“DIZEM QUE Ele era vulgar, o rebento ordinário de uma semente ordinária, um homem rústico e violento. Dizem que só o vento penteava Seus cabelos e só a chuva assentava Suas roupas ao Seu corpo.
Consideram-No louco, e atribuem Suas palavras a demônios. Entretanto, vede, o Homem desprezado lançou um desafio, e o som desse desafio nunca se extinguirá.
Cantou uma canção, e ninguém deterá essa melodia. Ela pairará sobre as gerações e se erguerá de esfera a esfera, lembrando os lábios que lhe deram nascimento e os ouvidos que lhe serviram de berço.
Ele era um forasteiro. Sim, era um forasteiro, um peregrino em Seu caminho para um santuário, um visitante que bateu à nossa porta, um hóspede vindo de uma terra distante.
E porque não encontrou um hospedeiro cortês, voltou para Seu próprio lugar.”
GIBRAN, Gibran Khalil. Jesus, o Filho do Homem. Tradução: Mansour Challita. Associação Cultural Internacional Gibran, 1973, pág. 144.