“Nesse sentido, é certamente verdade que o mal na vida do ser humano é autoengendrado: se um homem golpeasse uma parede de pedras com seus punhos, o inegável resultado maléfico da dor não seria produzido ou desejado pela parede, mas a consequência da ignorância dele ao golpear a dureza naturalmente inflexível das pedras.
Igualmente, pode-se dizer que Deus é a parede de pedra da Bondade Eterna. Seu universo subsiste pela operação de leis justas e naturais. Todo aquele que seja suficientemente tolo para utilizar de modo impróprio sua inteligência, agindo contra essa bondade, produzirá inexoravelmente o mal da dor e do sofrimento não devido a qual quer intenção ou desejo de Deus, mas às formas perniciosas de vida colidindo com os eternos princípios do bem, subjacentes a todas as coisas em Deus.”
Nota: O aspecto de Deus que é ativo na criação; a shakti, ou poder, do Criador Transcendente. Neste contexto, a referência se faz ao aspecto pessoal de Deus que incorpora as qualidades maternais do amor e da compaixão. As escrituras hindus ensinam que Deus é tanto imanente quanto transcendente, pessoal e impessoal. Ele pode ser como o Absoluto Transcendente; mas, conforme enfatiza o Bhagavad Gita (XII:5): “Aqueles que têm o Não-manifestado como meta aumentam as dificuldades; árduo é o caminho do Absoluto para os seres encarnados”. Para a maioria dos devotos, é mais fácil procurar Deus como uma de Suas eternas qualidades manifestadas, tais como amor, sabedoria, bem-aventurança, luz; na forma de um ishta (deidade); ou como Pai, Mãe ou Amigo. Outras denominações para o aspecto materno da Divindade são Om, procurado Shakti, Espírito Santo, Vibração Cósmica Inteligente, Natureza ou Prakriti.
YOGANANDA, Paramahansa. A Segunda Vinda de Cristo, A Ressurreição do Cristo Interior. Comentário Revelador dos Ensinamentos Originais de Jesus. Vol. I. Editora Self, 2017, pág. 149-150.
Capítulo 7: O papel de Sată na criação de Deus.