque a Ressurreição se deu antes da putrefação cadavérica;

a imagem está gravada uniformemente porque a Ressurreição se deu mediante levitação e, nessas circunstâncias, tanto as marcas do dorso como as da frente marcam a figura por igual, pois o peso não conta;

ficaram as manchas de sangue porque, estando fora do corpo, as crostas sanguíneas não ressuscitaram, ao contrário do corpo.

Mais importante é que justamente esta hipótese explicaria o fato de se ter encontrado mais C-14 na amostra do que o que se deveria esperar de um tecido do século I, pois, como vale a pena lembrar, o C-14 forma-se a partir do C-13, e do nitrogênio por efeito de radiações. Ora bem, este fato sugere que a proporção de C-14 encontrada, mais que uma prova que desabone a autenticidade, poderá ser o ponto de partida para uma nova série de pesquisas que permitam compreender melhor os efeitos físico-químicos da Ressureição. (…)

Conta o Prof. Barbet que, quando estava prestes a entregar à tipografia a primeira edição do seu opúsculo sobre as pesquisas em torno do Sudário, quis conhecer a opinião de um homem de ciência, competente e livre de toda a parcialidade, e procurou o seu amigo Hovelacque, professor de Anatomia na École Pratique de Paris. Hovelacque era homem de reconhecida honestidade cientifica, mas agnóstico. Pegou o opúsculo e começou a lê-lo. No fim, fechou o livrinho, ficou em silêncio e, passados uns mi nutos, exclamou; «Mais alors, mon vieux…, Je sus Christ a ressuscite!…» (Mas então, meu amigo, Jesus Cristo ressuscitou!)

É evidente que a ciência não se mete a falar de ressurreição, mas induz a pensar que o cadá ver, num instante infinitesimal, desapareceu; não fala de corpo glorioso, mas dá a entender que esse corpo ficou subitamente dotado de uma carga fantástica de energia, deixou de pesar e abandonou a mortalha sem deformá-la, como objeto que passa através dos corpos.”

ESPINOSA, Jaime. O Santo Sudário. São Paulo: Quadrante, 2017, pág. 74-76.

A Figura não Resultou de Contato Direto com o Tecido

“Segundo tudo leva a crer, a figura do corpo do homem do Sudário foi produzida enquanto o corpo estava envolvido no lençol. (…) observam-se abundantes manchas de sangue que, pela sua precisão e exata localização, somente poderiam resultar de um contato direto do corpo com o tecido.

No entanto, a imagem estampada não revela nenhuma das características que acompanham necessariamente uma reprodução por contato direto.

Se envolvermos um corpo num lençol, de pois de aplicar-lhe uma substância apropria da para que deixe vestígios no pano, verificaremos, ao desdobrar e estender o lençol, que a imagem nele estampada apresenta distorções e fica desproporcionada. A explicação é simples: a extensão do corpo no tecido é muito maior do que a sua projeção numa fotografia ou em nossa retina. Quando estampamos num papel as impressões digitais de um dedo, a figura que resulta é muito mais larga do que a visão ou a fotografia desse dedo. O mistério do Sudário é que, tendo o corpo estado em contato com o tecido, a figura se revela perfeitamente proporcionada e sem distorções…

Tudo se passou como se se tivesse estendido o lençol a uma certa distância do corpo, e as impressões deste tivessem sido transpostas para o tecido sem nenhuma deformação, em negativo. e dando o código das distâncias e do relevo, a tridimensionalidade.”

ESPINOSA, Jaime. O Santo Sudário. São Paulo: Quadrante, 2017, pág. 20-21.

A Imagem em Negativo

Até 1898, o Sudário de Turim era uma relíquia pouco conhecida, cuja autenticidade despertava dúvidas na mente de muitos cristãos, incluídos sacerdotes e bispos.

Nesse ano realiza-se uma das raras exposições do lençol, e um advogado de Turim, Secondo Pia, apaixonado pela fotografia – processo descoberto em 1835-, lembra-se de fotografá-lo.

O resultado foi surpreendente. No momento em que examinou no revelador o «negativo», viu aparecer o rosto de um homem com matizes de sombras e luzes que punham em relevo uma imagem muito mais rica em detalhes e contrastes do que a figura suave e desmaiada do próprio Sudário visto a olho nu.

(…)

“Numerosas fotografias tiradas posteriormente, com técnicas mais apuradas, em cores e com raios ultravioletas, apenas vieram confirmar a primeira descoberta: o decalque do homem do Sudário é do tipo exato de um negativo fotográfico; um negativo sobre tecido, muito anterior descoberta do principio fotográfico. (…)

ESPINOSA, Jaime. O Santo Sudário. São Paulo: Quadrante, 2017, pág. 15-16.

Estudo Iconográfico

“Este estudo iconográfico permite pensar que deve ter havido uma razão de peso para que os artistas tivessem aberto mão da sua liberdade criativa para adotar um modelo invariável. E a melhor explicação parece ser a de que, pelo menos a partir do séc. VII, o rosto do homem do Sudário foi conhecido e atentamente observado pelos pintores, como sendo o de Cristo segundo a tradição,”

ESPINOSA, Jaime. O Santo Sudário. São Paulo: Quadrante, 2017, pág. 13.