A Bondade de Deus e As Tentações de Satã

“Deus, em Sua onisciência, deve certamente ter previsto a origem Deural nos poderes de Seu arcanjo criador, que Dele se afastavam. Mas embora a dualidade ilusória tenha sido o único meio pelo qual Deus poderia organizar um drama cósmico, de modo a deleitar -Se através de suas muitas individualidades, Ele Se assegurou de que nenhuma distorção de Seu desígnio estaria fora do alcance de Sua Bondade refletida na onipresença da Consciência Crística. Esse poder magnético do amor de Deus a seu tempo atrairia todas as criaturas de volta para Ele, através da evolução rumo ao divino despertar.

YOGANANDA, Paramahansa. A Segunda Vinda de Cristo, A Ressurreição do Cristo Interior. Comentário Revelador dos Ensinamentos Originais de Jesus. Vol. I. Editora Self, 2017, pág. 167.

Capítulo 7: O papel de Sată na criação de Deus.

A natureza Dúplice de Satã

” A natureza dúplice de Satã – tanto subjetiva quanto objetiva – explica a totalidade das manifestações do mal. Um Sată objetivo, como uma força adversária independente opondo-se à Divindade, explica a origem do mal que não pode ser atribuído apenas à ignorância subjetiva individual ou coletiva do homem. Satã tem que ser reconhecido conjuntamente como o mal objetivo na natureza e como um poder capaz de também operar no homem em forma de consciência subjetiva errada.

Reconhecer a existência de Satã não nega o conceito de um Deus que é o único Alfa e Ômega do cosmos. Em realidade, não existe essencialmente nada mais que o Espírito, a Substância única (…) . O mal da ilusão existe somente no domínio das formas, não na essência do Espírito. Enquanto houver a criação, uma coalescência de fenômenos finitos na Substância Infinita, a ilusão das formas produzirá a consciência de imperfeição que se acha separada do Absoluto Inigualável.

(…)

É tolice negar o mal subjetivo ou objetivo enquanto ainda se está lutando com a ilusão. (…)  Basta alguém se sentir seguro de sua invulnerabilidade, e o diabo engana seu oponente com alguma artimanha, levando o desafiador à derrota. É melhor não competir com suas tentações.(…). Ao fortalecer-se a consciência do bem, sua luz dissipa as perigosas trevas da influência maléfica de Satã.”

YOGANANDA, Paramahansa. A Segunda Vinda de Cristo, A Ressurreição do Cristo Interior. Comentário Revelador dos Ensinamentos Originais de Jesus. Vol. I. Editora Self, 2017, pág. 169-171.

Capítulo 7: O papel de Sată na criação de Deus.

O Gênesis é Profundamente Simbólico

“O Gênesis é profundamente simbólico e não pode ser assimilado por meio de uma interpretação literal” – explicou ele. “A árvore da vida’ é o corpo humano; a coluna vertebral assemelha-se a uma árvore invertida, tendo como raízes os cabelos do homem, e como galhos, os nervos aferentes e eferentes. A árvore do sistema nervoso produz muitos frutos apetitosos: as sensações da visão, da audição, do olfato, do paladar e do tato. A estes o homem tem permissão de desfrutar; mas lhe foi proibida a experiência do sexo, a ‘maçã’ no centro do corpo (‘no meio do jardim’).

“A ‘serpente” representa a energia enrolada na base da espinha dorsal, que estimula os nervos sexuais. ‘Adão’ é a razão, ‘Eva’ é o sentimento. Quando o impulso sexual suplanta a emoção ou a ‘consciência de Eva’ em qualquer ser humano, sua razão ou Adão também sucumbe.

“Deus criou a espécie humana materializando o corpo do homem e da mulher pela força de Sua vontade; Ele dotou a nova espécie com o poder de criar filhos de idêntica maneira divina ou “imaculada”.”

YOGANANDA, Paramahansa. A Segunda Vinda de Cristo, A Ressurreição do Cristo Interior. Comentário Revelador dos Ensinamentos Originais de Jesus. Vol. I. Editora Self, 2017, pág. 159-160.

Capítulo 7: O papel de Sată na criação de Deus.

