Princípio de Polaridade e o Equilíbrio do Universo

“Há uma solução para cada problema legítimo, não importa quão difícil o problema pareça ser.” (…) “Para cada experiência de derrota temporária, para cada fracasso e cada forma de adversidade, existe a semente de um benefício equivalente.

Hill, Napoleon. Mais Esperto que o Diabo: O mistério revelado da liberdade e do sucesso,Ed. Citadel, 2014, pág.37.

Dominação dos Homens

“Podemos ver, então, dois padrões bem diferentes de atitude sexual emergindo nos circulos ortodoxos e gnósticos. De modo mais simples, muitos cristãos gnósticos correlacionam sua descrição de Deus em termos tanto masculinos quanto femininos, com a descrição complementar da natureza humana. Com frequência, referem-se à narrativa da criação no Gênesis 1, que sugere uma criação humana igual ou andrógina. Os cristãos gnósticos quase sempre as sumem os princípios de igualdade entre homens e mulheres nas estruturas sociais e políticas de suas comunidades. O padrão ortodoxo é bastante diferente: descreve Deus em ter mos exclusivamente masculinos e refere-se de forma característica ao Gênesis 2 para descrever como Eva foi criada a partir de Adão, para satisfazê-lo. Como na concepção gnóstica isso se traduz em prática social: no fim do século II, a comunidade ortodoxa passou a aceitar a dominação dos homens sobre as mulheres como ordem de prescrição divina, não apenas para a vida social e familiar, mas também nas igrejas cristas.”

PAGELS, Elaine. Os Evangelhos Gnósticos. Editora Objetiva, 1979, pág. 74.

Capítulo: 3- Deus Pai / Deus Mãe.

Igualdade Entre Mulheres e Homens

Nossa evidência, então, indica uma correlação patente entre a teoria religiosa e a prática social. Entre os grupos gnósticos e os valentinianos, as mulheres eram consideradas iguais aos homens; algumas eram reverenciadas como profetas; outras agiam como professoras, evangelistas viajantes, curandeiras, padres, talvez até bispos. Essa observação geral não é, entretanto, universalmente aplicável.

Na Grécia e na Ásia Menor, as mulheres participavam com os homens dos cultos religiosos, sobretudo nos cultos à Grande Mãe e à deusa egípcia Ísis. Enquanto o papel principal estava reservado aos homens, as mulheres participavam nos serviços e nas profissões. Ocupavam-se da educação, das artes e de profissões como a medicina. No Egito, as mulheres atingiram, por volta do século I d.e., um estado de emancipação social, política e legal relativamente avançado. Em Roma, as formas de educação mudaram, em torno de 200 a.C., para oferecer, a algumas crianças da aristocracia, o mesmo currículo para meninas e meninos.”

PAGELS, Elaine. Os Evangelhos Gnósticos. Editora Objetiva, 1979, pág. 67-69.

Capítulo: 3- Deus Pai / Deus Mãe.

Deus (Pai e Mãe) era Masculino- Feminina

“(…)Marco… não apenas conclui desse relato que Deus é uma díade (“Façamos a humanidade”), mas também que a “humanidade, constituída segundo a imagem e semelhança de Deus (Pai e Mãe), era masculino- feminina.

Contudo, todas as fontes citadas anteriormente – evangelhos secretos, revelações e ensinamentos místicos- estão entre os excluídos da seleta lista que constitui a coleção do Novo Testamento. Cada um dos textos secretos reverenciados pelo grupo gnóstico foi omitido da coletânea canônica, e classificado de herege pelos chamados cristãos ortodoxos. Na época em que terminou a seleção dos vários escritos – talvez no fim do ano 200 -, quase todas as imagens retóricas femininas para Deus haviam desaparecido da tradição cristã ortodoxa.”

PAGELS, Elaine. Os Evangelhos Gnósticos. Editora Objetiva, 1979, pág. 63.

Capítulo: 3- Deus Pai / Deus Mãe.

