Mensagem do Jovem José à Maria

” Foi enquanto José provava o amargo sabor da vida que recebeu a triste notícia do falecimento de Seu pai na Galileia e de que Sua mãe estava sofrendo, sem que ninguém conseguisse confortá-la. (…) De acordo com diversas traduções da mensagem que Ele enviou à Sua mãe, seu teor era o seguinte: “Amada mãe: não te lamentes, pois tudo está bem com o pai e também contigo. Ele completou seu presente trabalho aqui na Terra, e o fez nobremente. Ninguém, de qualquer posição social, pode acusá-lo de engano, desonestidade ou má intenção. Em seu período de vida aqui, ele completou muitas tarefas importantes e partiu verdadeiramente preparado para resolver os problemas que o esperam no futuro. Nosso Deus, Pai de todos nós, está com ele, agora como sempre, as Hostes Celestiais guardam seus passos e protegem sua jornada. Por que, então, hás de chorar e sofrer? Lágrimas não vencerão tua dor, e tua tristeza não pode ser vencida por nenhuma emoção de teu coração ou de tua mente. Deixa tua alma ocupar-se com a meditação e o contato com aquele que se foi; se não ficares ociosa não terás tempo para a dor. Quando a mágoa pulsar em teu coração e a angústia te causar dor, deixa-te elevar aos planos superiores onde podes comprazer-te no bálsamo do amor. Teu ministério sempre foi o do amor, e na Fraternidade poderás encontrar muitas oportunidades de responder ao chamado do mundo que pede mais amor. Portanto, deixa que o passado permaneça passado. Eleva-te acima dos cuidados terrenos e dedica tua vida aqueles que ainda vivem entre nós aqui na Terra. Quando tua vida estiver terminada, hás de reencontrá-la no sol da manhã ou no orvalho da noite, e também no canto dos pássaros, no perfume das flores e na mística luz das estrelas. Pois não tardará que teus problemas e labutas aqui na Terra também sejam resolvidos, e no final das contas estarás pronta para campos mais amplos de atuação, e para resolver os problemas mais elevados da alma. Esforça-te, pois, por te sentires contente até que eu possa estar contigo em breve, quando te entregarei dádivas mais preciosas que quaisquer outras que já tenhas visto, e mais magnificentes que as feitas de ouro e pedras preciosas. Tenho certeza de que meus irmãos cuidarão de ti e proverão tuas necessidades. Quanto a mim, estou sempre contigo em mente e espírito. Teu filho, José.

LEWIS, H. Spencer. A Vida Mística de Jesus. Curitiba, PR: AMORC, 2001, p. 166-167.

Acolhendo Nossa Humanidade

Acomodar tudo”, enquanto prática, significa acolher humanidade em toda a sua glória e confusão. Significa aceitar a beleza, a feiura, a alegria e a dor do mundo – nosso mundo e também todo seu mistério, ambiguidade e contradição. Como viver uma vida com a qual não podemos contar? Como podemos nos deliciar com um pedaço de bolo de chocolate quando uma criança na África tem cólera? Como podemos reconciliar o “eu” e a “iluminação”? Quem pode responder a esse tipo de pergunta? Ninguém pode. O que podemos fazer é acolher seu mistério.

Acomodar tudo é uma prática do coração, uma vez que estamos convidando a vida em vez de rejeitá-la. Essa prática expressa o princípio fundamental da não violência, porque não podemos responsabilizar os outros por nossa felicidade e dor. Não podemos apontar o dedo para o governo e nossa dizer: “É por causa de vocês que minha vida é péssima”. Não podemos objetivar as coisas desse modo quando praticamos. Mas podemos aceitar vida sabendo que cada momento surge em conexão com uma gigantesca e insondável paisagem, da qual somos parte integrante. Somos naturalmente grandes naturalmente infinitos – como todo o resto. ”

MATTIS-NAMGYEL, Elizabeth. O Poder de uma Pergunta Aberta: o caminho do Buda para a liberdade. Teresópolis, RJ: Lúcida Letra,  2018. p. 87-88.