Espírito Santo e Satã

“Esses dois aspectos de Prakriti correspondem às designações cristãs Espírito Santo e Satã. O Espírito Santo, em harmonia com a Consciência Cristíca, cria o bem e a beleza atrai toda a manifestação para uma simbiótica harmonia e derradeira união com Deus. Sată (do hebraico, literalmente “o adversário”) exerce sua força de repulsão para longe de Deus, para o envolvimento com o mundo ilusório da matéria, empregando a ilusão cósmica de maya para dispersar, confundir, cegar e aprisionar.

(…)

Uma vez que ele encobre a matéria e envolve o homem nas mais enganosas confusões da ilusão de maya, Jesus referiu-se a essa força como um demônio, um assassino e um mentiroso. “O diabo (…) foi homicida desde o princípio, e não se firmou na verdade, porque não há verdade nele; quando ele profere mentira, fala do que lhe é próprio, porque é mentiroso, e pai da mentira” (João 8:44).

Satã surgiu como uma consequência natural do desinteressado de sejo de Deus de dividir Seu Oceano da Unidade nas ondas da criação finita um poder com vontade independente, que viria a controlar as leis da criação material para manifestar e sustentar sua existência. O plano do Espírito era que essa Força Ilusória Cósmica consciente fosse dotada de independência a fim utilizar maya e avidya para criar objetos finitos que refletissem Deus a partir da energia vibratória cósmica do Espírito Santo, em harmoniosa sintonia com a divina Inteligência Crística presente nessa vibração.

Jazidas com pedras preciosas perfeitas, flores perfeitas, animais perfeitos e almas humanas residindo em planetas perfeitos foram en tão criados, trazidos à manifestação material desde os reinos celestiais astral e causal. (…)  Depois de uma existência harmoniosa – uma expressão perfeita de forma, hábitos saudáveis e modos de existência, no palco do tempo, sem sofrimento, doenças, acidentes cruéis ou dolorosa morte prematura-, todas as formas criadas de veriam retornar para Deus. Assim como os arco-íris vêm e vão (…)

Portanto, originalmente toda a Energia Cósmica, vibrada pelo Espírito Santo e pela Inteligência Crística, fluía em direção a Deus, criando imagens perfeitas a partir da luz astral voltada ao interior para revelar Deus. A Força Ilusória Cósmica consciente, com seu poder independente recebido de Deus, percebeu que sua própria existência separada cessaria se as manifestações da energia cósmica da Vibração do Espírito Santo se dissolvessem de volta no Espírito de acordo com o plano divino. Sem a Vibração Sagrada, não haveria razão nenhuma para a existência nem para o sustento da Força Ilusória Cósmica. Esse pensamento assustou Satã; o único propósito de sua existência – manter estas formas no estado de manifestação – estava ameaçado. Então, visando seu próprio intento de autoperpetuação, ele se rebelou contra Deus, tal como um general insubordinado algumas vezes se volta contra seu rei, e começou a utilizar mal seus poderes cósmicos. Ele manipulou as leis e os princípios da criação que estavam sob seu comando a fim de estabelecer padrões de imperfeição que impediriam sua dissolução automática no Espírito. Satã tornou-se como um raio caindo do céu porque afastou a luz da energia cósmica de seu foco em Deus, concentrando-a na matéria densa. A luz astral que revela o céu transformou-se nas opacas luminárias físicas do sol, do fogo e da eletricidade, que mostram somente as substâncias materiais.

(…) a mente das pessoas comuns, confortavelmente enclausurada na visão de causa e efeito dos fenômenos, não se adapta com facilidade a abstrações divinas a menos que também estas sejam metaforicamente revestidas com um aspecto familiar. (…) exceto no sentido absoluto de que tudo é feito da Consciência Cósmica única de Deus, não existe mal no Deus Todo-Perfeito. O mal reside na Força Adversária que man tém seu reino de influência ao obscurecer grosseiramente a verdadeira natureza divina de todos os seres criados. Um sofisma filosófico poderia convincentemente propor que, sendo o dever de Satã, como um arcanjo, manter a existência das formas manifestadas, ao tentar fazer seu serviço ele caiu do céu!”

YOGANANDA, Paramahansa. A Segunda Vinda de Cristo, A Ressurreição do Cristo Interior. Comentário Revelador dos Ensinamentos Originais de Jesus. Vol. I. Editora Self, 2017, pág. 156-158.

Capítulo 7: O papel de Sată na criação de Deus.

