A negatividade do outro

“A negatividade do outro e da metamorfose [Verwandlung] constitui a experiência em sentido enfático. Ter uma experiência significa “que ela sucede conosco, que ela nos atinge, abate-se sobre nós, nos derruba e nos transforma”. A sua essência é a dor. O igual, porém, não dói. A dor dá lugar, hoje, ao “curtir”, que propaga o igual.

A informação está simplesmente disponível. O saber no sentido enfático, em contrapartida, é um processo mais lento, mais longo. Ele aponta para uma outra temporalidade. Ele amadurece.”

HAN, Byung-Chul.A expulsão do outro: Sociedade, percepção e comunicação hoje. Ed. Vozes, 2022, Local 73-76.

Terror do igual

Discurso secreto de Hermes Trismegistos

“Discurso secreto de Hermes Trismegistos ao filho Tat no monte, acerca da palingenesia e da promessa de silêncio.

(…) pedi para aprender sobre o discurso da palingenesia (…) e disseste que iria me dar quando eu viesse a ser estranho ao mundo.

(…) Ó filho, a sabedoria é intelectual no silêncio e a semente é o verdadeiro Bem. Pelo que é semeada, ó pai? (…) – Falas enigma para mim, ó pai, e não como um pai que dialoga com um filho. Esse tipo de coisa, ó filho, não é ensinado, mas quando se quer, por Deus é lembrado.”

TRISMEGISTOS, Hermes. Corpus Hermeticum graecum, São Paulo:Ed. Cultrix, 2023, Pág. 225.

Parte II- Corpus Hermeticum Graecum.

Lilellus XIII

Em busca de uma definição da filosofia

Visão de mundo de um e povo, de uma civilização ou de uma cultura. 

Nessa definição, a filosofia corresponderia, de modo vago e geral  ao conjunto de ideias, valores e práticas pelos quais uma sociedade apreende e compreende o mundo e a si mesma, definindo para si o tem o e o espaço, o sagrado e o profano, o bom e o mau, o justo e o injusto, o belo e o feio, o verdadeiro e o falso o possível e o  impossível, o contingente e o necessário.

Sabedoria de vida. 

Nessa definição, a filosofia é identificada com a atividade de algumas pessoas que pensam sobre a vida moral, dedicando-se à contemplação do mundo e dos outros seres humanos para aprender e ensinar a controlar seus desejos, sentimentos e impulsos e a dirigir a própria vida de modo ético e sábio. A filosofia seria uma escola de vida ou uma arte do bem-viver; seria uma contemplação do mundo e dos homens para nos conduzir a uma vida justa, sábia e feliz (…)

Fundamentação teórica e crítica dos conhecimentos e das práticas. 

Fundamento é uma palavra que vem do latim e significa “uma base sólida”ou “o alicerce sobre o qual se pode construir com segurança”. Do ponto de vista do conheci­mento, significa a base ou o princípio racional que sustenta uma demonstração verda­deira“. Sob esta perspectiva, fundamentar significa encontrar, definir e estabelecer ra­cionalmente os princípios,as causas e condições que determinam a existência,a forma e os comportamentos de alguma coisa, bem como as leis ou regras de suas mudanças”. 

Teoria vem do grego, no qual significava “contemplar uma verdade com os olhos do espírito, isto é, uma atividade puramente intelectual de conhecimento. Sob esta perspectiva, uma fundamentação teórica significa determinar pelo pensamento, de maneira lógica, metódica, organizada e sistemática o conjunto de princípios, causas e condições de alguma coisa (de sua existência, de seu comportamento, de seu sentido e de suas mudanças)”. 

(…) crítica também é uma palavra grega, que significa a capaci­dade para julgar, discernir e decidir corretamente;o exame racional de todas as coisas sem preconceito e sem pré-julgamentoe a atividade de examinar e avaliar detalhadamente uma ideia, um valor, um costume, um comportamento, uma obra artística ou científica”.

CHAUÍ, Marilena. Convite à Filosofia. 14º Edição. São Paulo: Editora Ática. 2020, pág. 26-27.

Introdução: Para que filosofia?

Em busca de uma definição da filosofia

Aula Magna

O desejo de saber

“Essa mudança de atitude indica algo bastante preciso: quem não se contenta com as crenças ou opiniões preestabelecidas, quem percebe contradições e incompatibilidades en­tre elas, quem procura compreender o que elas são e por que são problemáticas está expri­mindo um desejo, o desejo de saber. E é exatamente isso o que, na origem, a palavra filosofia significa, pois, em grego, philosophía quer dizer “amor à sabedoria.”