Nos Tornarmos Grandes

“Mas a vida não é algo que acontece para nós. Não conseguimos nos separar do fluxo constante de experiências que chamamos de “nossa vida”. Não somos vítimas da nossa vida nem somos não merecedores dela. A vida não é bela ou divina demais para nós. Ela não é grande demais, ou dolorosa, ou assustadora, ou mesmo complicada demais para nós, ainda que algumas vezes pareça ser. Nosso desafio, como seres humanos, é nos tornarmos suficientemente grandes para acomodar tudo isso.

MATTIS-NAMGYEL, Elizabeth. O Poder de uma Pergunta Aberta: o caminho do Buda para a liberdade. Teresópolis, RJ: Lúcida Letra,  2018. p. 87.

Nosso Mundo

“A forma que nossa vida toma tem menos a ver com o que encontramos do que com nossa relação com isso. Quando objetificamos a experiência- seja a beleza ou dor – entramos em uma relação de luta com nosso mundo – um mundo todo sobre “mim”.

MATTIS-NAMGYEL, Elizabeth. O Poder de uma Pergunta Aberta: o caminho do Buda para a liberdade. Teresópolis, RJ: Lúcida Letra,  2018. p. 86.

Justiça Divina

– André, sua dúvida está fora de propósito. Você possui bastante experiência para saber que a dor é o grande ministro da Justiça Divina. Vivemos a nossa grande batalha de evolução. Quem foge ao trabalho sacrificial da frente, encontra a dor pela retaguarda. (…) Não adianta fugir da eternidade, porque o tempo, benfeitor do trabalho, é também o verdugo da inércia.”

Xavier, Francisco Cândido / André Luiz. Nos Domínios da Mediunidade. Federação Espírita Brasileira, Brasília, 1955, Capítulo 27.

Círculo Como Totalidade e Queda do Paraíso

“A correspondência de um ano no Paraíso com cem anos na existência terrena é um motivo mitológico bem conhecido. A duração de cem anos significa a totalidade. Os trezentos e sessenta graus da circunferência tem o mesmo significado; razão por que os Puranas hindus representam um ano dos deuses como equivalente a trezentos e sessenta anos dos homens. Do ponto de vista dos olímpicos, era após era da história terrestre transcorre, de modo que, onde os homens veem apenas a mudança e a morte, os bem-aventurados contemplam a forma imutável, o mundo sem fim. Mas o problema reside em manter esse ponto de vista diante de uma dor ou prazer terrenos imediatos. O sabor dos frutos do conhecimento temporal afasta concentração do espírito do centro da era para a crise periférica do momento. O equilíbrio da perfeição é perdido, o espírito fraqueja e o herói cai.”

Campbell, Joseph. O herói de mil faces. Pensamento, São Paulo, 2007, pp. 218-219.

Busque o Horizonte Onde Nasce o Sol

Diário Espiritual de 27 de novembro de 2019

Dia D: Até aqui, mais coisas se passaram do que sou capaz de detalhar com palavras.

“Neste derrame de claridade sobre claridade, é gerada a perfeição que encaminha para o gozo eterno, só conturbada pelas indispensáveis forças contrárias, que justamente a excitam e fazem-na evoluir, porque dos contrastes é que brota o real, o verdadeiro, de precisão matemática.

Colima isso a Sabedoria, divina inteligência, reta e incondicional, da qual somente a escuridão, logicamente se constitui opositora, visto ser ela o campo da própria luz que, por fim, a destrói, vencendo-a, na fórmula de Deus, o Criador perfeito e indefessamente bom.

Em sua bendita seara dualista, divina na treva que abrange o material, é plausível que Deus faça renascer o ser, seu filho, por mínima fagulha de sua amorosa luz.”