O Mal na Vida do Ser Humano

“Nesse sentido, é certamente verdade que o mal na vida do ser humano é autoengendrado: se um homem golpeasse uma parede de pedras com seus punhos, o inegável resultado maléfico da dor não seria produzido ou desejado pela parede, mas a consequência da ignorância dele ao golpear a dureza naturalmente inflexível das pedras.

Igualmente, pode-se dizer que Deus é a parede de pedra da Bondade Eterna. Seu universo subsiste pela operação de leis justas e naturais. Todo aquele que seja suficientemente tolo para utilizar de modo impróprio sua inteligência, agindo contra essa bondade, produzirá inexoravelmente o mal da dor e do sofrimento não devido a qual quer intenção ou desejo de Deus, mas às formas perniciosas de vida colidindo com os eternos princípios do bem, subjacentes a todas as coisas em Deus.”

Nota: O aspecto de Deus que é ativo na criação; a shakti, ou poder, do Criador Transcendente. Neste contexto, a referência se faz ao aspecto pessoal de Deus que incorpora as qualidades maternais do amor e da compaixão. As escrituras hindus ensinam que Deus é tanto imanente quanto transcendente, pessoal e impessoal. Ele pode ser como o Absoluto Transcendente; mas, conforme enfatiza o Bhagavad Gita (XII:5): “Aqueles que têm o Não-manifestado como meta aumentam as dificuldades; árduo é o caminho do Absoluto para os seres encarnados”. Para a maioria dos devotos, é mais fácil procurar Deus como uma de Suas eternas qualidades manifestadas, tais como amor, sabedoria, bem-aventurança, luz; na forma de um ishta (deidade); ou como Pai, Mãe ou Amigo. Outras denominações para o aspecto materno da Divindade são Om, procurado Shakti, Espírito Santo, Vibração Cósmica Inteligente, Natureza ou Prakriti.

YOGANANDA, Paramahansa. A Segunda Vinda de Cristo, A Ressurreição do Cristo Interior. Comentário Revelador dos Ensinamentos Originais de Jesus. Vol. I. Editora Self, 2017, pág. 149-150.

Capítulo 7: O papel de Sată na criação de Deus.

Essência Vibratória de Deus

A consciência de Cristo, estava permeada da onipresença do Espírito Santo – unida à sagrada Essência Vibratória de Deus, que sustenta tudo o que está manifestado. (…) podia conhecer todos os acontecimentos na criação vibratória através da percepção de sua onipresença crística.

A consciência de uma formiga é limitada às sensações de seu pequeno corpo. A consciência de um elefante se estende a toda sua grande massa corporal, de maneira que dez pessoas tocando dez par tes diferentes de seu corpo despertariam percepções simultâneas no animal. Mas a Consciência Crística, sentida na união com o Espírito Santo, estende-se até as fronteiras de todas as regiões vibratórias.

Toda a criação vibratória é uma exteriorização do Espírito. O Espírito Onipresente oculta-Se na matéria vibratória, assim como o azeite está oculto na azeitona.

(…)

A pessoa crística ama todas as criaturas e, em verdade, sente cada porção da Terra e do espaço vibratório como sendo as células vivas de seu próprio corpo.

YOGANANDA, Paramahansa. A Segunda Vinda de Cristo, A Ressurreição do Cristo Interior. Comentário Revelador dos Ensinamentos Originais de Jesus. Vol. I. Editora Self, 2017, pág. 143-145.

Capítulo 7: O papel de Sată na criação de Deus.

O Afastamento da Autorrealização

As igrejas hoje se afastaram do caminho da Autorrealização, isto é, da experiência pessoal de Deus e de Cristo. As congregações geralmente se satisfazem com sermões, cerimônias, organizações e festividades sociais. A completa revitalização e reatauração do Cristianismo só pode ser efetuada com menos  ênfase em sermões teóricos com seus repetidos chavões e em cerimônias psicofísicas externas que despertam emoções superficiais, substituindo-os pela quietude da meditação e pela verdadeira comunhão interior. Em vez de serem membros passivos de uma igreja, satisfeitos meramente com sermões, os devotos devem ocupar-se mais com o esforço para cultivar a perfeita quietude do corpo e da mente. A paz da absoluta quietude física e mental é o verdadeiro templo onde Deus mais frequentemente visita Seus devotos: “Aquietai-vos, e sabei que Eu sou Deus“* 

Aqueles que vagueiam de uma igreja a outra em busca de satisfação intelectual raramente encontram Deus, pois o estímulo do intelecto é necessário apenas para nos inspirar a “beber” Deus. Quando o intelecto se esquece de verdadeiramente “experimentar” Deus, ele se torna um empecilho à Autorrealização. A verdade espiritual e a sabedoria não são encontradas em quaisquer palavras de um sacerdote ou pregador, mas no “deserto” do silêncio interior. (…) “O Consolador, o Espírito Santo (…) vos ensinará todas as coisas” (João 14:26).