Mãe Divina

A vós, Pai, e por meio dele, a vós, Mãe, os dois nomes imortais, Pais do ser divino, habitantes do céu, da humanidade, de nome poderoso…” Outros textos indicam que seus autores se perguntaram a quem um Deus, único, masculino, havia proposto: “Façamos o homem [Adão] à nossa imagem, como nossa semelhança” (Gênesis 1:26). Como a narrativa do Gênesis prossegue dizendo que a humanidade foi criada “homem e mulher” (1:27), concluíram que Deus, de cuja imagem fomos feitos, também deve ter sido ambos – masculino e feminino, Pai e Mãe.

(…) a Mãe divina? (…) Em primeiro lugar, vários grupos gnósticos descrevem a Mãe divina como parte de um casal original. Valentino, professor e poeta, apresenta de início a premissa de que Deus é, na essência, indescritível. Contudo, sugere que o divino possa ser imaginado como díade; e consiste, de um lado, no Inefável, no Profundo, no Pai primordial; e, de outro, na Graça, no Silêncio, no Ventre e na “Mãe de Todos”. Valentino especula que o Silêncio é o complemento apropriado do Pai, designando o primeiro como feminino e o último como masculino, devido ao gênero gramatical das palavras gregas. Prossegue a descrição de como o Silêncio recebe, como em um ventre, a semente da fonte Inefável; e cria todas as emanações do ser divino, alinhadas em pares harmônicos de energias masculinas e femininas.

Além do Silêncio místico e eterno e do Espírito Santo, certos gnósticos sugerem uma terceira caracterização da Mãe divina: a Sabedoria. Aqui, a palavra grega feminina para “sabedoria”.

PAGELS, Elaine. Os Evangelhos Gnósticos. Editora Objetiva, 1979, pág. 55-59.

Capítulo: 3- Deus Pai / Deus Mãe.

Deus Pai – Deus Mãe

“O Deus de Israel, ao contrário das várias deidades contemporâneas no antigo Oriente Médio, não partilhava o poder com nenhuma divindade feminina (…) a ausência de simbolismo feminino para Deus marca o judaísmo, o cristianismo e o islamismo, contrastando, de forma acentuada, com as outras tradições religiosas do mundo, como as de Egito, Babilônia, Grécia e Roma, ou África, Índia e América do Norte, abundantes em simbolismo feminino. (…) Enquanto os católicos reverenciam Maria como mãe de Jesus, nunca a identificam como divina, de direito: se é “Mãe de Deus”, não é “Deus Mãe”, em posição igual à de Deus Pai!”

PAGELS, Elaine. Os Evangelhos Gnósticos. Editora Objetiva, 1979, pág. 53.

Capítulo: 3- Deus Pai / Deus Mãe.

Adão, Viva! Levanta da Terra!

“Outras narrativas gnósticas acrescentam um jogo com quatro significações que inclui Eva (Hawah): em vez de tentar Adão, lhe dá vida e instrui:

…Após o dia de descanso, Sofia [“sabedoria”, literalmente] enviou Zoé [“vida”, textualmente], sua filha, chamada Eva, como instrutora, para fazer com que Adão levantasse (…) Quando Eva viu Adão sem forças, apiedou-se dele, e disse: “Adão, viva! Levanta da terra!” Imediatamente sua palavra fez-se ato. Quando Adão, então, levantou, abriu de repente os olhos. Ao vê-la, disse: “Serás chamada ‘a mãe dos vivos’, por ter-me dado a vida.” *(Sobre a Origem do Mundo 115.31-116.8, em NHL 172.)

A Hipóstase dos Arcontes descreve Eva como princípio espiritual da humanidade que tira Adão de sua condição de simples matéria:

“E a Mulher dotada de espírito veio até [Adão] e falou com ele, dizendo: “Levante, Adão.” Ao vê-la, ele disse: “Você, que me deu a vida; deve ser chamada ‘A Mãe dos vivos’ pois ela é quem é minha mãe. É a Médica, a Mulher e Aquela que me deu à luz.” (…) Então veio o Princípio Espiritual Feminino na serpente, a instrutora; e ensinou-lhes, dizen- do: “(…) não morrerás; pois foi por ciúme que ele lhes disse isso. Ao contrário, seus olhos se abrirão e serão como deuses, reconhecendo o bem ou o mal.” (…) E o Soberano arrogante amaldiçoou a Mulher (…) [e] (…) a Serpente.” *(Hipóstase dos Arcontes 89.11-91.1, em NHL 154-155.)