CHAUÍ, Marilena. Convite à Filosofia. 14º Edição. São Paulo: Editora Ática. 2020, pág. 20.

Introdução: Para que filosofia?

Momentos de crise

Aula Magna

 

Contemplar o Universo e ouvir a verdade divina

“Tales de Mileto, o primeiro filósofo de que se tem notícia, andava pelos jardins de sua cidade olhando para o céu para conhecer o movimento dos astros e foi o primeiro astrônomo a prever um eclipse. Conta a lenda que, numa de suas andanças, Tales tropeçou e caiu num poço A pessoa que o tirou dali teria rido muito, dizendo-lhe: “Ei, Tales! Como você há de saber o que se passa no céu se não consegue ver o que se passa na terra?“, Essa anedota consagrou a imagem do filósofo como alguém distraído, que se ocupa com coisas distantes e não enxerga o que se passa à sua volta.

No entanto, uma outra lenda oferece uma imagem oposta a essa. Narra a historieta que Heráclito de Éfeso, também um dos primeiros filósofos, costumava ser visitado por pessoas que desejavam ouvi-lo e imaginavam encontrá-lo isolado e mergulhado em profundas meditações. Heráclito, porém, as surpreendia, pois o encontravam na cozinha, junto ao fogo, ocupado com os afazeres domésticos e, sorrindo, ele lhes dizia: “Aqui também se encontram os deuses”.Isto é, o que Heráclito estava querendo dizer é que em qualquer lugar é possível ocupar-se com a busca da verdade. Que não é preciso afastar-se da vida cotidiana e do contato com as pessoas para fazer filosofia.

Contemplar o Universo, como Tales, ouvir a verdade divina, como Heráclito, conversar com as pessoas, como Sócrates, eis várias maneiras de fazer filosofia.”

CHAUÍ, Marilena. Convite à Filosofia. 14º Edição. São Paulo: Editora Ática. 2020, pág. 10.

Introdução: Para que filosofia?

Aula Magna

A palavra sophía

“A palavra sophía possuia dois sentidos que, para os gregos, eram inseparáveis: saber (conhecimento) e sabedoria (conduta moral). Ora o pensamento moderno separou esses dois sentidos porque distinguiu entre “conhecimento racional e “vida moral”, entre “conhecer” e “agir”.

(…) para os gregos o sábio era, ao mes mo tempo, aquele que possuía conhecimentos verdadeiros sobre a realidade e aquele que agia de acordo com os valores morais.

CHAUÍ, Marilena. Convite à Filosofia. 14º Edição. São Paulo: Editora Ática. 2020, pág. 11.

Introdução: Para que filosofia?

Aula Magna

Caminho da Sabedoria

“Isso pareceria justificar a conclusão de que a Inteligência Infinita tem um plano, ou uma lei pela qual ela faz com que homens se depararem com muitos obstáculos, antes de dar-lhes o privilégio da liderança ou a oportunidade de realizar um serviço útil, de uma forma notável.”

Hill, Napoleon. Mais Esperto que o Diabo: O mistério revelado da liberdade e do sucesso,Ed. Citadel, 2014, pág.37.

Sabedoria do Tempo no movimento da realidade material

“P – O que tem a ver a maneira como o dinheiro foi adquirido com o fato de ele ser uma benção ou uma maldição? R – Tudo. Se você não acredita em mim, dê uma olhada naqueles que adquirem grandes quantias de dinheiro de forma abrupta, sem tempo suficiente para ganhar sabedoria de como lidar com ele. Tendo feito isso, observe atentamente como eles usam o dinheiro. Por que você supõe que os filhos dos homens ricos raramente conseguem grandes realizações tal como seus pais? Eu lhe contarei por quê. É porque eles foram privados da autodisciplina que vem do fato de ter que se trabalhar pelo dinheiro.”

Hill, Napoleon. Mais Esperto que o Diabo: O mistério revelado da liberdade e do sucesso,Ed. Citadel, 2014, pág.89.

Correspondência com o meio

“A natureza não permite que ninguém escape das influências do seu ambiente. Contudo, a natureza, em sua abundante sabedoria, dá a cada ser humano o privilégio de estabelecer o seu próprio ambiente mental, espiritual e físico. Entretanto, uma vez que ele tenha escolhido o seu ambiente, invariavelmente acabará se tornando parte dele. Esse é o funcionamento inexorável da lei da harmonia.”

Hill, Napoleon. Mais Esperto que o Diabo: O mistério revelado da liberdade e do sucesso,Ed. Citadel, 2014, pág.181.