Por meio do método correto de meditação no Espírito Santo como a luz do olho espiritual e o som sagrado da vibração cósmica de Om, qualquer devoto perseverante, com a prática constante, pode experimentar as bênçãos da manifesta presença vibratória de Deus. A Vibração Sagrada (o Grande Consolador), estando permeada com a consciência universal refletida de Deus, contém a bem-aventurança divina que a tudo permeia.”

Nota: Salmos 46:10.

YOGANANDA, Paramahansa. A Segunda Vinda de Cristo, A Ressurreição do Cristo Interior. Comentário Revelador dos Ensinamentos Originais de Jesus. Vol. I. Editora Self, 2017, pág. 134-135.

Capítulo 6: O batismo de Jesus.

O Guru

“Um guru não é um instrutor espiritual comum. Podemos ter muitos instrutores, mas um só guru, que é o agente de salvação designado por Deus em resposta aos cativeiro da matéria.

(…)

Nenhum guru pode desenvolver-se somente por anos de estudo na fábrica intelectual de um seminário teológico que considera ter alcançado seus objetivos ao outorgar títulos de bacharel ou de doutor em teologia. Tais títulos podem ser recebidos por pessoas de boa memória; entretanto, caráter, autocontrole e a sabedoria da intuição da alma podem ser cultivados somente pelo conhecimento e aplicação de métodos adiantados de profunda meditação (…)

Tampouco pode alguém ser um guru por sua própria escolha. Ele precisa ser ordenado por um verdadeiro guru, para que possa servir e salvar os outros; ou então precisa de fato ouvir a voz de Deus pedindo-lhe para redimir os demais. (…) Gurus autodesignados desviam-se muito ao escutar a voz do ego imaginativo em sua mente subconsciente.

Os verdadeiros gurus treinam primeiro seu eu interno na escola teológica superior da intuição e da comunhão divina na meditação. Eles se batizam espiritualmente no Espírito antes de pretenderem iniciar os demais.

Não é necessário para um discípulo estar na a fim de receber suas bênçãos. O mais importante é estar espiritualmente em sintonia com o guru, pois sua ajuda é conferida ao discípulo primeiramente no plano espiritual interno, e não por meios materiais.

Se o discípulo se mantém sem uma atitude crítica, considerando o mestre com amor e reverência incondicionais, e segue lealmente seus preceitos, tal receptividade torna mais fácil o trabalho do guru. A sintonia cria um elo entre a ajuda do guru e o esforço sincero do discípulo, ainda que o guru não esteja mais encarnado na Terra.”

YOGANANDA, Paramahansa. A Segunda Vinda de Cristo, A Ressurreição do Cristo Interior. Comentário Revelador dos Ensinamentos Originais de Jesus. Vol. I. Editora Self, 2017, pág. 127-129.

Capítulo 6: O batismo de Jesus.

Por Que Contendais Com Este Homem?

“Nicodemos disse: Eu disse aos anciãos, sacerdotes e levitas e a toda a multidão de judeus na sinagoga: Por que contendais com este homem? Este homem faz muitos e maravilhosos sinais, que nenhum homem fez, nem fará; deixe-o em paz e não lance nenhum mal contra ele; se os sinais que ele faz são de Deus, permanecerão; mas se forem de homens, eles vão dar em nada.”

Nascimento, Peterson do. O Evangelho Segundo Nicodemos (Coleção Apócrifos do Cristianismo Livro XI) – Versão Kindle, Posição 302.

Blasfemar Contra Deus, Deve Ser Apedrejado

“Os judeus dizem a Pilatos: Está contido em nossa lei que, se um homem pecar contra um homem, ele é digno de receber quarenta açoites, exceto um; mas aquele que blasfemar contra Deus, deve ser apedrejado.”

Nascimento, Peterson do. O Evangelho Segundo Nicodemos (Coleção Apócrifos do Cristianismo Livro XI) – Versão Kindle, Posição 290.