Alguns acadêmicos consideram, hoje, o gnosticismo sinônimo de dualismo metafísico – ou até com uma pluralidade de deuses.”

PAGELS, Elaine. Os Evangelhos Gnósticos. Editora Objetiva, 1979, pág. 31-33.

Capítulo: 2- “Um Deus, Um Bispo”: A Política do Monoteísmo.

O Espírito Dá à Luz a Criação

“(…) cada uma é individualmente dotada por Deus com os poderes e as características que melhor servirão à sua missão divina e sustentarão o realismo ilusório do drama cósmico ao tornarem reais, em sentido relativo, as experiências por que passam ao representarem o seu papel como alma encarnada.”

(…)

A fim de manifestar a criação, o Espírito dá origem a uma vibração de dualidade, dividindo Seu Ser Unico no Criador inativo transcendente e na Sua Força Criadora ativa: o Deus-Pai e a Mãe-Natureza Cósmica. O Espírito e a Natureza, o sujeito e o objeto, o positivo e o negativo, a atração e a repulsão – é a dualidade que torna possível o surgimento do múltiplo a partir do Uno. Em Sua ativa Vibração Criadora que materializa a criação (Espírito Santo ou Maha-Prakriti), o Próprio Deus está subjetivamente presente em um reflexo imutável e inabalável, o Espírito Universal na criação: Kutastha Chaitanya, a Consciência Crística ou Consciência de Krishna. Essa Inteligência orientadora imanente – a consciência subjetiva ou alma do universo – possibilita a estruturação da Força Vibratória onipotente em miríades de manifestações objetivas; assim, no ventre da Mãe Natureza, o Espírito dá à luz a criação.

(…)

(…) em verdade, é o Espírito que Se tornou a criação, que todas as coisas são apenas uma gloriosa diversificação de Deus.”

YOGANANDA, Paramahansa. A Segunda Vinda de Cristo, A Ressurreição do Cristo Interior. Comentário Revelador dos Ensinamentos Originais de Jesus. Vol. I. Editora Self, 2017, pág. 314-316.

Capítulo 16: Alegrar-se com a voz do Esposo.

Chegada Próxima ao Centro

“Não queremos entrar em consideração sobre o Livre-Arbítrio ou o determinismo, nesta obra, por várias razões. Entre as diversas razões, a principal é que nenhum lado da controvérsia é inteiramente verdadeiro; com efeito, ambos os lados são parcialmente verdadeiros, de acordo com os Preceitos herméticos. O Princípio de Polaridade mostra que ambos são Meias-Verdades: polos opostos da Verdade. Os Preceitos são que o homem pode ser Livre e ao mesmo tempo limitado pela Necessidade, dependendo isto da significação dos termos e elevação da Verdade cuja significação é examinada. Os escritores antigos expressam este assunto, assim: “A criação que está mais distante do Centro é a mais limitada; quanto mais próximo chega do Centro, tanto mais Livre é.”

Três Iniciados. O Caibalion: Estudo da Filosofia Hermética do Antigo Egito e da Grécia. Editora Pensamento: São Paulo, 2018, pág. 102.

A Chave Para Alterar Estados Mentais

“O conhecimento da existência deste grande Principio hermético habilitará o estudante a compreender melhor os seus próprios estados mentais e o das outras pessoas. Ele verá que estes estados são todos questão de graus, e vendo assim, ele poderá elevar ou abaixar a vibração à vontade, mudar os seus polos mentais, em vez de ser o seu servo e escravo. E por este conhecimento poderá auxiliar inteligentemente os seus semelhantes, e pelo método apropriado mudar a polaridade quando desejar.

Três Iniciados. O Caibalion: Estudo da Filosofia Hermética do Antigo Egito e da Grécia. Editora Pensamento: São Paulo, 2018, pág. 90.