Pe. Zabeu

[…]

Chorei como há muito não o fazia. A dor e a alegria deste momento agridoce geram contrastes violentos dentro de mim. Perdi o fôlego chorando e gemendo, lavei o espírito com lágrimas. Percebi a presença e companhia dos amigos que amo me acercando como um cobertor quente que nos envolve e aquece em dias frios. Irrompi em choro ainda mais profundo e sem controle quando vi lágrimas lavando o rosto da Olívia, que me envolveu por trás num abraço materno, com as mãos no meu coração. Minha respiração tornou-se como que violenta, puxava com força o ar pelo nariz ao âmago do seu ser, e rapidamente o expulsava com um sopro intenso pela boca. “Respiração de limpeza”, logo pensei. Não foi planejada ou provocada com a mente, que só a reconheceu em meio ao processo, mas organicamente manifesta, em eclosão de socorro espiritual, acolhimento, cuidado e integração. Como se meu próprio corpo tivesse acionado este recurso mediante a demanda do momento. Olívia então começou a tocar a minha mente. E me disse essas palavras:

“Mantenha os olhos fixos nEle!

Acima das montanhas, busque o horizonte onde nasce o sol, que renova toda vida após o desmaio noturno, quando todas as coisas são engolidas pela escuridão da noite.

Mantenha os olhos no horizonte, pois a alvorada nova rasga o peito do firmamento, dando lugar à luz que ofusca todos os lumiares e devolve as cores vibrantes à tudo que há.

A madrugada é mais escura antes do amanhecer mas, eu te prometo, a alvorada virá”, o calor retornará aos seus dias e em serenidade e equilíbrio, seus olhos verão as cores de um novo e vibrante tempo.

Nós jamais o abandonaremos! Estamos cuidando de tudo. Confie em sua intuição e sentir. Persiga o fluxo! Poupe aos outros de sua desgastante jornada. Ofereça à eles apenas o fruto dos seus cultivos internos.

Seja coerente com as verdades que for capaz de acessar. Siga o fluxo com suavidade, e as águas da vida o levarão de volta ao oceano.

Com amor, daquela que recebeu do alto a missão de gestacionar em ti o amor pela sabedoria.”

Olívia

Após a transcrição, troco algumas palavras finais com Olívia. Agradeço e confesso meu medo de não mais ser digno deles. Imediatamente vejo o livro de Bruxaria que comprei na Fnac do Porto, numa espécie de confissão da parte dela. E sobre o livro disse:

“Livre-se de uma vez da culpa. Precisamos criar um movimento livre, leve e responsável. Não se admire que o furacão cause espanto a quem o vê, pois possui tremenda força, com base no Princípio de Polaridade, manifesto em correntes de ar quentes e frias que em contrastes de pressões atmosféricas, o provocam. Ainda assim, o furacão é possuidor de grande energia. Quando decifrar sua compreensão, em futuro breve, o homem desenvolverá os meios de canalizar essa energia, não mais para efeitos devastadores, mas para o bom uso da civilização. Aprenda com a energia do furacão, e o que antes fora visto como caos devastador, será admirado como sabedoria construtiva e propulsora.”

Afago

Diário Espiritual de 05 de novembro de 2018

Eu e a Pri nos desentendemos logo na sua chegada. Fiquei muito triste pela forma como ela me tratou e me senti mal.

A noite, pedi licença ao General, pois tudo o que queria era me imaginar nos braços de uma mãe negra, gorda e acolhedora, ser afagado, ter minhas feridas de alma cuidadas. Imaginei Deus como em A Cabana, alí repousei minhas tristezas e me deixei por ele ser acolhido. Assim o fiz e foi bom.

O Amor Sempre Triunfa

Diário Espiritual de 19 de setembro de 2018 

1º Aniversário do Ninício exilado

“Já fui tantas vezes o seu irmão mais velho que posso entender bem a dor que move o seu coração nesta manhã.

Todos somos, na família humana, prisioneiros de nós mesmos. Sob a fachada da fortaleza moral está o orgulho e a covardia abençoada que nos impede de dar asas maiores à nossa perversão.

Somos todos criminosos não descobertos, já nos ensinou Emmanuel. Nossa remissão está em aprendermos a cuidar uns dos outros, em nos amarmos sem limites, sem censuras, em nos doarmos por nossos irmãos todos os dias, a fim de consertar o estrago que nossa natureza tem provocado nos últimos milênios.

Com o amor vamos juntos. O amor sabe onde pisa. Sabe de onde vem e para onde vai. O amor sempre triunfa.”

Heitor